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Níveis elevados da dívida pública colocam Europa em risco de 'choques adversos', alerta BCE

© AFP 2023 / Kirill KudryavtsevUma pessoa passa pelo símbolo da moeda euro em frente ao antigo edifício do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, Alemanha, 14 de setembro de 2023
Uma pessoa passa pelo símbolo da moeda euro em frente ao antigo edifício do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, Alemanha, 14 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 16.05.2024
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O fracasso dos países europeus em reduzir a sua dívida pública os deixa "vulneráveis a choques adversos" decorrentes de tensões geopolíticas e de taxas de juros persistentemente elevadas, alertou o Banco Central Europeu (BCE) em sua avaliação semestral.
Muitos governos europeus não reverteram totalmente as medidas de apoio introduzidas para proteger os consumidores e as empresas do impacto econômico da pandemia de COVID-19, ou as que buscaram mitigar o choque nos preços da energia causados pelas sanções ocidentais à energia russa em alinhamento aos EUA e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e seu conflito por procuração na Ucrânia. Segundo a autoridade monetária da zona do euro, a falta de soluções para estas questões poderia aumentar ainda mais os custos para o crédito.
Apesar de notar que os riscos para o sistema financeiro reduziram no que tange o endividamento familiar, o BCE afirmou que a dívida soberana dos Estados-membros do bloco provavelmente vá permanecer elevada graças às "políticas fiscais frouxas".
De acordo com o Financial Times (FT), embora seja esperado que a atividade econômica se recupere nos próximos anos, apoiada por mercados de trabalho resilientes, uma inflação mais baixa e cortes esperados nas taxas de juros por parte do BCE — já a partir do próximo mês, existem "desafios estruturais [...] que continuam a representar um entrave à produtividade e ao crescimento".
O alerta do BCE surgiu depois de a União Europeia (UE) ter publicado previsões econômicas atualizadas, nas quais estimava que o endividamento líquido dos governos da zona do euro diminuiria de 3,6% do PIB no ano passado para 3% neste ano e 2,8% em 2025. Entretanto, espera que a dívida pública global permaneça acima dos níveis pré-pandemia, em 90% do PIB em todo o bloco, em 2024, e depois aumente ligeiramente no próximo ano.
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Ainda em tom de alerta, o BCE afirmou que "os riscos de derrapagem fiscal à luz de uma agenda eleitoral ocupada em 2024-2025 – tanto a nível nacional como da UE – ou incertezas em torno da implementação exata do novo quadro fiscal da UE podem levar os participantes do mercado a reprecificar o risco soberano".

O BCE define a política monetária para os 20 Estados-membros da zona do euro e supervisiona os maiores credores do bloco monetário e afirmou, em seu último relatório semestral, que o sistema bancário da zona do euro estava "bem equipado para enfrentar esses riscos, dadas as fortes posições de capital e liquidez", mas que "reservas de caixa insuficientes" poderiam levar a "vendas forçadas de ativos".
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