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Paraguai tem 'mais interesse do que pode admitir' nas relações entre Mercosul e China, diz analista
Paraguai tem 'mais interesse do que pode admitir' nas relações entre Mercosul e China, diz analista
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O governo do presidente do Paraguai, Santiago Peña, tem "mais interesse" do que pode expressar nas relações entre o Mercosul e a China, disse à Sputnik Julieta... 14.08.2024, Sputnik Brasil
2024-08-14T16:02-0300
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Na última segunda-feira (12), ocorreu um encontro com as delegações dos países-membros do Mercosul e também da China, quando sua vice-ministra das Relações Exteriores, Hua Chunying, liderou o grupo do gigante asiático.Único país da América do Sul e um dos 12 do mundo que mantém relações diplomáticas com Taiwan, a relação do país sul-americano com a questão não impediu que Assunção estivesse presente no encontro realizado em Montevidéu, capital do Uruguai.Em relação aos paraguaios, a delegação foi liderada pela vice-ministra das Relações Econômicas e Integração, Patricia Frutos Ruíz. A Sputnik tentou uma entrevista com a autoridade, mas não obteve resposta.O senador do Partido Nacional (Uruguai, centro-direita), Sergio Botana, disse à Sputnik que "chamou a atenção" dele o fato de as autoridades terem participado do diálogo, o que demonstra uma "atitude corajosa e livre". No último mês, o presidente Santiago Peña reiterou que seu país não está disposto a romper relações com Taiwan para concretizar um acordo comercial entre o Mercosul e a China.Mercosul como uma 'oportunidade'Diante do diálogo com a China, a especialista avalia que o Mercosul se apresenta como uma "oportunidade" para o Paraguai, já que pode ser uma solução para as demandas dos setores exportadores do país sul-americano.A especialista indicou que o país se mostrou "muito aberto" a estabelecer o diálogo com a China a partir do Mercosul. "Internamente, os setores agropecuários exportadores estão à espera de poder acessar o mercado chinês, que está bloqueado por decisão política de Pequim", indicou.No dia 22 de março, o gerente-geral da Câmara Paraguaia de Carnes, Daniel Burt, disse à Sputnik que a postura dos diferentes governos do país em manter relações com Taiwan tem gerado repercussões negativas.Em junho de 2023, o então chanceler Rubén Ramírez Lezcano garantiu que o próximo governo do Paraguai estava aberto a estabelecer relações diplomáticas com a China "sem condicionamentos", já que o país asiático critica governos que negociam com Taiwan.O ministro sustentou que a China é "o segundo mercado mais importante do mundo e o principal destino das matérias-primas agroalimentares do Mercosul".Paraguai e as relações com TaiwanQuestionada se o avanço de um diálogo com a China poderia trazer consequências nas relações com Taiwan, Julieta Heduvan indicou que não deveria haver impacto.O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, insiste na importância de alcançar um tratado de livre comércio com a China a nível do Mercosul, mas também tem a intenção de buscar um acordo bilateral com o gigante asiático. Enquanto isso, o Brasil demonstrou disposição em apoiar a abertura de negociações para um acordo entre o Mercosul e a China, alinhando-se à proposta do Uruguai.O Mercosul e a China acordaram convocar a próxima edição do diálogo para 2025.Enquanto isso, na última segunda-feira (13), o diretor para o Mercosul no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Francisco Cannabrava, enfatizou à Sputnik que o diálogo entre o Mercosul e a China é "importante" porque "há muitos elementos" de cooperação entre o bloco e o gigante asiático. Cannabrava destacou que o encontro busca "expandir os contatos" do bloco com o resto do mundo.
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Paraguai tem 'mais interesse do que pode admitir' nas relações entre Mercosul e China, diz analista
16:02 14.08.2024 (atualizado: 19:16 14.08.2024) O governo do presidente do Paraguai, Santiago Peña, tem "mais interesse" do que pode expressar nas relações entre o Mercosul e a China, disse à Sputnik Julieta Heduvan, analista internacional e coordenadora da Associação Latino-Americana de Estudos de Ásia e África (ALADAA).
"O interesse do Paraguai no diálogo existe, e acredito que é maior do que podem ou querem admitir. No momento tentam não chamar a atenção para evitar conflitos internos ou abrir um debate público, visto que o processo está em uma etapa muito inicial. É uma forma prudente de agir para evitar um desgaste desnecessário em algo que ainda não está definido", afirmou a especialista.
