- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

Analista: sob pressão, Netanyahu pode 'ampliar guerra ou voltar a provocar Irã' para ficar no poder

© AP Photo / Avi OhayonO primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao centro, usa colete protetor e capacete ao receber instruções de segurança com comandantes e soldados no norte da Faixa de Gaza, 25 de dezembro de 2023
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao centro, usa colete protetor e capacete ao receber instruções de segurança com comandantes e soldados no norte da Faixa de Gaza, 25 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2024
Nos siga no
Nos últimos dias, tem sido ventilada a possível decisão do TPI de emitir mandados de prisão contra o premiê israelense e o seu círculo íntimo devido à forma como Tel Aviv conduziu sua campanha militar em Gaza. Para especialista ouvido pela Sputnik, a situação aumenta drasticamente os riscos de um conflito regional.
Israel não faz parte do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI) e não reconhece a jurisdição do tribunal com sede em Bruxelas. No entanto, a Palestina é membra desde 2015, e a sua jurisdição inclui a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Os Estados Unidos, que disseram na segunda-feira (29) não apoiar a investigação em Haia contra Israel, abandonaram o tribunal em 2002, antes de lançarem a sua guerra de agressão contra o Iraque.
A ameaça do mandado de prisão de Haia, combinada aos planos dos EUA de sancionar um batalhão radical das Forças de Defesa de Israel (FDI) (que aparentemente foi arquivado por enquanto), constitui um esforço de "baixa qualidade e mal disfarçado" das potências ocidentais para pressionar Netanyahu a fazer um acordo com o Hamas, pôr fim à guerra e, em última análise, concordar com a criação de um Estado palestino, afirmou o pesquisador de Ciência Política e Assuntos Internacionais baseado em Tel Aviv, Simon Tsipis.
"Um acordo com o Hamas significaria a derrota de Israel na guerra, e o cancelamento da operação em Rafah, e uma revolta do campo de direita contra Netanyahu, a saída de políticos e ministros de direita do governo, seu colapso e novas eleições", analisou Tsipis, entrevistado pela Sputnik.
Um soldado do Exército israelense gesticula atrás de um tanque de batalha principal em movimento enquanto as forças se reúnem em uma posição perto da fronteira com a Faixa de Gaza, no sul de Israel, em 30 de abril de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 30.04.2024
Panorama internacional
Israel entrará em Rafah com ou sem acordo de reféns, diz Netanyahu; confronto com Hezbollah escala
Isso coloca Netanyahu em uma "situação muito difícil, pode-se dizer desesperadora", sublinhou o especialista, alertando que "faça o que fizer, significará uma grande crise dentro de Israel e internacionalmente".

"Nesse contexto, a situação torna-se ainda mais perigosa, pois a sua única hipótese de sobreviver politicamente nesta luta e sob esta pressão é desencadear uma guerra regional ainda maior. Isso não pode ser excluído, uma vez que as provocações israelenses contra o Irã sob a liderança de Netanyahu continuam. É bem possível que ocorra um terceiro resultado nessa situação: provocações contra o Irã e o início de uma guerra regional em grande escala com o Irã. Essa é a única coisa que pode salvar Netanyahu, permitir-lhe permanecer no poder, escapar da responsabilidade e evitar o colapso do governo. Portanto, a situação é extremamente difícil, com tudo basicamente a depender dessa pessoa", analisou Tsipis.

Entretanto, se o TPI avançar com mandados contra a liderança israelense, isso ameaçaria não só Netanyahu, mas também a posição de Israel no mundo.

"Se um mandado de prisão for emitido, servirá como um vento favorável para os protestos anti-Israel. Aumentarão e provavelmente assumirão uma forma mais violenta não só nos EUA, mas em todo o mundo, porque se o TPI cumprir suas ameaças, será um sinal de legitimidade para as ondas de protestos. Nesse momento, esses protestos são considerados ilegítimos pela maioria dos governos onde ocorrem [...]."

Quanto ao lobby dos políticos dos EUA em nome de Israel com planos para pressionar a Casa Branca a impedir o avanço do TPI, o acadêmico acredita que estes esforços se resumem à existência de um lobby israelense "muito poderoso" no establishment político norte-americano.
"A maioria dos políticos da atual administração estão ligados, muito fortemente ligados, ao lobby judeu, e o lobby judeu tem uma série de pessoas que saem para pressionar os políticos dos EUA. Portanto, eu diria que para os Estados Unidos, para Joe Biden, a preocupação com os americanos e com a América e a preocupação com Israel são praticamente iguais. Israel tem uma capacidade tão poderosa de pressionar e influenciar os EUA que, de fato, os líderes estadunidenses preocupam-se com Israel tal como se preocupam com os americanos", acrescentou o analista.
Palestinos inspecionam as ruínas de um prédio residencial após um ataque aéreo israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 29 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 03.04.2024
Panorama internacional
Dependentes do lobby israelense, EUA blindam país da punição por genocídio em Gaza, dizem analistas
Congressistas norte-americanos chegaram a elaborar uma lei para sancionar os membros do TPI que participam de investigações "contra os Estados Unidos e seus aliados", informou o portal Axios na segunda-feira (29), citando o chefe do Comitê das Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Michael McCaul.
Nesta quarta-feira (1º), o secretário de Estado, Antony Blinken, desembarcou em Israel para pressionar por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. No entanto, segundo o The Wall Street Journal, Blinken encontrará Netanyahu em uma posição mais forte e menos suscetível a pressões do que estava há várias semanas. Ontem (30), o premiê disse que o "TPI não tem autoridade sobre Israel".
Logo da emissora Sputnik - Sputnik Brasil
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a cnteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала