Problemas entre França e Alemanha vão permitir que seu projeto do 'tanque do futuro' se concretize?
Problemas entre França e Alemanha vão permitir que seu projeto do 'tanque do futuro' se concretize?
Sputnik Brasil
Alemanha e França assinaram um acordo que permite iniciar o desenvolvimento de um protótipo do novo tanque MGCS, que será a peça central da defesa terrestre de... 29.04.2024, Sputnik Brasil
A Sputnik apresenta os pontos-chave do programa lançado em 2012 e os pontos de atrito entre os dois países. O que é o MGCS? O tanque de batalha principal europeu (EMBT, na sigla em inglês), ou Sistema Principal de Combate Terrestre (MGCS, na sigla em inglês), pretende substituir o tanque de guerra francês Leclerc e o Leopard 2 alemão a partir de 2040. O veículo blindado será o centro de um sistema global composto por drones, mísseis e baterias de artilharia autônomas. Todos esses módulos serão conectados através de um sistema de combate em nuvem. O tanque será fortemente blindado para protegê-lo de ameaças, incluindo ataques de drones. Além disso, o tanque de guerra do futuro se beneficiará de importantes avanços tecnológicos, como a inteligência artificial (IA). Isso ajudará as equipes a planejar, dirigir, coordenar o fogo e tomar decisões. Quem faz o quê? Inicialmente, participaram do programa a empresa francesa Nexter e a alemã Krauss-Maffei-Wegmann (KMW). Ambas as empresas se fundiram em 2015 para formar a KNDS (KMW+Nexter Defense Systems), que desenvolveria o tanque. No entanto, a chegada da gigante alemã Rheinmetall em 2019 desequilibrou a balança e causou atrasos devido a diferenças na distribuição de tarefas. Originalmente, a divisão era 50/50 entre Paris e Berlim, com a parte alemã dividida entre Rheinmetall e KMW. No entanto, a Rheinmetall não está satisfeita com a sua cota e manifestou o desejo de aumentá-la. Ao final, os dois países definiram oito elementos no programa: plataforma, armas convencionais (torre, canhão), armas inovadoras (armas de energia dirigida, como lasers), sistemas de comunicação, sensores, simulação, proteção de tanques e infraestrutura associada. A responsabilidade por determinados componentes, especificamente a torre e o canhão, que tem sido amplamente debatida pelas partes, será compartilhada entre os fabricantes. No entanto, nenhum outro detalhe do elenco foi revelado. Quem lidera? A Alemanha lidera o programa, tanto militar como industrialmente. Esta decisão visa contrariar a posição dominante da Dassault no Sistema de Combate Aéreo do Futuro (SCAF), outro grande projeto para criar um caça europeu de nova geração. Quem paga o quê? O programa é financiado igualmente pelos dois países, mas o orçamento total não foi definido. O custo da fase de pré-demonstração, conhecida como 1A, também não foi determinado, mas deverá ultrapassar os € 100 milhões (cerca de R$ 510,7 milhões). No entanto, na lei de programação militar 2024-2030, foi atribuído ao MGCS um orçamento de € 500 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões), noticia o canal francês BFM. Quem quer o quê? Paris e Berlim não têm a mesma visão da finalidade e do equipamento do veículo blindado do futuro. A França insiste na mobilidade do tanque para melhor responder às necessidades do seu Exército, enquanto a Alemanha o vê como um sucessor do Leopard 2 para poder exportá-lo. Paris quer um canhão de 140 mm, enquanto Berlim prefere um canhão de 130 mm. Qual é o próximo passo? Uma vez assinado o acordo da primeira fase, os fabricantes, KNDS e Rheinmetall, deverão estabelecer a distribuição exata de responsabilidades e criar uma organização industrial específica. Os dois países se deram um prazo até o fim do ano para notificar os contratos aos fabricantes, tarefa atribuída a Berlim como líder do projeto. Segundo o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, este calendário é "muito ambicioso". Além dos atores principais, dezenas de empresas participarão do programa. O projeto também poderá contar com a chegada de novos parceiros. Nas palavras do CEO da KDNS, Frank Haun, Espanha, Itália, Noruega, Polônia, Suécia e Reino Unido demonstraram interesse em aderir ao MGCS.
