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Presidente da Nicarágua critica Lula por postura sobre eleições na Venezuela

© AP Photo / Alfredo ZunigaO presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, durante a cerimônia de inauguração de um viaduto em Manágua, capital nicaraguense, em 21 de março de 2019
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, durante a cerimônia de inauguração de um viaduto em Manágua, capital nicaraguense, em 21 de março de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 27.08.2024
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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chamou nesta segunda-feira (26) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "puxa-saco" dos Estados Unidos ao não reconhecer a vitória do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A reivindicação das atas eleitorais da Venezuela feita por Lula e outros presidentes da América Latina é um comportamento "vergonhoso", segundo Ortega:

"A forma como Lula tem se comportado sobre a vitória do presidente legítimo da Venezuela é uma forma vergonhosa, vergonhosa, repetindo os lemas dos ianques, dos europeus, dos governos influenciados da América Latina", declarou Ortega durante uma cúpula virtual de chefes de Estado e governo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA-TCP), em Caracas, na Venezuela.

"Lula, se você quiser que o povo bolivariano o respeite, respeite a vitória do presidente Nicolás Maduro, e não fique se rastejando", disse Ortega, que também criticou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro:

"A Petro, o que posso dizer a Petro? Pobre Petro, pobre Petro, vejo Petro competindo com Lula para ver quem vai ser o líder para representar os ianques na América Latina, é assim que vejo Petro, porque o pobre Petro não tem a força que tem o Brasil [...], o gigante da América Latina", acrescentou Ortega.

Brasil e Colômbia buscam amenizar a crise pós-eleitoral na Venezuela, envolvendo as eleições que muitos países acusam de terem sido fraudadas. Os dois chegaram a sugerir que a Venezuela repetisse a votação, proposta criticada pelo governo e pela oposição.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, fala sobre os resultados da eleição presidencial com embaixadores estrangeiros e corpo diplomático credenciado no Ministério das Relações Exteriores em Caracas, Venezuela, quinta-feira, 8 de agosto de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 22.08.2024
Panorama internacional
Forças Armadas da Venezuela cumprem decisão do TSJ que ratifica a reeleição de Nicolás Maduro
Em 2 de agosto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro o vencedor das eleições de 28 de julho, com 52% dos votos.
No dia seguinte, protestos por parte da população que discordou do resultado nas urnas acabaram em confrontos com as forças de segurança. Policiais detiveram mais de 2 mil pessoas, acusadas de destruir infraestruturas estatais, incitar o ódio e o terrorismo.
Maduro pediu, em 31 de julho, proteção constitucional ao Supremo Tribunal para impedir os ataques ao processo eleitoral, que ele chamou de tentativa de golpe.
No sábado (17), milhares de venezuelanos marcharam em Caracas para expressar apoio à reeleição de Maduro e o repúdio à violência.

Crise diplomática entre Brasil e Nicarágua

No início de agosto de 2024, o Itamaraty expulsou a embaixadora da Nicarágua, Fulvia Castro Matus, como um ato de reciprocidade à decisão de Daniel Ortega de ordenar a saída do embaixador brasileiro, Breno de Souza Brasil Dias da Costa, por não comparecer a um evento partidário.
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