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Abin paralela: PF prende 5º suspeito alvo da operação Última Milha

© Foto / Antonio Cruz / Agência BrasilFachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 2 de março de 2023
Fachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 2 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2024
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A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (11) o quinto alvo da operação Última Milha, Rogério Beraldo de Almeida, que estava foragido. Segundo as investigações da PF, ele mantinha um perfil nas redes sociais que "propagava fake news" com uso da estrutura da Abin.
Mais cedo, a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal, parte da operação que investiga um esquema de espionagem ilegal mantido por membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com as investigações, as notícias falsas disseminadas por Almeida eram repassadas por servidores da chamada "Abin paralela", segundo a PF.
Foram presos até o momento o ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Bolsonaro Mateus Sposito; os policiais federais Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo de Araújo Bormeve e Rogério Beraldo de Almeida.
Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2024
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Abin: máquina ilegal de espionagem de Bolsonaro visou até mesmo aliados, diz PF
A nova fase da operação foi potencializada por dados encontrados em celulares apreendidos de alguns investigados.
Desde 2023, a PF investiga o uso ilegal de sistemas da Abin pelo ex-presidente para espionar opositores e desafetos pessoais. Foram espionados também o ex-governador de São Paulo João Doria, os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges e os auditores da Receita Federal Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homem da Silva e José Pereira de Barros Neto.
De acordo com a polícia, Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e candidato de Bolsonaro para as eleições municipais do Rio de Janeiro, determinou alvos a serem espionados por motivos políticos de interesse do então chefe de Estado.

Áudio sobre rachadinha de Flávio Bolsonaro

Após retirada do sigilo de alguns documentos do inquérito, nesta quinta-feira (11), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), foi divulgado um áudio de Jair Bolsonaro com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e Alexandre Ramagem de agosto de 2020, que aponta uso ilegal da agência para obter informações sobre a suposta rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando este era deputado federal.
Com pouco mais de uma hora de duração, o áudio, que está sob segredo de Justiça, aponta que a Abin tentou saber detalhes da investigação de Flávio Bolsonaro por uso ilegal de dinheiro público.
Segundo a PF, agentes que participavam do esquema monitoraram três auditores da Receita Federal responsáveis pelo relatório fiscal que baseou a investigação.
De acordo com a PF, no áudio é identificada a atuação de Alexandre Ramagem para instaurar um procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar os auditores de seus respectivos cargos. Em 2020, um dos três auditores foi exonerado pelo governo.
O senador Flávio Bolsonaro disse nas redes sociais que não tinha relações com a Abin.

"A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro", complementou.

Alvos também no Caso Marielle e na área de meio ambiente

Hugo Ferreira Netto Loss, um dos alvos monitorados pela Abin paralela, segundo a PF, chefiava ações contra o garimpo e o desmatamento em terras indígenas no sul do Pará como servidor do Ibama. Chegou a ser exonerado do cargo de coordenador de operações de fiscalização do órgão ambiental na época.
Ainda de acordo com as investigações, a Abin monitorou ilegalmente as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
O relatório da investigação indica que agentes da Abin buscaram informações sobre a promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro Simone Sibilio e o delegado da Polícia Civil do Rio Daniel Freitas da Rosa, que atuaram na apuração do homicídio. Em 2019, um dos policiais imprimiu o currículo da promotora.
De acordo com o inquérito, o monitoramento das investigações visava "antecipar eventuais referências que vinculassem o núcleo político" que liderava a Abin paralela.
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