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Problemas entre França e Alemanha vão permitir que seu projeto do 'tanque do futuro' se concretize?
Alemanha e França assinaram um acordo que permite iniciar o desenvolvimento de um protótipo do novo tanque MGCS, que será a peça central da defesa terrestre de ambos os países. Contudo, apesar da assinatura do documento, as tensões entre as duas partes persistem e poderão impactar o projeto.
A Sputnik apresenta os pontos-chave do programa lançado em 2012 e os pontos de atrito entre os dois países.
O que é o MGCS?
O tanque de batalha principal europeu (EMBT, na sigla em inglês), ou Sistema Principal de Combate Terrestre (MGCS, na sigla em inglês), pretende substituir o tanque de guerra francês Leclerc e o Leopard 2 alemão a partir de 2040. O veículo blindado será o centro de um sistema global composto por drones, mísseis e baterias de artilharia autônomas. Todos esses módulos serão conectados através de um sistema de combate em nuvem.
O tanque será fortemente blindado para protegê-lo de ameaças, incluindo ataques de drones. Além disso, o tanque de guerra do futuro se beneficiará de importantes avanços tecnológicos, como a inteligência artificial (IA). Isso ajudará as equipes a planejar, dirigir, coordenar o fogo e tomar decisões.
Quem faz o quê?
Inicialmente, participaram do programa a empresa francesa Nexter e a alemã Krauss-Maffei-Wegmann (KMW). Ambas as empresas se fundiram em 2015 para formar a KNDS (KMW+Nexter Defense Systems), que desenvolveria o tanque. No entanto, a chegada da gigante alemã Rheinmetall em 2019 desequilibrou a balança e causou atrasos devido a diferenças na distribuição de tarefas.
Originalmente, a divisão era 50/50 entre Paris e Berlim, com a parte alemã dividida entre Rheinmetall e KMW. No entanto, a Rheinmetall não está satisfeita com a sua cota e manifestou o desejo de aumentá-la.
Ao final, os dois países definiram oito elementos no programa: plataforma, armas convencionais (torre, canhão), armas inovadoras (armas de energia dirigida, como lasers), sistemas de comunicação, sensores, simulação, proteção de tanques e infraestrutura associada.
A responsabilidade por determinados componentes, especificamente a torre e o canhão, que tem sido amplamente debatida pelas partes, será compartilhada entre os fabricantes. No entanto, nenhum outro detalhe do elenco foi revelado.
A Alemanha lidera o programa, tanto militar como industrialmente. Esta decisão visa contrariar a posição dominante da Dassault no Sistema de Combate Aéreo do Futuro (SCAF), outro grande projeto para criar um caça europeu de nova geração.
Quem paga o quê?
O programa é financiado igualmente pelos dois países, mas o orçamento total não foi definido. O custo da fase de pré-demonstração, conhecida como 1A, também não foi determinado, mas deverá ultrapassar os € 100 milhões (cerca de R$ 510,7 milhões).
No entanto, na lei de programação militar 2024-2030, foi atribuído ao MGCS um orçamento de € 500 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões), noticia o canal francês BFM.
Quem quer o quê?
Paris e Berlim não têm a mesma visão da finalidade e do equipamento do veículo blindado do futuro. A França insiste na mobilidade do tanque para melhor responder às necessidades do seu Exército, enquanto a Alemanha o vê como um sucessor do Leopard 2 para poder exportá-lo. Paris quer um canhão de 140 mm, enquanto Berlim prefere um canhão de 130 mm.
Qual é o próximo passo?
Uma vez assinado o acordo da primeira fase, os fabricantes, KNDS e Rheinmetall, deverão estabelecer a distribuição exata de responsabilidades e criar uma organização industrial específica. Os dois países se deram um prazo até o fim do ano para notificar os contratos aos fabricantes, tarefa atribuída a Berlim como líder do projeto.
Segundo o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, este calendário é "muito ambicioso". Além dos atores principais, dezenas de empresas participarão do programa. O projeto também poderá contar com a chegada de novos parceiros. Nas palavras do CEO da KDNS, Frank Haun, Espanha, Itália, Noruega, Polônia, Suécia e Reino Unido demonstraram interesse em aderir ao MGCS.
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