Israel: forças da ONU no Líbano 'são inúteis'; UE diz que 'acusações antissemitas são caluniosas'
07:40 14.10.2024 (atualizado: 08:01 14.10.2024)
© AP Photo / Seth WenigO ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, discursa durante uma reunião do Conselho de Segurança na sede das Nações Unidas, 24 de outubro de 2023
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O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, acusou a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), das Nações Unidas, de ser uma força "inútil" que falhou em proteger os israelenses dos ataques do Hezbollah.
Em postagem no X nesta segunda-feira (14), Cohen ainda convocou o secretário-geral da ONU, António Guterres, a "responder ao pedido enviado a você, remover a UNIFIL das áreas de conflito"
"O Estado de Israel não está interessado em prejudicar as forças da UNIFIL. No entanto, essas forças não contribuíram em nada para manter a estabilidade e a segurança na região, não garantiram a aplicação das resoluções da ONU e servem como escudo para o Hezbollah, uma organização terrorista e um representante iraniano. Secretário-geral da ONU, Guterres, é hora de você responder ao pedido enviado a você, remover a UNIFIL das áreas de conflito e parar de jogar nas mãos do Irã", afirmou.
The State of Israel is not interested in harming UNIFIL forces.
— אלי כהן | Eli Cohen (@elicoh1) October 14, 2024
However, these forces have contributed nothing to maintaining stability and security in the region, have not ensured the enforcement of UN resolutions, and serve as a shield for Hezbollah, a terrorist organization…
A declaração da autoridade, mais uma de algumas ao longo das últimas semanas que atacam as Nações Unidas, acontece após a UNIFIL denunciar que no domingo (13) tanques israelenses invadiram os portões de uma base de sua força de paz no sul do Líbano.
Segundo a UNIFIL, "as Forças de Defesa de Israel [FDI] destruíram o portão principal da posição e entraram à força na posição. Eles pediram várias vezes que a base apagasse suas luzes".
Também nesta segunda-feira (14), o chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, exortou Israel a "parar de culpar" o secretário-geral das Nações Unidas e de utilizar Guterres como desculpa para ataques "completamente inaceitáveis" contra os capacetes azuis no Líbano.
We firmly reject the unjustified attacks against the UNSG @AntonioGuterres. The repeated accusations of antisemitism against him are slanderous.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) October 14, 2024
It is worth recalling to everybody that it is the UN Security Council that decides on UN peacekeeping missions, not the UNSG.
"Rejeitamos firmemente os ataques injustificados contra ao secretário-geral da ONU António Guterres. As repetidas acusações de antissemitismo contra ele são caluniosas. Vale lembrar a todos que é o Conselho de Segurança da ONU que decide sobre as missões de paz da ONU, não o UNSG", disse Josep Borrell, à entrada para uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo.
Enquanto isso, o Oriente Médio permanece em alerta máximo para que Israel retalie o Irã pelo envio de mísseis de longo alcance lançados em 1º de outubro em uma resposta iraniana aos ataques de Israel ao Líbano, Faixa de Gaza e morte de líderes do Hamas e do Hezbollah, uma delas, inclusive, dentro de território iraniano.
Os Estados Unidos disseram no domingo (13), através do Pentágono, que enviaria mais tropas norte-americanas a Israel junto com um avançado sistema antimísseis dos EUA, enquanto Israel avalia sua esperada retaliação contra o Teerã.
Desde que anunciou sua operação terrestre perto da fronteira, o Exército israelense diz que destruiu dezenas de túneis, lançadores de foguetes e postos de comando do Hezbollah.