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'Um braço da propaganda dos EUA': o que está por trás das reportagens sobre o narcotráfico mexicano?
'Um braço da propaganda dos EUA': o que está por trás das reportagens sobre o narcotráfico mexicano?
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Mais uma vez, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, questionou que o jornal americano The New York Times noticiou a questão do tráfico de drogas no país... 31.12.2024, Sputnik Brasil
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Nas últimas semanas, o The New York Times apresentou três reportagens relacionadas ao tráfico de drogas no México. Na primeira delas, publicada no início de dezembro, a mídia alegava que estudantes mexicanos de química estavam sendo recrutados pelo cartel de Sinaloa para trabalhar em laboratórios de produção de fentanil.A esse respeito, a presidente do México negou a versão e destacou que, na verdade, "isso começou do outro lado. Pelo que sei, pelo que vi, é uma série de televisão norte-americana que, de alguma forma, mostra como um professor de química — e também, como se isso fosse bom — se envolve na produção e venda de drogas", em referência à série televisiva Breaking Bad.No dia 26 de dezembro, o jornal noticiou que cartéis estavam usando mexicanos sem-teto e animais para testar novas versões de fentanil. Enquanto isso, na reportagem divulgada em 29 de dezembro, o The New York Times expôs fotografias e entrevistas com pessoas supostamente associadas ao cartel de Sinaloa que se dedicavam à fabricação de fentanil. Nas imagens podiam ser vistos os laboratórios clandestinos usados pelo crime organizado.Segundo a presidente, a reportagem "não tem muita credibilidade pela forma como foi apresentada, e vamos comprovar isso cientificamente".Para tal, Sheinbaum indicou que, nas próximas semanas, o processo de produção do opiáceo será apresentado em uma coletiva de imprensa. "É muito diferente [o processo], embora seja uma droga que deve ser combatida, e muitas apreensões de laboratórios de metanfetaminas que também foram feitas."'Sempre busca promover a agenda dos EUA'Segundo o jornalista e analista mexicano Gabriel Infante, a publicação de reportagens sobre o suposto funcionamento do narcotráfico mexicano, especificamente na produção de fentanil, é outro exemplo dos interesses políticos que predominam na mídia ocidental.A publicação das matérias ocorre justamente em meio a uma série de ameaças do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, contra o México em questões de segurança, como a promessa de classificar os cartéis do narcotráfico como terroristas, bem como a imposição de tarifas se o fluxo de drogas para os EUA não for interrompido."Essas reportagens são publicadas em um momento político específico e não se dirigem aos leitores mexicanos, mas sim ao leitor doméstico, norte-americano, e é precisamente para reforçar essa ideia de que o México não pode lidar com o tráfico de drogas, que precisa da intervenção dos Estados Unidos."Da mesma forma, o jornalista mexicano destacou que as ações do governo do ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador e que as ações dos escritórios da agência de fiscalização antidrogas estadunidense (DEA, na sigla em inglês) não foram apreciadas pelas autoridades americanas."Eles não gostam disso […]. O que o The New York Times publica, que tem uma projeção bastante internacional, é captado por outros meios de comunicação e se torna um escândalo midiático, mas pretende claramente retratar que o México não consegue lidar com o tráfico de drogas, embora vejamos que os relatos são fáceis de refutar."
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claudia sheinbaum, andrés manuel lópez obrador, méxico, estados unidos, sinaloa, the new york times, nyt, agência de combate às drogas (dea), donald trump, américas, tráfico de drogas, cartel de sinaloa
'Um braço da propaganda dos EUA': o que está por trás das reportagens sobre o narcotráfico mexicano?
18:52 31.12.2024 (atualizado: 19:34 31.12.2024) Mais uma vez, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, questionou que o jornal americano The New York Times noticiou a questão do tráfico de drogas no país. O que está por trás das reportagens de um dos mais importantes veículos de comunicação do EUA?
Nas últimas semanas, o The New York Times apresentou três reportagens relacionadas ao tráfico de drogas no México. Na primeira delas, publicada no início de dezembro, a mídia alegava que estudantes mexicanos de química estavam sendo recrutados pelo cartel de Sinaloa para trabalhar em laboratórios de produção de fentanil.
A esse respeito,
a presidente do México negou a versão e destacou que, na verdade, "isso começou do outro lado. Pelo que sei, pelo que vi, é uma série de televisão norte-americana que, de alguma forma, mostra como um professor de química —
e também, como se isso fosse bom — se envolve na produção e venda de drogas", em referência à série televisiva Breaking Bad.
5 de dezembro 2024, 20:55
No dia 26 de dezembro, o jornal noticiou que cartéis estavam usando mexicanos sem-teto e animais para testar novas versões de fentanil. Enquanto isso, na reportagem divulgada em 29 de dezembro, o The New York Times expôs fotografias e entrevistas com pessoas supostamente associadas ao cartel de Sinaloa que
se dedicavam à fabricação de fentanil. Nas imagens podiam ser vistos os laboratórios clandestinos usados pelo crime organizado.
Segundo a presidente, a reportagem "não tem muita credibilidade pela forma como foi apresentada, e vamos comprovar isso cientificamente".
Para tal, Sheinbaum indicou que, nas próximas semanas, o processo de produção do opiáceo será apresentado em uma coletiva de imprensa. "É muito diferente [o processo], embora seja uma droga que deve ser combatida, e muitas apreensões de laboratórios de metanfetaminas que também foram feitas."
"Uma coisa é a produção de metanfetaminas. Outra muito diferente é o fentanil."
'Sempre busca promover a agenda dos EUA'
Segundo o jornalista e analista mexicano Gabriel Infante, a publicação de reportagens sobre o suposto funcionamento do narcotráfico mexicano, especificamente na produção de fentanil, é outro exemplo dos interesses políticos que predominam na mídia ocidental.
"O The New York Times — e isso não é novo, mas existe há décadas — é conhecido por ser um braço de propaganda que procura promover a agenda e os interesses dos Estados Unidos."
A publicação das matérias ocorre justamente em meio a uma série de ameaças do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump,
contra o México em questões de segurança, como a promessa de classificar os cartéis do narcotráfico como terroristas, bem como a imposição de tarifas se o fluxo de drogas para os EUA não for interrompido.
"Essas reportagens são publicadas em um momento político específico e não se dirigem aos leitores mexicanos, mas sim ao leitor doméstico, norte-americano, e é precisamente para reforçar essa ideia de que o México não pode lidar com o tráfico de drogas, que precisa da intervenção dos Estados Unidos."
Da mesma forma, o jornalista mexicano destacou que as ações do governo do ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador e que as ações dos escritórios da agência de fiscalização antidrogas estadunidense (DEA, na sigla em inglês) não foram apreciadas pelas autoridades americanas.
"Eles não gostam disso […]. O que o The New York Times publica, que tem uma projeção bastante internacional, é captado por outros meios de comunicação e se torna um escândalo midiático, mas pretende claramente retratar que o México não consegue lidar com o tráfico de drogas, embora vejamos que os relatos são fáceis de refutar."
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