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'Não é necessário fazer estoque', presidente da Conab crava que arroz não vai sumir dos mercados
'Não é necessário fazer estoque', presidente da Conab crava que arroz não vai sumir dos mercados
Sputnik Brasil
As grandes chuvas que vêm assolando o Rio Grande do Sul causaram e seguem causando grandes estragos, sejam ambientais, sociais ou econômicos. 13.05.2024, Sputnik Brasil
2024-05-13T19:43-0300
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Esses impactos não ficam restritos aos municípios gaúchos. Pelo contrário, o Brasil inteiro sente as consequências, sobretudo no que diz respeito à alimentação. Como é o caso do arroz, produto fundamental no prato do brasileiro. Afinal, o Rio Grande do Sul é responsável pela produção de 70% desse item da cesta básica.Em exclusiva à Sputnik Brasil, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, salientou que a importação do produto é um movimento do governo federal para evitar a prática de valores acima da média, como ocorria em outras situações durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Protagonismo do MercosulQuestionado de onde viria a importação do arroz, o presidente do órgão sinalizou que será inteiramente importado do Mercosul. Há até um milhão de toneladas de arroz a serem importadas. A decisão foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao assinar o decreto, no último dia 9, para que a importação fosse iniciada. Contudo, existe um cuidado, segundo Pretto, para que o produto comprado de fora não compita com o mercado nacional.Segundo Pretto, serão importadas, inicialmente, 104 mil toneladas de arroz. A Conab quer, segundo pontuou, avaliar com toda a sensibilidade e todo o cuidado o que realmente será necessário, para não deixar regiões descobertas e evitar especulação. "[…] alguém ainda [pode] querer se aproveitar dessa tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul para subir o preço para o consumidor."Informações falsas no caminhoEm meio à enxurrada de informações falsas, o trabalho realizado pelos órgãos nacionais enfrenta algumas dificuldades. Nesse meio tempo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência está ajudando no esclarecimento sobre as fake news propagadas acerca da suposta ausência de ação do Poder Público federal.Segundo o presidente da Conab, essas desinformações atrapalham a atuação do órgão que está trabalhando para evitar que o arroz, um produto sensível, falte nas prateleiras dos mercados.Ele continua: "Não tem essa necessidade [de fazer estoque em casa]! O arroz é a parte mais sensível e, por isso, nós estamos tomando essa medida. Mas, obviamente, de uma forma controlada. E nós queremos abastecer especialmente os pequenos comerciantes, os pequenos varejistas que se abastecem nos grandes atacarejos, porque esses pequenos não têm estoque, e nós não podemos deixar também a população, especialmente nas periferias, descoberta."O órgão vai estabelecer o preço em que o atacadista vai comprar e, também, o máximo que ele pode vender para a população, para que esse arroz chegue a um preço acessível à população.Estoque zerado?Questionado sobre a falta de estoque nacional para evitar os "superpreços" que ocorrem em situações semelhantes, Edegar Pretto afirmou que a ausência se deu devido ao governo anterior, que desmontou o órgão.Ele continuou: "O governo passado fechou 27 unidades armazenadoras da Conab. Ainda temos 64 em funcionamento e algumas precisando de investimento porque também não foi feito investimento em seis anos."A ausência do arroz poderia gerar uma crise de segurança alimentar?O Brasil figura como protagonista na iniciativa global contra a fome. Acerca disso, o presidente do órgão disse que esse protagonismo não será perdido e que não há risco de desabastecimento nas prateleiras e dentro da casa dos brasileiros."E nós vamos fazer, então, os estoques públicos, que é a forma que o poder público e o governo federal têm de fazer esse equilíbrio de preço também para os consumidores", finalizou Pretto.Iniciativa global contra a fomeRodrigo Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania contra a Fome a Miséria e pela Vida, destacou os esforços do Brasil em se juntar à luta global contra a fome. Em entrevista exclusiva, ele expressou otimismo em relação às políticas recentes do governo, que visam apoiar a produção de alimentos e recriar estoques reguladores.No entanto, Afonso alertou para o baixo investimento financeiro e a lentidão na implementação dessas medidas, destacando a urgência da situação para milhões de brasileiros.Ele evidenciou a necessidade de um enfoque global na produção de alimentos, criticando a dependência excessiva de importações que não levam em consideração as necessidades alimentares locais.Afonso ressaltou que a ênfase na produção de commodities e alimentos ultraprocessados tem gerado riqueza para alguns países, mas contribuído para a pobreza em nações em desenvolvimento, como o Brasil. Com preços elevados e dificuldades de acesso, a população mais vulnerável enfrenta desafios significativos para se alimentar adequadamente."O Brasil tem muito a mostrar na aliança global contra a fome", finalizou.
