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Rede de supermercados da França suspende compra de carne do Mercosul em apoio a agricultores locais

© AP Photo / Yves LoggheFachada do supermercado Carrefour em dia nublado na Bélgica. Europa, 27 de fevereiro de 2010
Fachada do supermercado Carrefour em dia nublado na Bélgica. Europa, 27 de fevereiro de 2010 - Sputnik Brasil, 1920, 20.11.2024
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A maior rede de supermercados da França, Carrefour, anunciou nesta quarta-feira (20) a suspensão da venda de carne importada dos países do Mercosul, em solidariedade com os agricultores que se opõem ao acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e o bloco sul-americano. Porém, a medida não afeta as operações da rede no Brasil.

"Em solidariedade com o setor agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne proveniente do Mercosul", anunciou o CEO da rede, Alexandre Bompard, em sua conta na rede social X. O bloco é formado pela Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

Bompard também anexou à publicação uma carta oficial dirigida ao líder do principal sindicato de agricultores da França, Arnaud Rousseau. Com essa medida, acrescentou o CEO, a rede de supermercados espera "inspirar outros atores do setor agroalimentar".
Conhecida por seu protecionismo, a França é o principal entrave para a assinatura do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, cujas negociações se arrastam há décadas. Países como a Alemanha chegaram a defender retirada da necessidade de consenso entre os membros do bloco para aprovar a medida.
Além disso, a França é o maior produtor agrícola da Europa e sofre com a concorrência de mercados como o brasileiro, que são mais competitivos.
O então negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier (em primeiro plano, à esquerda), e o então ministro das Relações Exteriores irlandês, Charles Flanagan (no centro), caminham pela fronteira irlandesa perto de Castleblayney, na Irlanda, em 12 de maio de 2017 - Sputnik Brasil, 1920, 13.11.2024
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ApexBrasil diz que declaração de CEO é lamentável

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) disse que a declaração do CEO do Carrefour é lamentável e lembrou que o Mercosul é um dos principais fornecedores de proteína animal do mundo.
"Entendemos não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul. Seguimos os mais rigorosos padrões sanitários e ambientais, que garantem sua qualidade em todas as operações de venda de proteína brasileira ao exterior — qualidade reconhecida por mais de 160 países, inclusive pela União Europeia", declarou em nota.
A agência também classificou a decisão da rede de supermercados francesa como um movimento protecionista no momento em que "o Mercosul e a União Europeia estão próximos de fechar o ambicionado acordo que formará o maior mercado do planeta, beneficiando enormemente as populações dos países signatários".
Bandeira nacional brasileira junto a bandeira do Mercosul do lado de fora do Palácio do Planalto, em Brasília. Brasil, 29 de novembro de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 04.09.2024
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Protestos de agricultores na França

No início deste semana, agricultores franceses voltaram a realizar protestos em todo o país contra o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, manifestando temores sobre a concorrência desleal por parte do mercado externo. Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron garantiu à imprensa que seu governo não assinará "nos termos em que foi negociado".
Os agricultores franceses também exigem a redução da burocracia, pagamento das subvenções prometidas pela UE que estão atrasadas, auxílio para jovens agricultores e a eliminação de várias normas rigorosas que regulam o trabalho no setor.
Em diferentes regiões, agricultores organizaram manifestações em frente às prefeituras, com tentativas de bloqueio de estradas, especialmente na fronteira entre França e Espanha.
O projeto de lei de apoio ao setor agrícola, aprovado pela câmara baixa do Parlamento francês em maio após intensos protestos, não foi analisado no Senado devido à decisão de Macron de dissolver o Parlamento. Segundo os sindicatos, as promessas do governo não foram cumpridas.
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