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Análise: Brasil pode ter excelência em IA de baixo carbono, da mesma forma que tem em biodiesel
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Na esteira da COP29, em Baku, foi assinada a declaração sobre a Ação Digital Verde, cujos objetivos alvitram incentivar o desenvolvimento de contribuições no... 07.01.2025, Sputnik Brasil
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Para Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), o Brasil — da mesma forma que tem excelência em biodiesel ou hidrogênio verde — "pode ter excelência em uso de menos energia para IA [inteligência artificial], em IA de baixo carbono". Essa, inclusive, deve ser uma pauta importante para o Brasil levar a cabo durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá no país em novembro deste ano, na cidade de Belém (PA).Gasto de energia preocupa, mas fontes renováveis podem ser o caminhoUm relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE) no início do ano passado, citado pelo jornal O Globo, mostrou que o consumo de energia em centros de processamento de dados no mundo foi de 460 terawatt-hora (TWh). A estimativa da pesquisa é de que os números mais do que dobrem em 2026.O disparo do consumo se deve, principalmente, ao uso de IA generativa e ao boom de data centers frente ao uso da ferramenta que se popularizou nos últimos anos.Entretanto, a inteligência artificial não se resume a esses usos. Nessa perspectiva, Steibel cita exemplos que podem ajudar a diminuir as emissões de gases de efeito estufa combatendo as fontes de produção.A primeira delas está relacionada à produção do lixo. A diminuição do consumo para reduzir a quantidade de lixo produzido depende da ação humana, mas, de acordo com o especialista, a inteligência artificial pode ajudar a mitigar alguns efeitos.Segundo ele, um estudo de caso, também realizado pela AIE, apontou que um dos principais problemas na camada de ozônio é o metano — gás emitido pelos resíduos acumulados em aterros sanitários."Com imagem de satélites, eles utilizaram IA para encontrar lixões. E, a partir dos lixões, encontrar aqueles que são a céu aberto, parcialmente cobertos ou cobertos. Isso faz uma diferença muito grande em quanto de metano vai para a atmosfera ou não", afirma.Steibel aponta também para soluções no âmbito das cadeias de suprimento, onde o descarte e a logística estão diretamente relacionados aos altos gastos de carbono. Nesse sentido, a inteligência artificial pode fazer com que pontos de encontro de logística sejam simplificados. Além desses exemplos, segundo Amanda Magalhães, gerente de projetos da Climate Ventures, a tecnologia já vem sendo trabalhada em aplicações na agricultura de precisão, na gestão mais eficiente de recursos hídricos, no monitoramento de padrões climáticos e predições de eventos climáticos extremos. No Brasil, inclusive, há startups que atuam realizando monitoramentos para a prevenção de incêndios. A partir dos exemplos, Steibel faz uma ressalva: comparar a energia gasta para fazer funcionar o ChatGPT usado no dia a dia pelo celular com "essas boas aplicações da tecnologia para resolver problemas complexos" pode ser considerada "uma falsa contradição".Em relação aos gastos de energia, o especialista reafirma que o aumento de data centers tem criado esse problema de acréscimo de energia e gerado problemas para países que atraem essas empresas, como aconteceu na Irlanda.Entretanto, para um país dono de uma matriz energética renovável, esse pode ser o caminho para propulsar uma IA que demande baixa emissão de carbono.De acordo com o diretor do ITS Rio, apesar de os data centers não produzirem tanto emprego, produzem ciência. "Imagina se o Brasil se torna expoente em uso de menos energia para inteligência artificial?", pondera.Ainda segundo ele, ter uma IA de baixo carbono é um "[…] know-how. Essa tecnologia não existe ainda, ela está sendo buscada. E aqui, para isso, a gente não tem indústria de hardware, mas tem indústria de software. Tem muito potencial nas universidades e na indústria para produzir esse know-how", complementa.IA: caminho para a redução de gases e o que o Brasil pode levar para a COP30Em relação ao que o Brasil pode apresentar na COP30 sobre programas promissores que utilizam inteligência artificial e facilitam com que dados sejam trocados de forma segura, isso tem grande efeito na economia de carbono.Um dos projetos citados pelo especialista é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que incentiva a preservação de áreas verdes e prevê financiamentos para os que o cumprirem. Embora ainda não use IA, o especialista afirma que há previsão para que a plataforma passe a contar com a tecnologia.Outra iniciativa destacada pelo analista é o MapBiomas. Este já utiliza IA, embora os dados não cruzem com o governo por conta dos diferentes fornecedores de informação por satélite. O MapBiomas produz mapas da cobertura da terra para o Brasil de forma mais rápida, eficiente e barata em comparação aos modos tradicionais.
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Análise: Brasil pode ter excelência em IA de baixo carbono, da mesma forma que tem em biodiesel
19:47 07.01.2025 (atualizado: 19:09 08.01.2025) Especiais
Na esteira da COP29, em Baku, foi assinada a declaração sobre a Ação Digital Verde, cujos objetivos alvitram incentivar o desenvolvimento de contribuições no campo das tecnologias digitais com impacto na agenda ambiental.
Para
Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), o Brasil — da mesma forma que tem
excelência em biodiesel ou hidrogênio verde —
"pode ter excelência em uso de menos energia para IA [inteligência artificial], em IA de baixo carbono".
Essa, inclusive, deve ser uma pauta importante para o Brasil levar a cabo durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá no país em novembro deste ano, na cidade de Belém (PA).
Gasto de energia preocupa, mas fontes renováveis podem ser o caminho
Um relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE) no início do ano passado,
citado pelo jornal O Globo, mostrou que o consumo de energia em centros de processamento de dados no mundo foi de 460 terawatt-hora (TWh). A estimativa da pesquisa é de que os números mais do que dobrem em 2026.
