Analista: sistema energético da Ucrânia sofre com a corrupção de Kiev e ataques cirúrgicos russos
10:37 26.06.2024 (atualizado: 13:07 26.06.2024)
© Sputnik / Ministério da Defesa da Rússia / Acessar o banco de imagensCaptura de tela de vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia em que um navio da Marinha russa lança mísseis durante um ataque de alta precisão a instalações militares ucranianas durante a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em local desconhecido
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Os ataques de precisão da Rússia já destruíram com sucesso depósitos de munições e combustível, campos de aviação, quartéis-generais militares, bem como instalações de produção militar e um importante centro de tomada de decisão na Ucrânia, mas, segundo o pesquisador Aleksandr Dudchak, a corrupção ucraniana também merece atenção.
A Ucrânia clama regularmente por novos armamentos de defesa antiaérea, em números cada vez maiores, incluindo sistemas de mísseis antiaéreos Patriot fabricados nos EUA, dos seus manipuladores ocidentais. Entretanto, Kiev investiu US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões) em estruturas de defesa construídas exclusivamente para proteção contra drones russos, que foram todas destruídas.
A corrupção ucraniana "merece um grande monumento", pois "salva vidas", disse Aleksandr Dudchak, pesquisador líder do Instituto de Estudos da CEI e especialista do movimento Outra Ucrânia, à Sputnik. Ele observou que o uso indevido desenfreado de fundos que o Ocidente injetou no governo de Kiev acabou por ajudar as Forças Armadas da Rússia a cumprir os seus objetivos com ataques direcionados.
O ex-ministro do Interior da Ucrânia e antigo procurador-geral Yuri Lutsenko se irritou recentemente com "meio bilião de dólares" que foram desperdiçados para proteger subestações elétricas. O dinheiro foi gasto exclusivamente na defesa dos drones, observou ele, mas foram os mísseis russos que realizaram com sucesso os ataques cirúrgicos.
As Forças Armadas da Rússia atingiram as instalações de energia da Ucrânia que abastecem o complexo industrial-militar, informou o Ministério da Defesa da Rússia em 22 de junho, em resposta às tentativas de Kiev de danificar as instalações de energia russas.
"Enquanto a Ucrânia está dispendendo quantias colossais de dinheiro, os norte-americanos e os seus parceiros ficam muito felizes em alardear toda a ajuda financeira que está sendo injetada em Kiev [...]. É claro que a Ucrânia é usada como pretexto para acumular encomendas lucrativas para o seu próprio complexo industrial-militar e oportunizando a geração de empregos", esclareceu Dudchak.
Além do uso indevido de fundos, também é preciso reconhecer que é difícil se defender do míssil balístico hipersônico lançado do ar russo Kinzhal, disse o especialista. "Não importa o que eles [Ocidente] entreguem [à Ucrânia], nem sempre pode ajudar", observou ele.
Dudchak lembrou como Vladimir Zelensky, líder da Ucrânia atualmente sem mandato legítimo, se gabou de quão bem protegida estava a infraestrutura energética do seu país e de que a usina termoelétrica de Tripolie era impossível de destruir. "Bem, podemos ver quanto vale essa proteção", observou o especialista.
"Enquanto o complexo militar-industrial dos EUA luta para atingir a sua plena capacidade, eles recorrem às suas próprias reservas ou esgotam as reservas dos seus parceiros. Por muito que [os EUA] desejassem, não podem entregar mais do que estão a fazer atualmente", sublinhou Dudchak.
Autoridades de Kiev admitiram que é impossível fornecer 100% de proteção a qualquer coisa, até mesmo a uma usina termoelétrica, apesar de haver quatro sistemas Patriot estacionados nas proximidades. O especialista enfatizou que as armas avançadas da Rússia têm a capacidade de destruir eficazmente as instalações energéticas que abastecem a indústria de defesa ucraniana.
Ele acrescentou que hoje já podemos ver o "efeito de impacto acumulado no sistema energético [da Ucrânia]". O especialista destacou os contínuos cortes de energia que afetam os consumidores industriais e domésticos, e observou que a situação na capital ucraniana piorará à medida que o inverno (no Hemisfério Norte) se aproxima.