Mídia: proposta de Trump para Gaza põe em risco futuro do transporte marítimo pelo mar Vermelho
08:54 09.02.2025 (atualizado: 11:38 09.02.2025)
© AFP 2023 / Marwan NaamaniUm navio de carga não identificado navega em direção ao estreito de Ormuz ao largo da costa de Khasab, Omã (foto tirada em 15 de janeiro de 2012). O Irã informou que seu navio Saviz ficou danificado após sofrer uma explosão no mar Vermelho
![Um navio de carga não identificado navega em direção ao estreito de Ormuz ao largo da costa de Khasab, Omã (foto tirada em 15 de janeiro de 2012). O Irã informou que seu navio Saviz ficou danificado após sofrer uma explosão no mar Vermelho Um navio de carga não identificado navega em direção ao estreito de Ormuz ao largo da costa de Khasab, Omã (foto tirada em 15 de janeiro de 2012). O Irã informou que seu navio Saviz ficou danificado após sofrer uma explosão no mar Vermelho - Sputnik Brasil, 1920, 09.02.2025](https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e5/04/07/17280596_69:0:2931:1610_1920x0_80_0_0_62356f74b979f9a5b3884be7b4731f17.jpg)
© AFP 2023 / Marwan Naamani
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Após o anúncio houthi de suspender os ataques no mar Vermelho em consonância com o cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, o tráfego pela região registrou um aumento, que foi seguido de frustação com o anúncio de Trump sobre seu plano para o enclave palestino.
O anúncio recente de Trump gerou preocupações de que os houthis do Iêmen possam retomar os ataques a navios comerciais no mar Vermelho, após terem declarado uma pausa nos ataques após o cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Jan Rindbo, CEO do grupo de transporte marítimo Norden, afirmou ao Financial Times (FT) que o plano de Trump aumentou a tensão no Oriente Médio e o risco de ações dos houthis.
A proposta de Trump para Gaza fez crescer a incerteza no comércio e na indústria de transporte marítimo, já afetada por suas ameaças tarifárias a parceiros comerciais, que reacenderam temores de guerras comerciais e declínio econômico global.
Em janeiro, o trânsito pelo estreito de Bab el-Mandeb registrou um aumento de 4% após o anúncio dos houthis de suspender os ataques a navios, exceto os ligados a Israel. Um transportador de gás natural liquefeito (GNL) de Omã afirmou estar pronto para transportar a primeira carga de gás não russa pelo mar Vermelho em mais de um ano, com a chegada prevista na Turquia em fevereiro.
Bridget Diakun, analista de risco marítimo, observou que, enquanto alguns navios estão retornando, outros aguardam por mais estabilidade e disse ainda, segundo a apuração, que os armadores estão se preparando para uma possível escalada nas tensões e um recuo dos houthis em sua promessa de limitar os ataques.
Ainda segundo a mídia, o CEO da Vespucci Maritime, Lars Jensen, mencionou que as esperanças de um retorno seguro ao mar Vermelho foram frustradas, sugerindo que a declaração de Trump não ajudou a criar confiança na estabilidade da região.
Os empresários esperam por um retorno à normalidade da navegação na região após mais de um ano de interrupções, que aumentaram o tempo e o custo do transporte, forçando navios a seguir rotas mais longas ao redor da África. A gigante dos transportes de carga marítima Maersk prevê que o comércio pelo mar Vermelho possa reabrir em meados de 2025 ou permanecer restrito até o final do ano.
A Maersk tentou retornar ao mar Vermelho em dezembro de 2023, mas os ataques dos houthis forçaram a empresa a redirecionar suas remessas. O CEO Vincent Clerc afirmou que, "enquanto houver dúvidas sobre como as coisas ficarão em algumas semanas, esperaremos".