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BR-262: A rodovia da morte para animais silvestres no Pantanal (FOTOS)

© Sputnik / Guilherme CorreiaAnimal atropelado na rodovia BR-262, entre Corumbá e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul
Animal atropelado na rodovia BR-262, entre Corumbá e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul - Sputnik Brasil, 1920, 12.01.2025
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A reportagem da Sputnik Brasil percorreu os cerca de 420 quilômetros entre Corumbá e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e presenciou dezenas de animais mortos na BR-262, conhecida como a rodovia mais letal para a fauna silvestre no Brasil.
Entre as carcaças vistas, estavam tamanduás, tatus, aves e até jacarés, fotografados pela agência.
A BR-262, que corta os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, é uma das maiores rodovias do país, com mais de 2 mil quilômetros de extensão. O trecho entre Campo Grande e Corumbá, vital para transporte de produtos agropecuários, minérios e combustíveis, se destaca, no entanto, também pelos altos índices de atropelamentos de animais silvestres.
Segundo dados do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), entre 2017 e 2020, foram registrados 6.650 animais mortos em uma extensão de 339 km entre Campo Grande e a ponte do rio Paraguai. Desses, 316 pertenciam a espécies ameaçadas de extinção, como tamanduá-bandeira, anta e lobo-guará.
Dados recentes do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) revelam que, entre 2016 e 2023, 19 onças-pintadas morreram atropeladas no trecho entre Miranda e Corumbá. Neste ano, três delas foram vítimas apenas nesse segmento.

Impactos no Pantanal

Os atropelamentos se intensificam durante a estação chuvosa, quando muitos animais deixam áreas alagadas em busca de comida e acabam cruzando a rodovia. Pesquisadores afirmam que 80% dos acidentes ocorrem à noite, e 40% envolvem animais grandes o suficiente para causar danos materiais aos veículos, elevando também o risco para motoristas.
Trecho do Rio Paraguai em Ladário, em Mato Grosso do Sul. Brasil, 11 de janeiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2025
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Alex Bager, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos de Ecologia em Estradas da Universidade Federal de Lavras (UFLA), alerta para o impacto ecológico.
"O tempo que esses animais demoram para se reproduzir e perpetuar suas populações torna essas mortes um problema grave. Estamos cruzando o ambiente natural deles e temos a responsabilidade de mitigar esse impacto."
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que medidas mitigatórias foram implementadas, como redutores de velocidade, placas de sinalização e cercas para conduzir a fauna a passagens superiores. Porém, a eficácia dessas ações ainda é limitada, segundo especialistas.
O Brasil perde anualmente mais de 2 milhões de animais de médio e grande porte em rodovias e ferrovias, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas. Se incluídos animais menores, o número sobe para 450 milhões.
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