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Analista: ajuda do NBD é 'ação de solidariedade entre parceiros', não uma liberalidade de Dilma

© Foto / Gilvan Rocha / Agência BrasilPrefeitura de Porto Alegre (à esquerda) e Mercado Público (à direita), alagados após chuvas intensas. Rio Grande do Sul, 3 de maio de 2024
Prefeitura de Porto Alegre (à esquerda) e Mercado Público (à direita), alagados após chuvas intensas. Rio Grande do Sul, 3 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 14.05.2024
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Criado para investir em infraestrutura, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco do BRICS, anunciou nesta terça-feira (14) que destinará cerca de R$ 5,75 bilhões para o Rio Grande do Sul.
O anúncio foi feito pela presidente da instituição e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Segundo Dilma, o NBD tem compromisso com a reconstrução do estado e atuará na recuperação da infraestrutura.
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Segundo um analista ouvido pela reportagem, o empréstimo anunciado pelo banco está ajustado com sua missão institucional.

"É importante lembrar que o Novo Banco de Desenvolvimento foi criado para investir em infraestruturas. Pela dimensão da catástrofe no Rio Grande do Sul, estradas, pontes, reservatórios de água, aeroportos etc. precisam ser reconstruídos, sem falar em cidades inteiras", detalhou Marcos Cordeiro Pires, professor de relações internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Solidariedade do BRICS

À reportagem, o internacionalista explicou que a decisão não veio única e exclusivamente da presidente do banco.

"A concessão do empréstimo não é uma liberalidade da presidenta do NBD, Dilma Rousseff, mas uma decisão do colegiado da direção, que conta com representantes da China, África do Sul, Índia e Rússia, além do Brasil. Isso pode ser visto como uma ação de solidariedade entre os parceiros", sublinhou.

O especialista pontuou que o trabalho de reconstrução será imenso e demandará muita cooperação.

"Os projetos deverão ser feitos a toque de caixa, e a experiência internacional será valiosa, particularmente do arquiteto chinês Kongjian Yu, um nome reconhecido mundialmente devido à criação do conceito de cidade-esponja, que reorganiza o espaço urbano para absorver a água de chuvas torrenciais", arrematou.

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Fato de Dilma ser brasileira pesou na decisão

À reportagem, o professor de relações internacionais Rodrigo Barros de Albuquerque, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e de ciência política na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sinalizou que o fato de a presidente do banco do BRICS ser brasileira ajudou na decisão da destinação da verba ao Rio Grande do Sul.
Segundo ele, o governador Eduardo Leite, membro de um partido que teceu fortes críticas à propria ideia de um Banco do Sul Global, receber ajuda deste mesmo banco traz algumas questões interessantes.

"Primeiro porque é evidente que, na hora da necessidade, qualquer ajuda é bem-vinda, até de quem se costumava detratar. Segundo, porque a presidente do banco é a ex-presidente Dilma Rousseff, também alvo de ataques do partido do governador. E não se deve ser ingênuo de achar que apenas critérios técnicos orientaram a decisão do banco de prestar esse auxílio financeiro, é claro que o fato de a presidente do banco ser brasileira e aliada de primeira hora do presidente Lula pesou nessa decisão", cravou o especialista.

Para o analista internacional, o fenômeno da paradiplomacia é real e seus estudos no Brasil têm crescido, "pela importância do tema e pela sua aplicação com relativa facilidade ao caso brasileiro, ainda que estejamos engatinhando nesse aspecto, com poucas cidades e estados efetivamente desenvolvendo políticas externas próprias".

"Fosse uma outra situação, creio que isso poderia ser benéfico ao Rio Grande do Sul, mas ao se considerar o contexto de tragédia que ainda demorará a ser plenamente revertido, não dá pra afirmar sem muitas ressalvas que isso é uma coisa positiva que poderá ser extraída dessa catástrofe. O contexto não é favorável para que se observe qualquer coisa positiva no momento. É muito cedo para isso", finalizou Rodrigo.

Situação no RS

O número de mortos no Rio Grande do Sul, devido às tempestades e alagamentos das últimas semanas, chegou a 148, de acordo com a Defesa Civil do estado. O boletim desta terça-feira (14) informa ainda que 124 pessoas estão desaparecidas.
O total de desalojados pelas enchentes chega a quase 540 mil, e mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas em todo o estado.
O mais recente boletim aponta que 2.124.203 pessoas foram afetadas pelas chuvas, do total de 10,88 milhões de habitantes do estado, o que corresponde a 19,47% da população.
Quase 90% dos 497 municípios gaúchos sofrem direta ou indiretamente as consequências dos eventos climáticos.
Mais de 700 abrigos criados no estado acomodaram 76.884 pessoas, que tiveram que abandonar seus imóveis devido ao comprometimento das estruturas ou à falta de acesso.

Autoridade federal

Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo nomeará uma "autoridade federal" no Rio Grande do Sul.
O representante deverá centralizar o auxílio da máquina federal e o socorro do governo ao estado enquanto durar a crise humanitária.
A formatação do novo cargo está sendo trabalhada pela Advocacia-Geral da União (AGU), e, segundo o ministro, o nome do representante será anunciado amanhã (15) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Um efetivo de 27,6 mil agentes das forças de segurança federais, estaduais, municipais e civis voluntárias resgataram mais de 76,4 mil vítimas e aproximadamente 11 mil animais domésticos e silvestres.
Nessas ações estão sendo empregadas mais de 4,4 mil viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações, desde navios da Marinha do Brasil, que levam toneladas de doações às vítimas, a jet skis, pequenos barcos e botes de voluntários empregados em operações de salvamento por água de vítimas das enchentes no estado.
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