Setor privado quer investir em energia nuclear na Europa, mas precisa de garantias, diz chefe da AIE
06:05 16.01.2025 (atualizado: 06:33 16.01.2025)
© AP Photo / Virginia MayoArquivo: o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, fala durante uma conferência de imprensa sobre energia na sede da União Europeia (UE) em Bruxelas, 12 de dezembro de 2022
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Segundo o chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, investidores privados, bancos e empresas precisam que os governos europeus reduzam seus riscos para receberem investimento direto no setor de energia nuclear.
"É importante que os governos tomem algumas medidas em termos de mostrar seu comprometimento de longo prazo e criar alguns mecanismos de redução de risco para o investimento", disse Birol em entrevista à Reuters, sinalizando que o setor privado precisa "garantir parcialmente os contratos e agilizar o processo regulatório".
A retomada do investimento privado no setor nuclear se deu no ano passado, quando a crescente demanda por eletricidade apresentada por data centers e projetos relacionados à inteligência artificial (IA) passaram a consumir muitos recursos energéticos, prejudicando a competitividade europeia.
A agenda ambiental tem sido um tema central para a Europa na busca por matrizes energéticas limpas, mas as incertezas políticas colaboraram para o enfraquecimento do setor. Atualmente, apenas 25% do total da energia europeia é de origem nuclear e, segundo Birol, em dez anos deve ser inferior a 15%.
Enquanto isso, a China se tornou um dos principais participantes da indústria nuclear devido a um compromisso de décadas do governo e ao desenvolvimento de uma forte cadeia de suprimentos. Até 2023, a capacidade instalada da China deve ofuscar União Europeia (UE) e EUA, segundo relatório da AIE divulgado nesta quinta-feira (16).
Para que a Europa, EUA e Japão tenham chances de competir com a China pela liderança no setor, o desenvolvimento de pequenos reatores modulares pode ser a chave, mas a indústria precisa cortar custos e o nível de investimento deveria ser de € 24,32 bilhões (aproximadamente R$ 150,6 bilhões) segundo a agência.