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Itamaraty pede desculpas a embaixadores por abordagem policial no Rio

© ReproduçãoPoliciais militares do Rio de Janeiro durante abordagem a adolescentes na capital fluminense
Policiais militares do Rio de Janeiro durante abordagem a adolescentes na capital fluminense - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2024
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Nesta sexta-feira (5), o Itamaraty recebeu os embaixadores do Gabão e de Burkina Faso para apresentar um pedido formal de desculpas pela abordagem policial a adolescentes no Rio de Janeiro na quinta-feira (4).
Entre os abordados com armas de fogo estavam os filhos dos chefes das missões dos países, além do filho de um diplomata canadense e o neto do jornalista Ricardo Noblat. Todos os filhos dos diplomatas são negros.
Câmeras de segurança registraram policiais militares abordando quatro adolescentes em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, com fuzis. Três dos jovens eram negros e um era branco.
A família do neto do jornalista afirmou que a abordagem foi racista e relatou o caso ao Itamaraty. Na manhã de sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores emitiu um pedido formal de desculpas.

"Na reunião entregamos aos embaixadores uma nota verbal com um pedido formal de desculpas e informamos que solicitaremos ao governo do Rio de Janeiro uma investigação rigorosa e a responsabilização dos policiais envolvidos na abordagem", declarou o ministério.

Os embaixadores foram recebidos pelo chefe do Cerimonial do Itamaraty, embaixador Mauro Furlan. Um pedido de desculpas também será enviado à Embaixada do Canadá.

O caso

Câmeras de segurança registraram a abordagem na noite de quinta-feira (4) em uma rua na capital fluminense. Os adolescentes, de 13 e 14 anos, voltavam de um jogo de futebol na Praça Nossa Senhora da Paz.
Ao chegarem a um prédio, foram empurrados para a garagem e revistados. Ricardo Noblat relatou nas redes sociais que seu neto estava entre os jovens abordados pela polícia. O porteiro do prédio, que testemunhou o incidente, foi chamado para depor.
Segundo Rhaiana Rondon, mãe do adolescente branco, os quatro amigos moram em Brasília (DF) e estavam no Rio de Janeiro para passar as férias, acompanhados pelos avós de um deles. No momento da abordagem, por volta das 19h00, eles estavam deixando outro amigo na porta do prédio.
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Os policiais, armados com fuzis e pistolas, abordaram os meninos sem fazer perguntas, encostando-os contra o muro do condomínio. Com armas apontadas para as suas cabeças, os adolescentes foram obrigados a tirar os casacos e levantar as mãos.
Eles foram questionados sobre o que faziam na rua. Três deles, por serem estrangeiros, não entenderam a pergunta e não responderam. O filho de Rhaiana respondeu e, em seguida, o grupo foi liberado.
Os policiais alertaram as crianças para não andarem na rua, pois poderiam ser abordadas novamente. A mãe afirmou que a abordagem foi racial e criminosa.
Em nota, a Polícia Militar do Rio informou que os policiais envolvidos na ação estavam usando câmeras corporais. As imagens serão analisadas para verificar se houve excesso por parte dos agentes.
"A formação dos policiais militares inclui disciplinas como direitos humanos, ética, direito constitucional e leis especiais como prioridade absoluta", declarou a PM.
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