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mercosul, conab, rio grande do sul, jair bolsonaro, luiz inácio lula da silva, brasil, sputnik brasil, rio de janeiro, arroz, agricultura, enchentes, exclusiva, companhia nacional de abastecimento
Esses impactos não ficam restritos aos municípios gaúchos. Pelo contrário, o Brasil inteiro sente as consequências, sobretudo no que diz respeito à alimentação. Como é o caso do arroz, produto fundamental no prato do brasileiro. Afinal, o Rio Grande do Sul é responsável pela produção de 70% desse item da cesta básica.
Em exclusiva à Sputnik Brasil, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, salientou que a importação do produto é um movimento do governo federal para evitar a prática de valores acima da média, como ocorria em outras situações durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"É uma medida de prevenção que nós estamos tendo. Nós teremos que importar justamente para fazer uma cobertura nacional, já que está muito concentrada a produção aqui e para evitar que esse transporte demore e deixe regiões descobertas", explicou acerca da decisão à reportagem.
Questionado de onde viria a importação do arroz, o presidente do órgão sinalizou que será inteiramente importado do Mercosul. Há até um milhão de toneladas de arroz a serem importadas. A decisão foi tomada
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao assinar o decreto, no último dia 9, para que a importação fosse iniciada. Contudo, existe um cuidado, segundo Pretto, para que o produto comprado de fora não compita com o mercado nacional.
"A decisão que foi tomada, orientada pelo presidente Lula, através de uma medida provisória que foi publicada no dia 9, é dar para a Conab autorização para que a gente possa importar até um milhão de toneladas de arroz do Mercosul. [...] Estamos tendo um cuidado, porque nós não vamos trazer esse produto todo de uma vez só. Nós também temos que ter o cuidado de não trazer produto de fora e competir com a nossa produção nacional. Então nós temos uma autorização, e agora estamos preparando o edital para lançar o leilão", informou em entrevista.
Segundo Pretto, serão importadas, inicialmente, 104 mil toneladas de arroz. A Conab quer, segundo pontuou, avaliar com toda a sensibilidade e todo o cuidado o que realmente será necessário, para não deixar regiões descobertas e evitar especulação. "[…] alguém ainda [pode] querer se aproveitar dessa tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul para subir o preço para o consumidor."
Informações falsas no caminho
Em meio à enxurrada de informações falsas, o trabalho realizado pelos órgãos nacionais enfrenta algumas dificuldades. Nesse meio tempo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da
Presidência está ajudando no esclarecimento sobre as fake news propagadas acerca da suposta ausência de ação do Poder Público federal.
Segundo o presidente da Conab, essas desinformações atrapalham a atuação do órgão que está trabalhando para evitar que o arroz, um produto sensível, falte nas prateleiras dos mercados.
"Pessoas usando fake news, instigando pessoas a ir ao supermercado, comprar, fazer estoque. Não é necessário isso! É isso que pode causar problemas quando as pessoas compram demasiadamente, sem necessidade, para deixar guardado em casa", criticou.
