Estudo revela detalhes sobre supernova em forma de 'dente-de-leão' e 'estrela zumbi' (VÍDEO)
10:29 26.10.2024 (atualizado: 11:22 26.10.2024)
© Foto / Robert FesenNebulosa Pa 30, que provavelmente resultou da colisão de duas estrelas moribundas, ocorrida há aproximadamente 850 anos
© Foto / Robert Fesen
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Cientistas Ilaria Caiazzo, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA), e Tim Cunningham, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, descobriram uma supernova anômala na forma de dente-de-leão. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista The Astrophysical Journal Letters.
A supernova SN 1181, também conhecida como a "estrela visitante" de 1181, foi um evento espacial raro. Os remanescentes da explosão foram descobertos apenas em 2021, na nebulosa Pa 30, pelo astrônomo amador Dana Patchick enquanto examinava um arquivo de imagens do telescópio WISE no âmbito de um projeto, avança Phys.org.
No entanto, esta nebulosa não é um remanescente de supernova típico. Os astrônomos ficaram intrigados ao encontrar uma "estrela zumbi" sobrevivente no seu centro, sendo um remanescente dentro do remanescente. A supernova de 1181 ocorreu quando uma explosão termonuclear foi desencadeada numa estrela densa e morta chamada anã branca.
Normalmente, a anã branca seria completamente destruída neste tipo de explosão, mas neste caso, umas partes da estrela sobreviveram, deixando assim uma espécie de "estrela zumbi".
Unique supernova from 1181 surrenders its secrets. A team led by Tim Cunningham @CenterForAstro and Ilaria Caiazzo @ISTAustria provides the first study of its structure and speed of expansion in 3D. Published in @AAS_Publishing.
— ISTAustria (@ISTAustria) October 25, 2024
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Este tipo de explosão parcial é chamado de supernova do tipo Iax. Mais curioso ainda é que estranhos filamentos se espalham desta estrela zumbi, assemelhando-se às pétalas de uma flor de dente-de-leão. As observações foram feitas usando o Keck Cosmic Web Imager (KCWI) no observatório WM Keck, no Havaí. Graças a ele, os cientistas foram capazes de criar um mapa tridimensional da nebulosa Pa 30, associada ao evento de 1181, e estudar suas características em dinâmica.
Os resultados mostraram que o material nestas "pétalas" se expande de forma balística, a uma velocidade de cerca de 1.000 quilômetros por segundo, e durante este tempo não mudou sua velocidade. Depois de estudar este processo, os pesquisadores foram capazes de estabelecer o tempo exato da explosão – quase exatamente o ano de 1181, confirmando a ligação entre esta data e observações históricas feitas por astrônomos chineses e japoneses.
Além disso, os fios que se assemelham pétalas parecem ter uma borda interna afiada, mostrando uma parte interna vazia que rodeia a estrela zumbi.