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Ataque de Kiev a Kursk foi planejado com participação do Ocidente e da OTAN, diz Kremlin

© AP Photo / Assessoria de Imprensa / Governo de KurskFoto divulgada pelo governador em exercício da região de Kursk, Aleksei Smirnov, em seu canal no Telegram mostra uma casa danificada após bombardeio do lado ucraniano na cidade de Sudzha, região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, em 6 de agosto de 2024
Foto divulgada pelo governador em exercício da região de Kursk, Aleksei Smirnov, em seu canal no Telegram mostra uma casa danificada após bombardeio do lado ucraniano na cidade de Sudzha, região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, em 6 de agosto de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 15.08.2024
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O ataque das Forças Armadas ucranianas à região de Kursk, na Rússia, foi planejado com a participação dos serviços de inteligência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países do Ocidente, afirmou o conselheiro presidencial russo Nikolai Patrushev, em entrevista ao jornal Izvestia, nesta quinta-feira (15).

"Foi o Ocidente que colocou a junta criminosa à frente da Ucrânia. Os países da OTAN abasteceram Kiev com armas, instrutores militares, fornecem constantemente informações e controlam as ações dos neonazistas. A operação na região de Kursk também foi planejada com a participação de agências de inteligência da OTAN e ocidentais", disse Patrushev.

Já as declarações dos EUA sobre a não participação do país nos crimes de Kiev na região de Kursk não correspondem à realidade, segundo ele, já que "sem a participação e o apoio direto das autoridades americanas, Kiev não teria arriscado entrar em território russo", afirmou o oficial.
A vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, fala em uma entrevista coletiva no Pentágono. Washington, D.C., 4 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 15.08.2024
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"Atualmente, o povo ucraniano está sofrendo em nome dos interesses americanos, que os EUA transformaram de um estado em um projeto militar antirrusso. Os esforços de Washington criaram todas as condições para que a Ucrânia perca sua soberania e parta de seus territórios, incluindo aqueles que alguns aliados americanos já cobiçavam há muito tempo", disse Patrushev.

Mais cedo, o Departamento de Defesa dos EUA declarou que não tem conhecimento da decisão do presidente Joe Biden de fornecer mísseis de cruzeiro de longo alcance à Ucrânia. A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, disse em coletiva de imprensa que os Estados Unidos continuarão a adaptar os tipos de armas fornecidos à Ucrânia às necessidades de Kiev.
Na semana passada, tropas ucranianas lançaram um ataque à região de Kursk, na Rússia, e supostamente tomaram vários assentamentos. A ação marcou a agressão mais significativa da Ucrânia contra a Rússia desde fevereiro de 2022.

Venezuela

O oficial russo também chamou a atenção para o nível de interferência dos EUA nos assuntos soberanos da Venezuela.

"Após outra tentativa fracassada de golpe de Estado neste país, Washington oferece a Nicolás Maduro uma demissão antecipada, prometendo-lhe em troca renunciar à sua futura acusação de acordo com as leis americanas."

Ele destacou que Washington, sem esperar pelos resultados da contagem e subsequente auditoria dos votos, apelou à comunidade mundial para reconhecer o líder da oposição Edmundo González como o vencedor das eleições presidenciais na Venezuela.
As eleições presidenciais na Venezuela ocorreram em 28 de julho, com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarando o presidente Nicolás Maduro o vencedor. No dia seguinte, eclodiram protestos no país contra os resultados das eleições. Mais de 250 redutos policiais foram destruídos, vários atos de vandalismo e saques foram registrados e dois militares foram mortos.
Na semana seguinte às eleições, os agentes da lei detiveram mais de 2 mil pessoas acusadas de destruir infraestruturas do Estado, incitar o ódio e o terrorismo.
Legisladores dos EUA e da União Europeia, responsáveis ​​pelas relações internacionais, ameaçaram o presidente venezuelano se ele não renunciasse voluntariamente, chamando os resultados da votação de fraudulentos.
Moscou declarou que a oposição venezuelana deve admitir a derrota e alertou países terceiros contra o apoio às tentativas de abalar a situação na Venezuela.

Conflitos em Bangladesh e na Sérvia

O conselheiro do Kremlin acrescentou que os países ocidentais procuram incitar conflitos em outros países, incluindo Bangladesh e Sérvia.

"Não é por acaso que a ex-primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, considera que os Estados Unidos estão envolvidos na sua demissão e no aumento da criminalidade no seu país. A causa, na sua opinião, poderia ser a recusa em fornecer a Washington a ilha de Saint Martin, de Bangladesh, na baía de Bengala, para a implantação de uma base militar dos EUA", disse Patrushev.

Há cerca de duas semanas, Hasina deixou o cargo em meio à agitação no país e deixou a residência oficial na capital, Dhaka. A Sérvia também foi palco de protestos violentos no fim de semana devido ao projeto mineiro de Jadar, que prevê a extração de lítio na zona de Loznica, no oeste do país.
Os países ocidentais usam diferentes razões para organizar as chamadas revoluções coloridas em outros países, ressaltou, a fim de "substituir governos legítimos por políticos leais a Washington e formados no estrangeiro. Em particular, o Ocidente tentou fazê-lo na Sérvia", afirmou ele.

Sanções deram impulso ao desenvolvimento da construção naval russa

Na mesma entrevista, o representante do Kremlin disse que as sanções ocidentais deram impulso ao desenvolvimento da construção naval russa e à criação de novas cadeias de abastecimento, disse o assistente do presidente russo.

"As medidas tomadas neste sentido permitiram à Rússia dar um novo impulso ao desenvolvimento da construção naval, ao surgimento de novas cadeias de abastecimento e aumento da atividade econômica externa através da procura de novos mercados nos países da região Ásia-Pacífico, América Latina e África", observou ele.

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