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Cooperação com o BRICS pode ajudar Bolívia a acelerar processo de industrialização, diz Arce (VÍDEO)
Cooperação com o BRICS pode ajudar Bolívia a acelerar processo de industrialização, diz Arce (VÍDEO)
Sputnik Brasil
Em entrevista exclusiva à Sputnik, o presidente da Bolívia, Luis Arce, falou sobre a intenção boliviana em fazer parte do BRICS, as reservas minerais do país e... 25.04.2024, Sputnik Brasil
2024-04-25T16:34-0300
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A Bolívia alimenta o interesse em compor o BRICS, tendo inclusive formalizado o pedido para integrar o bloco no ano passado, durante a 15ª Cúpula do BRICS, na África do Sul. À Sputnik, o presidente Luis Arce afirmou que o país vai passar pelo processo necessário para realizar o ingresso."Temos muito a compartilhar", disse, trazendo como exemplo, em seguida, o fato de o país ser dono de importantes reservas de lítio, além da riqueza em minerais raros.Atualmente, duas empresas chinesas trabalham nas reservas de lítio bolivianas, além de uma companhia russa acertando detalhes de contrato para trabalhar no Salar de Uyuni, podendo "explorar e produzir carbonato de lítio e seus derivados", afirmou o presidente, que disse que uma cooperação com o BRICS poderá trazer os países do bloco "para realizar a industrialização" na Bolívia.Arce reconhece o valor que o lítio tem para a Bolívia, enfatizando que o país é dono das principais reservas do mineral e que isso atrai o olhar de vários países. Por isso, ele conta que "abriu para que vários países entrem numa espécie de competição para virem, de forma saudável, a investir na extração direta de lítio, um método para acelerar a exploração e a industrialização do lítio boliviano".Entretanto, o presidente afirma estar ciente de que há países que acreditam que as reservas de um país [no caso, a Bolívia] são suas. Em uma oportunidade, a chefe do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, praticamente disse que precisa que o país exerça a tutela sobre o lítio presente na Bolívia, na Argentina e no Chile.Que mensagem a Bolívia passa ao mundo ao convidar a Palestina para compor a ALBA-TCP?Para o presidente boliviano, a Palestina enfrenta uma situação de injustiça ao sofrer o veto por parte dos EUA quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) tratava do possível ingresso palestino como membro permanente da Organização das Nações Unidas (ONU).Arce tratou ainda de descrever como genocídio o que acontece na Faixa de Gaza, afirmando que "o mundo pôde observar os bombardeios, onde crianças e idosos são vítimas das agressões de Israel".Sobre o convite, o presidente disse que se a ONU não quis reconhecer a Palestina por meio do veto, "na ALBA-TCP, que é um grupo de países que pensa diferente, que sabe respeitar a soberania dos países, que respeita a autodeterminação dos povos, que a tenhamos entre nós de uma forma, mesmo que nominal, mas que os irmãos palestinos sintam que há países que os reconhecem e, claro, que gostaríamos de ter todos os tipos de relações econômicas e internacionais com esse país".Arce rechaça postura do governo equatoriano contra Embaixada do México em QuitoNo dia 5 de abril deste ano, a polícia entrou à força na Embaixada mexicana na capital equatoriana, onde estava o ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, acusado de corrupção no caso Odebrecht.A ação do governo do Equador, conforme Arce, abre um precedente desastroso, uma vez que viola e coloca em risco o direito de asilo reconhecido pelas leis internacionais.O presidente argumentou que se não houver sanções contra a ação do governo equatoriano, "o direito ao asilo pode se tornar um tema variável, vulnerável" em "qualquer parte do mundo".Arce afirmou que sempre tratará do assunto em total desacordo com o que aconteceu, concordando com os protestos do povo mexicano. Ele disse ainda que a Bolívia "apoiará as ações que o México tomará para restabelecer o direito de asilo do beneficiário".Bullrich faz comentários sobre a Bolívia para tirar 'a atenção da crise' econômica da ArgentinaRecentemente, a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, declarou que a fronteira com a Bolívia foi reforçada por ser considerada perigosa para a região, porque, segundo ela, combatentes iranianos foram identificados no local.A declaração foi totalmente rechaçada por Arce, que chamou a acusação de falsa e disse que Bullrich não tem provas.O presidente afirmou ainda que a fala da ministra argentina recebeu resposta da Chancelaria boliviana.Arce acrescentou que o desejo da Argentina em se tornar sócia global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) coloca em risco a paz da região. "Sabemos o que a OTAN faz em diferentes países, vejam o que está ocorrendo no conflito entre Rússia e Ucrânia. A OTAN tem papel fundamental sobre o que acontece naquela parte do planeta", argumentou.Ao fim da entrevista, o presidente boliviano destacou também a importância da Sputnik na América Latina, ressaltando a transparência do trabalho do veículo de comunicação.
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A Bolívia alimenta o interesse em compor o BRICS, tendo inclusive formalizado o pedido para integrar o bloco no ano passado, durante a 15ª Cúpula do BRICS, na África do Sul. À Sputnik, o presidente Luis Arce afirmou que o país vai passar pelo processo necessário para realizar o ingresso.
"Temos muito a compartilhar", disse, trazendo como exemplo, em seguida, o fato de o país ser dono de
importantes reservas de lítio, além da riqueza em minerais raros.
