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'Com surpresa': Brasil expressa espanto com 'tom ofensivo' da Venezuela em ataques de autoridades
'Com surpresa': Brasil expressa espanto com 'tom ofensivo' da Venezuela em ataques de autoridades
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O governo brasileiro expressou surpresa e descontentamento diante do tom ofensivo adotado por autoridades da Venezuela em manifestações recentes. 01.11.2024, Sputnik Brasil
2024-11-01T16:06-0300
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Em nota oficial, o Itamaraty afirmou que "a opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo".Quanto a isso, a preocupação do governo brasileiro com o processo eleitoral na Venezuela é fundamentada em sua condição de "testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho".O Itamaraty reafirma que "parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo", defendendo a necessidade de manter canais políticos, em vez de optar por confrontos retóricos.RelaçõesNos últimos meses, as relações diplomáticas entre os dois países sul-americanos se tornaram tensas. Após uma eleição conturbada na Venezuela no final de julho, o Brasil — junto da Colômbia e do México — assumiu o papel de mediador entre as partes.Na época, o presidente Nicolás Maduro prometeu aos seus interlocutores brasileiros apresentar as atas que comprovariam sua vitória eleitoral. "Algo nos foi dito e não foi cumprido", comentou Amorim.Desde então, Amorim relata que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não conversa diretamente com Maduro, apenas com interlocutores. Ainda assim, pedidos como de deputados da oposição para a quebra de relações diplomáticas não devem ser ouvidos, explicitou o assessor.Segundo o embaixador, ano que vem estão previstas eleições regionais e parlamentares. "É um risco, mas também uma oportunidade." "Se um país quer ter importância positiva, não pode se desqualificar como interlocutor."Amorim destacou ainda que a importância de manter os canais abertos não se encontra apenas na influência do processo democrático venezuelano, mas também para impedir que outro poder entre no vácuo deixado."Se não, vem outros. Você tem de um lado os Estados Unidos e, do outro lado, tem países distantes. Não queremos que a Venezuela seja palco de uma guerra fria ou de um conflito na Amazônia."Venezuela no BRICSApós ambos participarem da 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, o Brasil foi acusado pela Venezuela de bloquear sua entrada no grupo de países.Como resposta, a chancelaria venezuelana acusou o Itamaraty de conspirar contra o país e classificou o gesto como uma "agressão".Para Amorim, de fato, a Venezuela neste momento não contribuiria para um "melhor funcionamento do BRICS".
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'Com surpresa': Brasil expressa espanto com 'tom ofensivo' da Venezuela em ataques de autoridades
16:06 01.11.2024 (atualizado: 16:38 01.11.2024) O governo brasileiro expressou surpresa e descontentamento diante do tom ofensivo adotado por autoridades da Venezuela em manifestações recentes.
Em nota oficial, o Itamaraty afirmou que "a opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo".
O comunicado ressalta que "o Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e, em especial, a de seus vizinhos."
Quanto a isso, a preocupação do governo brasileiro com o processo eleitoral na Venezuela é fundamentada em sua condição de "testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho".
O Itamaraty reafirma que "parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo", defendendo a necessidade de manter canais políticos, em vez de optar por confrontos retóricos.
Nos últimos meses, as relações diplomáticas entre os dois países sul-americanos se tornaram tensas. Após uma eleição conturbada na Venezuela no final de julho, o Brasil —
junto da Colômbia e do México — assumiu o papel de mediador entre as partes.
Na época, o presidente Nicolás Maduro prometeu aos seus interlocutores brasileiros apresentar as atas que comprovariam sua vitória eleitoral.
"Algo nos foi dito e não foi cumprido", comentou Amorim.
Desde então, Amorim relata que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não conversa diretamente com Maduro, apenas com interlocutores. Ainda assim, pedidos como de deputados da oposição para a quebra de relações diplomáticas não devem ser ouvidos, explicitou o assessor.
"O mal-estar existe, mas se quisermos alguma influência em um processo de democratização, precisaremos de interlocução."
Segundo o embaixador, ano que vem estão previstas eleições regionais e parlamentares. "É um risco, mas também uma oportunidade." "Se um país quer ter importância positiva, não pode se desqualificar como interlocutor."
Amorim destacou ainda que a importância de manter os canais abertos não se encontra apenas na influência do processo democrático venezuelano, mas também para impedir que outro poder entre no vácuo deixado.
"Se não, vem outros. Você tem de um lado os Estados Unidos e, do outro lado, tem países distantes. Não queremos que a Venezuela seja palco de uma guerra fria ou de um conflito na Amazônia."
Após ambos participarem da 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, o Brasil foi acusado pela Venezuela de bloquear sua entrada no grupo de países.
Como resposta, a chancelaria venezuelana
acusou o Itamaraty de conspirar contra o país e classificou o gesto como uma "agressão".
Para Amorim, de fato, a Venezuela neste momento não contribuiria para um "melhor funcionamento do BRICS".
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