O disparo do consumo se deve, principalmente, ao uso de IA generativa e ao boom de data centers frente ao uso da ferramenta que se popularizou nos últimos anos.
Entretanto, a inteligência artificial não se resume a esses usos. Nessa perspectiva, Steibel cita exemplos que podem ajudar a diminuir as emissões de gases de efeito estufa combatendo as fontes de produção.
9 de setembro 2024, 00:38
A primeira delas está relacionada à produção do lixo. A diminuição do consumo para reduzir a quantidade de lixo produzido depende da ação humana, mas, de acordo com o especialista, a
inteligência artificial pode ajudar a mitigar alguns efeitos.
Segundo ele, um estudo de caso, também realizado pela AIE, apontou que um dos principais problemas na camada de ozônio é o metano — gás emitido pelos resíduos acumulados em aterros sanitários.
"Com imagem de satélites, eles utilizaram IA para encontrar lixões. E, a partir dos lixões, encontrar aqueles que são a céu aberto, parcialmente cobertos ou cobertos. Isso faz uma diferença muito grande em quanto de metano vai para a atmosfera ou não", afirma.
"E lixão é um problema de todas as cidades. 8 bilhões de pessoas produzem lixo, e esse material vai para lixões. Com esse mapa que eles fizeram, você consegue quantificar onde é que estão esses lixões e direcionar políticas públicas para tampá-los, que às vezes pode ser simplesmente colocar areia", acrescenta.
Steibel aponta também para soluções no âmbito das cadeias de suprimento, onde o descarte e a logística estão diretamente relacionados aos altos gastos de carbono. Nesse sentido, a inteligência artificial pode fazer com que pontos de encontro de logística sejam simplificados.
"A hora que você usa IA para você customizar, para entregar mais coisas com menos transporte, você está reduzindo o consumo de carbono", explica.
Além desses exemplos, segundo Amanda Magalhães, gerente de projetos da Climate Ventures, a tecnologia já vem sendo trabalhada em aplicações na agricultura de precisão, na gestão mais eficiente de recursos hídricos, no monitoramento de padrões climáticos e predições de eventos climáticos extremos. No Brasil, inclusive, há startups que atuam realizando monitoramentos para a prevenção de incêndios.
"Tem muita iniciativa bacana aqui sendo gestada e implementada no nosso território que tem essa importância, não só em mitigação, mas também em adaptação", diz a analista, ressaltando a necessidade da tecnologia ter o devido em encaminhamento para que seja uma ferramenta que contribua para solucionar problemas.
A partir dos exemplos, Steibel faz uma ressalva: comparar a energia gasta para fazer funcionar o ChatGPT usado no dia a dia pelo celular com "essas boas aplicações da tecnologia para resolver problemas complexos" pode ser considerada "uma falsa contradição".
Em relação aos gastos de energia, o especialista reafirma que o aumento de data centers tem criado esse problema de acréscimo de energia e gerado problemas para países que atraem essas empresas, como aconteceu na Irlanda.
Entretanto, para um país dono de uma matriz energética renovável, esse pode ser o caminho para
propulsar uma IA que demande baixa emissão de carbono.
"O Brasil tem um potencial enorme de receber esses data centers que estão indo para países onde vão funcionar a carvão, a gás, para funcionar aqui", afirma.
De acordo com o diretor do ITS Rio, apesar de os data centers não produzirem tanto emprego, produzem ciência. "Imagina se o Brasil se torna expoente em uso de menos energia para inteligência artificial?", pondera.
Ainda segundo ele, ter uma IA de baixo carbono é um "[…] know-how. Essa tecnologia não existe ainda, ela está sendo buscada. E aqui, para isso, a gente não tem indústria de hardware, mas tem
indústria de software.
Tem muito potencial nas universidades e na indústria para produzir esse know-how", complementa.
IA: caminho para a redução de gases e o que o Brasil pode levar para a COP30
"O papel da IA para o clima é de uma ferramenta que pode ser usada para a redução de gases", afirma Steibel, ressaltando que a tecnologia está entre as grandes respostas para uma agenda cada vez mais urgente e prioritária.
Em relação ao que o Brasil pode
apresentar na COP30 sobre programas promissores que utilizam inteligência artificial e facilitam com que dados sejam trocados de forma segura, isso tem grande efeito na economia de carbono.
Um dos projetos citados pelo especialista é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que incentiva a preservação de áreas verdes e prevê financiamentos para os que o cumprirem. Embora ainda não use IA, o especialista afirma que há previsão para que a plataforma passe a contar com a tecnologia.
22 de setembro 2024, 22:23
"É uma fonte de potencial enorme, única, de observar a preservação de áreas verdes, o potencial de carbono sendo usado ou preservado. O CAR tem problemas? Muitos, mas ele é excepcionalmente interessante e potencial", afirma.
Outra iniciativa destacada pelo analista é o
MapBiomas. Este
já utiliza IA, embora os dados não cruzem com o governo por conta dos diferentes fornecedores de informação por satélite. O MapBiomas produz mapas da cobertura da terra para o Brasil de forma mais rápida, eficiente e barata em comparação aos modos tradicionais.
"A inteligência artificial vem nesse papel, porque consegue fazer coisas em escala. Imagine quantos e-mails a gente troca e quantas cartas a gente troca. Olha o quanto a gente reduziu a troca de cartas. Não extinguimos, mas como reduzimos e aumentamos o consumo de mensagens. Essa é uma metáfora que a gente pode usar para imaginar o que podemos fazer pelo clima", arremata.
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