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Analista: agitação na Geórgia integra plano ocidental para usar vizinhos da Rússia em guerra híbrida

© SputnikParticipantes da oposição georgiana protestam em frente ao edifício do parlamento em Tbilisi, 28 de dezembro de 2024
Participantes da oposição georgiana protestam em frente ao edifício do parlamento em Tbilisi, 28 de dezembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 29.10.2024
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Milhares de pessoas se reuniram do lado de fora do prédio do Parlamento em Tbilisi na noite de segunda-feira (28) em meio a alegações da oposição de que as eleições parlamentares de sábado (25) foram "fraudadas".
Na segunda-feira (29), o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, anunciou que os EUA "se uniriam aos apelos para observadores internacionais e locais para uma investigação completa de todos os relatos de violações relacionadas às eleições".
De acordo com o analista e especialista em política do Cáucaso, Stanislav Tarasov, a estratégia não é nova e foi criada para pressionar o partido governante a se tornar mais maleável aos interesses ocidentais.
"Os Estados Unidos e a União Europeia querem criar um pacote completo de situações de conflito: Moldávia, Geórgia, Ucrânia, e jogar esses jogos como um grande mestre em vários tabuleiros, cedendo em alguns lugares e atacando em outros", disse Tarasov à Sputnik.
A Geórgia pode esperar mais pressão do Ocidente, incluindo sanções, se o governo do Partido do Sonho Georgiano mantiver sua independência em política externa e interna, acrescentou Tarasov.
Homem segura as bandeiras da UE e da Geórgia durante protesto contra os resultados das eleições parlamentares, na capital Tiblissi, em 28 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2024
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Apontando para a improbabilidade de o Ocidente conseguir derrubar o partido que conquistou quase 54% dos votos e reuniu assentos suficientes para formar um novo governo, Tarasov acredita que as alegações de fraude e manipulação da oposição podem não ter como objetivo derrubar o governo, mas forçá-lo a aceitar membros da oposição em uma coalizão para "erodí- lo" por dentro.
"Neste caso, o plano não visa tanto desestabilizar a situação doméstica, mas é uma abordagem tecnológica puramente política projetada para forçar o Georgian Dream a aceitar a ideia de uma coalizão", disse Tarasov.
Uma vez lá dentro, a oposição pode bloquear certas políticas, incluindo projetos regionais econômicos e de infraestrutura como o Corredor de Transporte Norte-Sul, que permitiria que Tbilisi escapasse completamente do controle político e econômico do Ocidente, de acordo com o analista.

"Eles imporão sanções […] eles não podem muito bem enviar as Forças Armadas ou algum corpo expedicionário. Primeiro eles os alimentam com alguns investimentos, então eles impõem sanções; primeiro eles abrem um regime de vistos; então eles impõem proibições, e assim por diante [...]. Este é o esquema primitivo na versão americana do governo colonial sendo implementado em relação à Geórgia,", afirmou o observador.

O analista acrescentou que "os americanos entendem que não podem segurar a Geórgia, mas podem desestabilizar a situação na região por meio disso. É isso que eles estão fazendo – é uma operação de contenção", resumiu.
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