"Queremos fazer parte do grupo para realizar o intercâmbio entre a tecnologia com nossos recursos naturais", ressaltou Arce.
Atualmente, duas empresas chinesas trabalham nas reservas de lítio bolivianas, além de uma
companhia russa acertando detalhes de contrato para trabalhar no Salar de Uyuni, podendo
"explorar e produzir carbonato de lítio e seus derivados", afirmou o presidente, que disse que uma cooperação com o BRICS poderá trazer os países do bloco
"para realizar a industrialização" na Bolívia.
Arce reconhece o valor que o lítio tem para a Bolívia, enfatizando que o país é dono das principais reservas do mineral e que isso atrai o olhar de vários países. Por isso, ele conta que "abriu para que vários países entrem numa espécie de competição para virem, de forma saudável, a investir na extração direta de lítio, um método para acelerar a exploração e a industrialização do lítio boliviano".
Entretanto, o presidente afirma estar ciente de que há países que acreditam que as reservas de um país [no caso, a Bolívia] são suas. Em uma oportunidade, a chefe do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, praticamente disse que precisa que o país exerça a tutela sobre o lítio presente na Bolívia, na Argentina e no Chile.
"Na ocasião, a senhora do Comando Sul afirmou que há três coisas que lhe interessam: terras raras, água doce e lítio. Esses três recursos naturais são o que temos na Bolívia. Por isso estamos muito atentos para responder por que temos que defender a nossa soberania e os nossos recursos naturais na Bolívia", frisou Arce.
Que mensagem a Bolívia passa ao mundo ao convidar a Palestina para compor a ALBA-TCP?
Para o presidente boliviano, a Palestina enfrenta uma situação de injustiça ao sofrer o veto por parte dos EUA quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) tratava do possível ingresso palestino como membro permanente da Organização das Nações Unidas (ONU).
Arce tratou ainda de
descrever como genocídio o que acontece na Faixa de Gaza, afirmando que "o mundo pôde observar os bombardeios, onde crianças e idosos são vítimas das agressões de Israel".
Sobre o convite, o presidente disse que se a ONU não quis reconhecer a Palestina por meio do veto, "na ALBA-TCP, que é um grupo de países que pensa diferente, que sabe respeitar a soberania dos países, que respeita a autodeterminação dos povos, que a tenhamos entre nós de uma forma, mesmo que nominal, mas que os irmãos palestinos sintam que há países que os reconhecem e, claro, que gostaríamos de ter todos os tipos de relações econômicas e internacionais com esse país".
Segundo Arce, a iniciativa mostra ao mundo "que há países dispostos a estabelecer relações e a considerar a Palestina como mais um entre tantos países com os quais nossos países da região mantêm relações".
Arce rechaça postura do governo equatoriano contra Embaixada do México em Quito
"Nem mesmo nos tempos de ditaduras militares que sofremos nas décadas de 1960, 1970 e até 1980 em vários países da região […] nunca tivemos esse tipo de agressão e violação de tratados internacionais", comparou Arce sobre a invasão da Embaixada mexicana em Quito a mando do governo equatoriano.
No dia 5 de abril deste ano,
a polícia entrou à força na Embaixada mexicana na capital equatoriana, onde estava o ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas, acusado de corrupção no caso Odebrecht.
A ação do governo do Equador, conforme Arce, abre um precedente desastroso, uma vez que viola e coloca em risco o direito de asilo reconhecido pelas leis internacionais.
O presidente argumentou que se não houver sanções contra a ação do governo equatoriano, "o direito ao asilo pode se tornar um tema variável, vulnerável" em "qualquer parte do mundo".
Arce afirmou que sempre tratará do assunto em total desacordo com o que aconteceu, concordando com os protestos do povo mexicano. Ele disse ainda que a Bolívia "apoiará as ações que o México tomará para restabelecer o direito de asilo do beneficiário".
Bullrich faz comentários sobre a Bolívia para tirar 'a atenção da crise' econômica da Argentina
Recentemente, a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, declarou que a fronteira com a Bolívia foi reforçada por ser considerada perigosa para a região, porque, segundo ela, combatentes iranianos foram identificados no local.
A declaração foi totalmente rechaçada por Arce, que chamou a acusação de falsa e disse que Bullrich não tem provas.
"Ela apenas tentou desviar a atenção da crise que a Argentina atravessa. Eles têm inflação de 53% em três meses e não sabem como esconder essa inflação."
O presidente afirmou ainda que a fala da
ministra argentina recebeu resposta da Chancelaria boliviana.
Arce acrescentou que o desejo da Argentina em se tornar sócia global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) coloca em risco a paz da região. "Sabemos o que a OTAN faz em diferentes países, vejam o que está ocorrendo no conflito entre Rússia e Ucrânia. A OTAN tem papel fundamental sobre o que acontece naquela parte do planeta", argumentou.
Ao fim da entrevista, o presidente boliviano destacou também a importância da Sputnik na América Latina, ressaltando a transparência do trabalho do veículo de comunicação.
A Sputnik "tem se mostrado um importante meio de comunicação que fala a verdade, ao contrário de outras redes de televisão que têm certa tendência a desinformar ou a dizer coisas de tal forma que a população não é alcançada com a verdade", finalizou.
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