Ele continua: "Não tem essa necessidade [de fazer estoque em casa]! O arroz é a parte mais sensível e, por isso, nós estamos tomando essa medida. Mas, obviamente, de uma forma controlada. E nós queremos abastecer especialmente os pequenos comerciantes, os pequenos varejistas que se abastecem nos grandes atacarejos, porque esses pequenos não têm estoque, e nós não podemos deixar também a população, especialmente nas periferias, descoberta."
O órgão vai estabelecer o preço em que o atacadista vai comprar e, também, o máximo que ele pode vender para a população, para que esse arroz chegue a um preço acessível à população.
Questionado sobre a falta de estoque nacional para evitar os "superpreços" que ocorrem em situações semelhantes, Edegar Pretto afirmou que a ausência se deu devido ao governo anterior, que desmontou o órgão.
"O Brasil deixou de fazer estoque no governo passado. Foram seis anos que não foi feita uma política de estoque público. Em 2007, no segundo governo do presidente Lula, […] nós [da Conab] tínhamos 2 milhões de toneladas de arroz estocado [nos armazéns]. Estou falando desse produto que é sensível, mas tinha feijão, tinha farinha de mandioca, tinha trigo, tinha milho. Os estoques eram regulados pelo governo. E aí, você, tendo estoque público, também pode controlar preços", sublinhou.
Ele continuou: "O governo passado fechou 27 unidades armazenadoras da Conab. Ainda temos 64 em funcionamento e algumas precisando de investimento porque também não foi feito investimento em seis anos."
A ausência do arroz poderia gerar uma crise de segurança alimentar?
O
Brasil figura como protagonista na iniciativa global contra a fome. Acerca disso, o presidente do órgão disse que esse protagonismo não será perdido e que não há risco de desabastecimento nas prateleiras e dentro da casa dos brasileiros.
"Nós estamos muito dedicados a garantir um aumento da produção do alimento para o nosso consumo interno. Porque, além disso, não vai faltar, obviamente, não tem risco de desabastecimento. Mas nós temos que ter, por parte do governo, do poder público, a possibilidade de fazer esse equilíbrio. Garantir lucro para o agricultor, mas não deixar que o consumidor pague caro demais pela alimentação. Nos quatro anos do governo passado, a inflação geral foi de 30%, em média, e a inflação dos alimentos chegou a 57%", arrematou.
"E nós vamos fazer, então, os estoques públicos, que é a forma que o poder público e o governo federal têm de fazer esse equilíbrio de preço também para os consumidores", finalizou Pretto.
Iniciativa global contra a fome
Rodrigo Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania contra a Fome a Miséria e pela Vida, destacou os esforços do Brasil em se juntar à luta global contra a fome. Em entrevista exclusiva, ele expressou otimismo em relação às políticas recentes do governo, que visam apoiar a produção de alimentos e recriar estoques reguladores.
"O Brasil entra na iniciativa global contra a fome no rumo certo. […] As políticas que estão sendo adotadas por esse governo [Lula] vão de encontro a isso, […] no sentido de fazer políticas de apoio à produção de alimentos que a gente consome, de recriar os estoques reguladores de alimentos, de diversificar a plantação no Brasil. Então o Brasil tem no lugar certo a aplicação das políticas públicas nesse momento", cravou à Sputnik Brasil.
No entanto, Afonso alertou para o baixo investimento financeiro e a lentidão na implementação dessas medidas, destacando a urgência da situação para milhões de brasileiros.
Ele evidenciou a necessidade de um enfoque global na produção de alimentos, criticando a dependência excessiva de importações que não levam em consideração as necessidades alimentares locais.
Afonso ressaltou que a ênfase na produção de commodities e alimentos ultraprocessados tem gerado riqueza para alguns países, mas contribuído para a pobreza em nações em desenvolvimento, como o Brasil. Com preços elevados e dificuldades de acesso, a população mais vulnerável enfrenta desafios significativos para se alimentar adequadamente.
"O Brasil tem muito a mostrar na aliança global contra a fome", finalizou.
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