Lula recebe declaração final do G20 Social e se reúne com António Guterres
14:56 16.11.2024 (atualizado: 16:02 16.11.2024)
© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertLula recebe Guterres, no Rio de Janeiro. Brasil, 16 de novembro de 2024
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Presidente recebeu o documento na cerimônia de encerramento do evento, em seguida se reuniu com Guterres em sua primeira bilateral à margem do G20.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na tarde deste sábado (16), no Rio de Janeiro, a declaração final elaborada por organizações da sociedade civil durante o G20 Social.
O documento defende propostas ligadas aos três temas prioritários da presidência brasileira do G20: o combate à fome e à desigualdade; a transição energética e sustentabilidade; e a reforma da governança global.
Para o combate à fome e à desigualdade, o documento defende a construção da soberania alimentar.
"Defendemos a soberania alimentar, a partir da produção de alimentos saudáveis, como um pilar para erradicar o flagelo da fome em cada nação e no plano global. Os povos devem ter reconhecido o direito do acesso democratizado à terra e à água, de controlar sua própria produção e distribuição de alimentos, com ênfase em práticas agroecológicas e de preservação do meio ambiente", diz o documento.
Em relação à transição energética, o texto afirma que "os mesmos dilemas que atingem milhões de pessoas vítimas da fome, das desigualdades e da pobreza refletem-se no descompromisso da maioria dos países desenvolvidos e de suas elites com o enfrentamento das mudanças climáticas e o aquecimento global".
🇧🇷🌐 Declaração final do G20 Social defende cooperação internacional no combate à fome e reforma urgente da governança global
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) November 16, 2024
Após quase um ano de encontros com lideranças da sociedade civil por todo o Brasil que reuniu mais de 47 mil pessoas, o G20 Social apresentou neste… pic.twitter.com/zFrpgJjzbO
"A transição [energética] justa, como processo de transformação socioeconômica para um modelo sustentável, deve ser o princípio norteador para substituir o modelo de produção baseado em combustíveis fósseis por uma economia de baixo carbono. Essa transformação precisa enfrentar a exclusão social, a pobreza energética e o racismo ambiental, e garantir condições equitativas para trabalhadores e trabalhadoras, pessoas negras e comunidades vulneráveis. Reforçamos que essa transição exige um esforço relevante de educação ambiental, participação social e formação cidadã."
Já no que diz respeito à reforma da governança global, o documento aponta a necessidade de promover a justiça fiscal como mecanismo para alcançar o desenvolvimento sustentável, defendendo para isso a taxação dos super-ricos.
"Acreditamos que a justiça fiscal é uma ferramenta fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável. Por isso, defendemos a taxação progressiva dos super-ricos, com a garantia de que os recursos arrecadados sejam destinados a fundos nacionais e internacionais de financiamento de políticas sociais, ambientais e culturais. Esses e todos os demais fundos aqui reivindicados devem estar regidos por princípios de transparência, controle e participação da sociedade civil."
Lula recebeu o documento na cerimônia de encerramento do evento acompanhado do chanceler da África do Sul, Ronald Lamola. Previsto para participar da cerimônia, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, atrasou e não conseguiu comparecer ao evento, enviando Lamola para representá-lo.
Em seguida, o presidente recebeu o secretário-geral da ONU, António Guterres, também no Rio de Janeiro. A reunião é a primeira bilateral de Lula à margem do G20, que ocorre nos dias 18 e 19. No encontro, foi discutida a programação da cúpula do G20 e o andamento da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que ocorre em Baku, no Azerbaijão, em paralelo às atividades do G20.