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Avanços, impasses e soluções: sherpas do G20 debatem ações para encontro; reforma da ONU no radar

© Audiovisual G20 BrasilMauricio Lyrio, sherpa do Brasil no G20
Mauricio Lyrio, sherpa do Brasil no G20 - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2024
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Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (5), na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, o embaixador e sherpa do Brasil no G20, Mauricio Lyrio, fez um balanço das reuniões dos sherpas — que tiveram início na última quarta-feira (3) e vão até hoje.
Segundo o representante brasileiro, a "melhor maneira de fazer isso [deixar o G20 mais perto da população] é tornar as instâncias dos governos do G20 mais abertas para receber as sugestões dos grupos de engajamento".
Lyrio destacou que uma das principais tarefas foi encontrar uma fórmula que permitisse aos ministros concentrarem-se exclusivamente nos temas de suas áreas de atuação, sem a necessidade de abordar questões geopolíticas, que frequentemente causam discordâncias.
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Segundo ele, desde 2022, com o início do conflito na Ucrânia, a inclusão de temas geopolíticos em declarações ministeriais tem sido um ponto de divergências, impedindo a aprovação de documentos conjuntos.

"Desde a presidência indonésia, não foi possível aprovar declarações ministeriais consensuadas devido à dificuldade de chegar a um acordo sobre a linguagem geopolítica. Conseguimos negociar uma fórmula para que, nas próximas reuniões, os ministros possam focar seus temas específicos", explicou o sherpa.

Desenvolvimento

O embaixador mencionou que a reunião conseguiu avançar significativamente em áreas como desenvolvimento e acesso a água e saneamento. Dois documentos estão próximos de ser concluídos: um sobre a redução das desigualdades em várias formas (racial, de gênero, socioeconômica, entre outras) e outro sobre a cooperação para ampliar o acesso a serviços básicos.
"Teremos a reunião de ministros do desenvolvimento no Rio de Janeiro, e já temos acordos quase finalizados sobre esses documentos. A inclusão ou não de linguagem geopolítica nesses documentos ainda está sendo resolvida, mas chegamos a um consenso para liberá-los com uma declaração separada da presidência sobre temas geopolíticos", detalhou.

Aliança contra a fome

Outra conquista importante, segundo o representante do Brasil no G20, foi a finalização de três documentos fundamentais para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza: o documento de base, os critérios de inclusão dos programas sociais e os termos de adesão dos países. Esses textos, após superarem a pendência de questões geopolíticas, serão divulgados na próxima reunião sobre a Aliança Global.

"Com o acordo negociado, poderemos tornar públicos esses documentos consensuados entre os países, permitindo avanços significativos na luta contra a fome", afirmou o embaixador.

Pela primeira vez, houve uma interação direta entre representantes governamentais do G20 e grupos de engajamento da sociedade civil, como o W20 (Women/Mulheres 20) e o L20 (Labor/Trabalho 20). Esse diálogo antecipado visa incorporar sugestões da sociedade aos documentos do G20, refletindo melhor os anseios da população.
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"O objetivo é que o G20 esteja mais aberto ao diálogo com a sociedade […]. Recebemos demandas diversas, como inteligência artificial, igualdade de gênero e qualidade do trabalho, que serão consideradas nas negociações dos documentos", disse o sherpa.
A reunião dos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais no final deste mês deve ser um teste para essa nova fórmula de separação dos temas geopolíticos, adiantou Lyrio durante a coletiva. De acordo com ele, a expectativa é que, sem a inclusão desses temas [da geopolítica], seja possível chegar a uma declaração ministerial consensuada.

"Estamos otimistas com a possibilidade de termos uma declaração ministerial de Finanças, agora que superamos o obstáculo da questão geopolítica. A presidência brasileira divulgará um texto separado sobre esses temas, facilitando a liberação das declarações ministeriais", concluiu o embaixador.

Na coletiva, Lyrio adiantou que na reunião de Nova York o tema "Reforma da Governança Global" vai tratar sobre a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU).
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