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Moldávia prepara anexação da Transnístria e do próprio país à Romênia, avalia deputado à Sputnik

© flickr.com / Vitaly Velikodny Tiraspol, a capital da Transnístria
Tiraspol, a capital da Transnístria - Sputnik Brasil, 1920, 29.05.2024
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A preparação para anexar a República Moldava da Transnístria (PMR, na sigla em inglês) e a própria Moldávia à Romênia já é uma realidade no país, declarou à Sputnik o deputado do Conselho Supremo da PMR e cientista político Andrei Safonov. O político ainda classificou a composição do regime governante do país de "cidadãos com passaportes romenos".
Safonov lembrou que, nos últimos dias, a mídia local tem divulgado o chamado do vice-primeiro-ministro da Moldávia, Oleg Serebryan, para a "reintegração" da região. A medida, segundo a liderança moldava, também seria a ponte para a resolução do conflito transnístrio, do qual Romênia e Ucrânia deveriam atuar como consultores internacionais.

"Na verdade, isso não é uma novidade. Chisinau [capital da Moldávia] está quebrando a cabeça sobre como desmantelar o formato de negociação '5+2' para a resolução do conflito moldavo-transnístrio, mas sem assumir a responsabilidade pela recusa oficial de dialogar com a Transnístria", disse Safonov.

Segundo o deputado, é surpreendente a "desleixada" inclusão da Ucrânia e da Romênia na mesma discussão. Além disso, o cientista político lembra que tanto Ucrânia quanto Rússia são países da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), juntamente com a também Transnístria, na época parte da Moldávia Soviética. Em 1992, ajudaram o território a não ser incorporado pela Romênia.
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"A Romênia é uma 'história' completamente diferente. Não fazia parte da URSS e teve um papel claro de ocupante em relação à Moldávia. Foram duas ocupações: de 1918 a 1940 — Bessarábia, ou seja, a margem direita do Dniester — e de 1941 a 1944 — toda a Moldávia Soviética, incluindo a Transnístria moderna. A segunda ocupação foi realizada em aliança com o Terceiro Reich de Adolf Hitler. Além disso, a Romênia capturou parte dos territórios ucranianos, incluindo Odessa", destacou o deputado transnístrio.

Ao incluir de maneira tão grosseira a Romênia no formato de negociação e tentar excluir a Rússia, os políticos moldavos têm um objetivo claro, aponta Safonov: preparar toda a ex-República Socialista Soviética da Moldávia para a sua anexação pela Romênia.
"Provas: recentemente o primeiro-ministro da Romênia, Marcel Ciolacu, declarou que não existem moldavos nem língua moldava; apenas romenos que falam romeno. E então o vice-primeiro-ministro Serebryan o apoiou: resulta que na Transnístria também não vivem moldavos, mas romenos", declarou.
Tudo isso, conforme o parlamentar, forma um quadro político claro: Moldávia e Transnístria estão sendo preparadas por Bucareste e suas marionetes de Chisinau para serem anexadas à Romênia.
"Obviamente, os cálculos do regime de Chisinau estão construídos sobre areia. Nem a Rússia nem a Transnístria aceitarão uma mudança no formato de negociação. Mas o fato de esses planos efêmeros existirem mostra que os oponentes de Moscou e Tiraspol estão prontos para se aventurar em empreitadas perigosas", ressaltou Safonov.

Maioria russa e ucraniana

A Transnístria, cuja população é composta por 60% de russos e ucranianos, buscava se separar da Moldávia ainda nos últimos anos da URSS. A razão para isso foram os temores de que, em meio ao aumento das manifestações nacionalistas, a Moldávia se juntasse à Romênia.
Em 1992, após uma tentativa frustrada de Chisinau de resolver o problema pela força, a Transnístria se tornou de fato um território independente e se autoproclamou uma república.
Nas negociações para a resolução do conflito transnístrio, participam Chisinau e Tiraspol como partes conflitantes; Rússia, Ucrânia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês) como mediadores; e União Europeia e dos Estados Unidos como observadores.
A última reunião de ministros das Relações Exteriores dos países mediadores e observadores ocorreu no outono de 2019 em Bratislava. Já o encontro oficial no formato "1+1" foi realizado em 16 de janeiro deste ano, mas terminou sem resultados.
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