Na última segunda-feira (12), ocorreu um encontro com as delegações dos países-membros do Mercosul e também da China, quando sua
vice-ministra das Relações Exteriores, Hua Chunying, liderou o grupo do gigante asiático.
Único país da América do Sul e um dos 12 do mundo que
mantém relações diplomáticas com Taiwan, a relação do país sul-americano com a questão não impediu que Assunção estivesse presente no
encontro realizado em Montevidéu, capital do Uruguai.
Em relação aos paraguaios, a delegação foi liderada pela vice-ministra das Relações Econômicas e Integração, Patricia Frutos Ruíz. A Sputnik tentou uma
entrevista com a autoridade, mas não obteve resposta.
O senador do Partido Nacional (Uruguai, centro-direita), Sergio Botana, disse à Sputnik que "chamou a atenção" dele o fato de as autoridades terem participado do diálogo, o que demonstra uma "atitude corajosa e livre". No último mês, o presidente Santiago Peña reiterou que seu país não está disposto a romper relações com Taiwan para concretizar um acordo comercial entre o Mercosul e a China.
Mercosul como uma 'oportunidade'
Diante do diálogo com a China, a especialista avalia que o Mercosul se apresenta como uma "oportunidade" para o Paraguai, já que pode ser uma solução para as demandas dos setores exportadores do país sul-americano.
"A exportação de produtos paraguaios para a China está quase totalmente fechada, mas a importação de produtos chineses para o Paraguai está totalmente aberta, sendo, na verdade, o principal fornecedor do Paraguai. Diante desse cenário, o Mercosul oferece ao Paraguai a oportunidade de negociar e ingressar nesse mercado como parte de um bloco", acrescentou.
A especialista indicou que o país se mostrou "muito aberto" a estabelecer o diálogo com a China a partir do Mercosul. "Internamente, os setores agropecuários exportadores estão à espera de poder acessar o mercado chinês, que está bloqueado por decisão política de Pequim", indicou.
No dia 22 de março, o gerente-geral da Câmara Paraguaia de Carnes, Daniel Burt, disse à Sputnik que a
postura dos diferentes governos do país em manter relações com Taiwan tem gerado repercussões negativas.
"Claramente é uma desvantagem para nosso mercado, para nossas exportações, considerando a importância que a China tem para as exportações de carne a nível mundial", afirmou.
Em junho de 2023, o então chanceler Rubén Ramírez Lezcano garantiu que o próximo governo do Paraguai estava aberto a estabelecer relações diplomáticas com a China "sem condicionamentos", já que o país asiático critica governos que negociam com Taiwan.
O ministro sustentou que a China é "o segundo mercado mais importante do mundo e o principal destino das matérias-primas agroalimentares do Mercosul".
"O que queremos é dar um salto nessa relação. O Paraguai hoje tem um desbalanceamento muito importante no comércio com a China. No ano passado importamos cerca de US$ 5 bilhões [R$ 27,3 bilhões]", acrescentou.
Paraguai e as relações com Taiwan
Questionada se o avanço de um diálogo com a China poderia trazer consequências nas
relações com Taiwan, Julieta Heduvan indicou que não deveria haver impacto.
"O Paraguai coloca como único limite para as negociações com a China o não condicionar o acordo a uma mudança de reconhecimento diplomático. Taiwan não se opõe ao Paraguai negociar com a China; é uma batalha perdida. No entanto, tenta compensar sua situação de desvantagem frente ao mercado chinês tentando absorver mais produtos paraguaios, o que se reflete, por exemplo, no aumento da importação de carne e na remoção de tarifas", apontou.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, insiste na importância de alcançar um
tratado de livre comércio com a China a nível do Mercosul, mas também tem a intenção de buscar um acordo bilateral com o gigante asiático. Enquanto isso, o Brasil demonstrou disposição em apoiar a abertura de negociações para um acordo entre o Mercosul e a China, alinhando-se à proposta do Uruguai.
O Mercosul e a China acordaram convocar a próxima edição do diálogo para 2025.
Enquanto isso, na última segunda-feira (13), o diretor para o Mercosul no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Francisco Cannabrava, enfatizou à Sputnik que o diálogo entre o Mercosul e a China é "importante" porque "há muitos elementos" de cooperação entre o bloco e o gigante asiático. Cannabrava destacou que o encontro busca "expandir os contatos" do bloco com o resto do mundo.
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