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EUA recorrem a sanções diante do 'franco declínio' hegemônico, diz deputado venezuelano

© AP Photo / Fernando LlanoDepósitos de armazenamento de petróleo da Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA) (foto de arquivo)
Depósitos de armazenamento de petróleo da Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA) (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 03.05.2024
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Os Estados Unidos recorrem à imposição de sanções à Venezuela e a outros países devido ao "declínio" de sua hegemonia e governabilidade global, disse à Sputnik nesta sexta-feira (3) Tony Boza, economista e deputado do país sul-americano.

"É uma reação de um império que está em franco declínio, que, por um lado, internamente enfrenta uma série de problemas ingovernáveis e, em nível internacional, também tem perdido governabilidade, restando-lhe apenas um aliado muito enfraquecido, que é a União Europeia, com pouca capacidade de autonomia, pois não toma suas próprias decisões políticas", afirmou Boza.

Na última quarta-feira (1º), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que o restabelecimento das sanções dos Estados Unidos contra a empresa estatal Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA) causou perdas parciais de mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,1 bilhões) ao país caribenho somente entre janeiro e abril.
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Integrante do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o deputado destacou que Washington quer controlar as eleições presidenciais no país.

"É claramente um erro dos Estados Unidos, porque se eles pretendem condicionar a realização de eleições livres na Venezuela, o simples fato de um país tão poderoso como os Estados Unidos intervir de forma tão grotesca em uma economia e tentar influenciar as decisões dos eleitores é uma interferência absurda e desajeitada que não contribui", comentou.

O governo do presidente Joe Biden decidiu em abril retomar as sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela, relacionando a medida a questões eleitorais no país latino-americano.
Além disso, no fim de janeiro o governo Biden revogou uma licença que permitia transações com a empresa de mineração venezuelana Minerven, concedida em outubro de 2023 em resposta a um acordo sobre as eleições presidenciais.
Na ocasião, o governo venezuelano e a oposição assinaram dois acordos parciais em Barbados, que incluíam o respeito ao direito de cada ator político do país de selecionar livremente seu candidato para as eleições presidenciais de 2024. Boza afirmou que as medidas dos Estados Unidos afetam principalmente os cidadãos, não os governantes.

"É um país intervencionista acostumado a se envolver à força nas políticas internas dos países, e está fazendo isso mais uma vez de forma desajeitada e criminosa, porque isso não prejudica os altos funcionários do governo nem aqueles em cargos públicos de alto nível; prejudica o funcionamento das instituições a nível municipal, como hospitais, [e seus] medicamentos de alto custo para pessoas com doenças terminais, e o desenvolvimento de planos para serviços públicos", destacou.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa com seu homólogo iraniano, Ebrahim Raisi, em Teerã, no Irã, em 11 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.04.2024
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Assinatura de contratos mesmo com sanções

Também na última quarta (1º), o presidente Maduro anunciou a assinatura de 20 contratos na área de petróleo e gás com investidores internacionais, apesar das sanções. Além disso, o venezuelano garantiu que "nada nem ninguém" impedirá o crescimento da economia da nação sul-americana. Nesse contexto, o deputado disse à Sputnik que a Venezuela busca se integrar ao novo modelo das economias emergentes.

"Com muita dificuldade, mas está sendo conseguido, principalmente porque a Venezuela entendeu que precisa se alinhar ao lado certo, e o lado certo é a nova relação de forças que está surgindo no planeta […]. A Venezuela não só está fazendo a coisa certa ao estabelecer contratos, como isso também dá espaço para que, sempre que possível, avance rumo a uma nova estrutura financeira internacional e de relações monetárias", indicou.

Além disso, o economista e deputado destacou o crescimento do BRICS, diante do declínio do dólar. "Isso não vai mudar o movimento mundial e não vai fazer com que nem China, nem Rússia, nem os países emergentes do BRICS mudem o caminho que já traçaram e que, além disso, está aprofundando o peso da economia. Não se pode evitar o que está acontecendo, o que os Estados Unidos estão fazendo é uma espécie de pressão tardia, uma vez que o próprio sistema do dólar está entrando em colapso", acrescentou.
Por sua vez, a Venezuela espera poder se juntar ao grupo neste ano, na cúpula que será realizada em outubro, na Rússia.
Desde 2015, mais de 900 sanções foram impostas à Venezuela, causando uma diminuição de 99% na receita, de acordo com a administração Maduro. Além disso, o governo afirmou que as penalizações afetaram a economia, causando perdas de mais de US$ 232 bilhões (R$ 1,1 trilhão) na última década.
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