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Dilma: dívida de países ricos prejudica países menos desenvolvidos

© Foto / Divulgação BNDES/Rossana FragaPresidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff discursa em evento do G20, States of the Future, em 22 de julho de 2024
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff discursa em evento do G20, States of the Future, em 22 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 30.08.2024
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A ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do BRICS, Dilma Rousseff, declarou nesta sexta-feira (30), na 9º conferência anual da instituição, na Cidade do Cabo, África do Sul, que quando os países ricos se endividam, os investimentos são diminuídos e o combate às desigualdades é prejudicado.
Com isso, afirmou ela, a maior parte dos capitais disponíveis no mercado financeiro é emprestada para as grandes economias e compromete o crescimento econômico das nações menos desenvolvidas, que têm urgência em diminuir a pobreza e investir em infraestrutura, educação, saúde e habitação.

"De acordo com estimativas do Banco Mundial, as dez economias desenvolvidas do planeta têm uma dívida combinada de cerca de US$ 87 trilhões [cerca de R$ 490 trilhões]. Financiar tais dívidas públicas elevadas consome uma parte significativa da enorme liquidez disponível nos mercados internacionais. Essa liquidez poderia, de outra forma, ser canalizada para financiar a dívida de países em desenvolvimento e assegurar os investimentos necessários para um desenvolvimento sustentado", disse a presidente do NDB.

Os países mais ricos, frisou, acabam dificultando os mais pobres em obter recursos no mercado internacional:

"Para os países em desenvolvimento, a dívida se torna um fardo excessivo. Como sabemos, o espaço fiscal é essencial para garantir que os governos possam investir simultaneamente em ações de desenvolvimento, combater as mudanças climáticas e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No entanto, a dívida dos países em desenvolvimento está crescendo muito e muito rápido", acrescentou Dilma.

Presidente russo, Vladimir Putin, se reúne com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, 6 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 06.06.2024
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Putin se reúne com a presidente do Banco do BRICS, Dilma Rousseff, no âmbito do SPIEF (VÍDEO)
De acordo com Dilma, a liquidez internacional deve priorizar esses países mais necessitados, com a redução do peso das altas taxas de juros e financiamentos em moedas locais tornando-se alternativas ao dólar:
"Novas soluções financeiras são necessárias para mercados emergentes e países em desenvolvimento. Diversificar as fontes de financiamento e usar uma cesta de moedas mais ampla melhora a resiliência econômica contra choques associados às decisões de política monetária. Isso pode fortalecer a situação fiscal, possibilitando o financiamento de logística, infraestrutura social e digital, habitação, água e saneamento, educação e saúde", acrescentou Dilma.
No discurso, ela disse que o NDB está montando plataformas orientadas para o desenvolvimento sustentável em moeda local e que a instituição deve aumentar 30% do total o volume de crédito em moedas locais dos países-membros.
O banco do BRICS foi criado em 2015, durante a cúpula do grupo, realizada em Fortaleza. O objetivo principal da instituição é financiar o desenvolvimento sustentável de projetos de infraestrutura nos países das economias em desenvolvimento. Em 2021, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bangladesh entraram no banco.
Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS recebeu adesão de cinco países em 2024: Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã, que formam o BRICS+.
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