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Presença de militares dos EUA na cúpula da APEC no Peru é 'recado' para China, diz especialista
Presença de militares dos EUA na cúpula da APEC no Peru é 'recado' para China, diz especialista
Sputnik Brasil
A presença de militares norte-americanos como garantidores da segurança durante um evento de importância mundial sediado pelo Peru é uma "demonstração de... 04.11.2024, Sputnik Brasil
2024-11-04T18:08-0300
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A pedido da presidente do Peru, Dina Boluarte, o Congresso unicameral peruano aprovou a entrada de 600 militares dos EUA para reforçar a segurança do país durante a 36ª Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que acontece entre os dias 10 e 16 de novembro.As tropas estadunidenses chegam ao país nesta segunda-feira (4) e terão permissão para ficar até o dia 24. Além dos 600 soldados, estão previstos quatro helicópteros Black Hawk MH-60, quatro aviões AWACS e dois B-747-200B (VC-25).Com um dos contingentes mais numerosos a pisar no Peru, até mesmo quando comparado aos enviados para exercícios militares, é provável que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaje para a cúpula. A presença do líder norte-americano, no entanto, não é justificativa para a presença de tamanho contingente estadunidense no país.O pedido de Boluarte vem em meio a um agravamento da crise interna no Peru. A própria presidente viu sua taxa de desaprovação subir para 92% nos últimos meses. Inicialmente vice-presidente de Pedro Castillo, Boluarte assumiu após uma grave crise institucional atingir o país em 2022.Desde então, a líder peruana vem enfrentando protestos populares relacionados a escândalos de corrupção, crime organizado e violência policial.A partir desse ponto de vista, Boluarte pode estar receosa de novas manifestações durante a cúpula da APEC. Convocações do tipo já foram feitas pela oposição. Mas a verdade é que a segurança desses eventos "já levam em conta que pode haver algum incidente em função de protestos domésticos", diz à Sputnik Brasil o cientista político, jornalista e professor de relações internacionais Bruno Rocha Lima.Para Lima, o pedido de socorro das autoridades em Lima reflete muito mais a "lógica do império na América Latina".Nesse contexto, o professor lembra que nos últimos anos a China se tornou uma grande parceira dos países da América Latina. No Peru, China e EUA figuram na primeira e segunda posições, respectivamente, entre os parceiros comerciais do país andino. A terceira posição é ocupada pelo Brasil.Mais importante do que o fluxo comercial, há os investimentos em infraestrutura feitos por Pequim através da Iniciativa Cinturão e Rota. A cerca de 80 quilômetros de Lima, a estatal chinesa Cosco está prestes a inaugurar o porto de Chancay, que pode redesenhar o tráfego das exportações em todo o continente.Desse modo, o convite engendrado pelos norte-americanos para que seus militares façam a segurança da APEC é "um recado, uma demonstração de força" dos EUA para a China e até mesmo para a Rússia, duas grandes potências que integram o fórum.É como se os estadunidenses dissessem que os fluxos comerciais podem ser direcionados à Ásia, "mas a hegemonia financeira, cultural e militar é de Washigton, e não tem conversa", destaca o pesquisador.
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Presença de militares dos EUA na cúpula da APEC no Peru é 'recado' para China, diz especialista
18:08 04.11.2024 (atualizado: 18:38 04.11.2024) Especiais
A presença de militares norte-americanos como garantidores da segurança durante um evento de importância mundial sediado pelo Peru é uma "demonstração de força" dos Estados Unidos para a China, afirmam especialistas consultados pela Sputnik Brasil.
A pedido da presidente do Peru,
Dina Boluarte, o Congresso unicameral peruano aprovou a entrada de 600 militares dos EUA para reforçar a segurança do país durante a
36ª Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que
acontece entre os dias 10 e 16 de novembro.
As tropas estadunidenses chegam ao país nesta segunda-feira (4) e terão permissão para ficar até o dia 24. Além dos 600 soldados, estão previstos quatro helicópteros Black Hawk MH-60, quatro aviões AWACS e dois B-747-200B (VC-25).

25 de outubro 2024, 18:26
Com um dos contingentes mais numerosos a pisar no Peru, até mesmo quando comparado aos enviados para exercícios militares, é provável que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaje para a cúpula. A presença do líder norte-americano, no entanto, não é justificativa para a presença de tamanho contingente estadunidense no país.
O pedido de Boluarte vem em meio a um agravamento da crise interna no Peru. A própria presidente viu sua taxa de desaprovação subir para 92% nos últimos meses. Inicialmente vice-presidente de Pedro Castillo, Boluarte assumiu após uma grave crise institucional atingir o país em 2022.
Desde então, a líder peruana
vem enfrentando protestos populares relacionados a escândalos de corrupção, crime organizado e violência policial.
A partir desse ponto de vista, Boluarte pode estar receosa de novas manifestações durante a cúpula da APEC. Convocações do tipo já foram feitas pela oposição. Mas a verdade é que a segurança desses eventos "já levam em conta que pode haver algum incidente em função de protestos domésticos", diz à Sputnik Brasil o cientista político, jornalista e professor de relações internacionais Bruno Rocha Lima.
Para Lima, o pedido de socorro das autoridades em Lima reflete muito mais a "lógica do império na América Latina".
"Há um esforço permanente do Departamento de Estado e do Departamento de Defesa dos EUA em ampliar sua presença dentro do Estado profundo dos países latino-americanos. E no Peru não é diferente."
Nesse contexto, o professor lembra que nos últimos anos a China se tornou uma grande parceira dos países da América Latina. No Peru, China e EUA figuram na primeira e segunda posições, respectivamente, entre os parceiros comerciais do país andino. A terceira posição é ocupada pelo Brasil.
Mais importante do que o fluxo comercial, há os
investimentos em infraestrutura feitos por Pequim através da
Iniciativa Cinturão e Rota. A cerca de 80 quilômetros de Lima, a estatal chinesa Cosco está prestes a
inaugurar o porto de Chancay, que pode redesenhar o tráfego das exportações em todo o continente.
Desse modo, o convite engendrado pelos norte-americanos para que seus militares façam a segurança da APEC é "um recado, uma demonstração de força" dos EUA para a China e até mesmo para a Rússia, duas grandes potências que integram o fórum.
É como se os estadunidenses dissessem que os fluxos comerciais podem ser direcionados à Ásia, "mas a hegemonia financeira, cultural e militar é de Washigton, e não tem conversa", destaca o pesquisador.
"É uma demonstração de que os Estados Unidos têm incidência direta na política doméstica e nos arranjos intergovernmentais dos países, de que na América Latina eles que mandam."
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