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Líbano pode ficar sem fornecimento de eletricidade, revela à Sputnik ex-assessor do governo

© Hassan AmmarFumaça em posição do exército israelense atingida por combatentes do Hezbollah em vila na fronteira. Líbano, 20 de outubro de 2023
Fumaça em posição do exército israelense atingida por combatentes do Hezbollah em vila na fronteira. Líbano, 20 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 16.08.2024
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As centrais elétricas no Líbano podem parar completamente de funcionar nos próximos dias devido à falta de reservas de combustível, declarou à Sputnik o ex-assessor do ministro de Energia dos Recursos Hídricos, Raja Al Ali.

"A probabilidade de um apagão continua relevante a cada dia. E não é a primeira vez que isso acontece. Porque as capacidades da rede elétrica do Líbano são muito fracas e a demanda é alta", disse Al Ali.

O especialista explicou que, atualmente, há duas usinas em bom estado no Líbano, Deir Ammar e Zahrani, que garantem até 70% do fornecimento de energia do país e funcionam com diesel. Porém, as reservas deste combustível são nulas e por conta disso muitas áreas, incluindo a capital Beirute, tem o fornecimento de eletricidade apenas por duas ou três horas por dia.

"Atualmente, apenas a estação Zahrani está funcionando, portanto, existe a possibilidade de que amanhã não haja eletricidade", disse Al Ali.

O interlocutor da agência lembrou que o Ministério da Energia havia chegado a acordos com o Iraque para o fornecimento de um milhão de toneladas de petróleo bruto por ano ao Líbano. Parte do volume seria obtido na forma de diesel.
Segundo os acordos, o ministério deveria pagar ao Iraque pelo petróleo bruto, mas isso não ocorreu. Desde dezembro deste ano, a empresa libanesa já deveria ter pago as faturas.
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O ex-assessor afirma que há uma solução temporária, baseada na utilização das reservas de combustível do Exército, cerca de 5.000 toneladas, ou na compra de uma usina de energia flutuante, mas fica em dúvida quanto à quantidade da demanda total do país que poderia ser atendida.
Com relação às ameaças de Israel de bombardear as centrais elétricas restantes do Líbano em caso de uma operação militar em larga escala e mergulhar o país na escuridão, o ex-funcionário observou que tais ameaças são ineficazes, uma vez que nos últimos anos os libaneses utilizam fontes alternativas de energia cerca de 18-22 horas por dia, dependendo da região.
"O ponto técnico é o mais simples neste tema. Restaurar o fornecimento de eletricidade em modo de 24 horas não levaria muito tempo se houvesse vontade política e uma decisão. Mas enfrentamos um grande nível de corrupção nos escalões do governo libanês", destacou.
O ex-assessor instou as autoridades libanesas a prestar atenção à Rússia, que poderia ajudar com tecnologias avançadas. O problema do fornecimento de energia no Líbano continua sem solução desde o fim da guerra civil, ainda início da década de 1990.
Antes do início da crise econômica em outubro de 2019, em diferentes cidades e regiões, a eletricidade estatal era fornecida à população durante 12 a 18 horas por dia.
Porém, o fornecimento foi reduzido. Em momentos em que o Estado ficava sem combustível e não tinha fundos para novos suprimentos, o país ficava completamente desconectado durante várias semanas consecutivas.
Nas condições atuais, os geradores a diesel tornaram-se uma fonte alternativa de energia, cujos proprietários, durante muitos anos, extraiam soluções para a crise energética a nível estatal em benefício de seus próprios negócios.
O Líbano sofreu um apagão generalizado em 2021, que começou em 9 de outubro de 2021, quando as duas centrais elétricas do país ficaram sem combustível, e terminou no dia seguinte.
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