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Haddad na Arábia Saudita: podemos alavancar parcerias em defesa e tecnologia, diz analista
Haddad na Arábia Saudita: podemos alavancar parcerias em defesa e tecnologia, diz analista
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajou recentemente para a Arábia Saudita, onde participou da Conferência de Al-Ula para Economias de Mercados... 19.02.2025, Sputnik Brasil
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Durante o evento, que ocorreu entre os dias 14 e 19 de fevereiro, o ministro teve reuniões bilaterais com representantes do Catar, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU).A aproximação do Brasil com o Oriente Médio tem gerado debates sobre as vantagens econômicas e estratégicas para o país, especialmente em um mundo cada vez mais multipolar.À Sputnik Brasil, Samuel Braun, professor de políticas públicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), avalia que a relação com o Oriente Médio pode ser crucial para o Brasil em diversas áreas.Segurança energéticaA importância estratégica do Oriente Médio para a segurança energética global também é um ponto central. A região concentra 50% das reservas mundiais de petróleo e 40% das de gás natural, tornando-se essencial para o equilíbrio econômico mundial."A presença do Irã, dos EAU e da Arábia Saudita no BRICS torna ainda mais relevante a aproximação brasileira com a região", observa Braun, destacando o impacto positivo para o comércio e a colaboração em setores como energia e fertilizantes.No entanto, as vantagens para o Brasil não se limitam às exportações comerciais. O Oriente Médio também pode oferecer parcerias estratégicas em áreas como defesa, tecnologia e energia nuclear. Braun observa que a China tem investido fortemente na infraestrutura da região por meio da Iniciativa Cinturão e Rota.O Brasil já tem experiência nesse campo, exportando sistemas de defesa, como radares e veículos blindados para os EAU. Além disso, a Embraer tem vendido aeronaves militares para o Oriente Médio e há interesse de países como a Arábia Saudita em adquirir sistemas de defesa brasileiros.A colaboração em áreas como inteligência artificial, big data, energia renovável e defesa cibernética também tem se mostrado promissora, com empresas brasileiras de tecnologia buscando parcerias no golfo para desenvolver soluções em cidades inteligentes e segurança digital.Entretanto, o Brasil enfrenta desafios internos que podem dificultar o aproveitamento completo das oportunidades oferecidas pela região. O arcabouço fiscal rígido, que limita os investimentos públicos em áreas como infraestrutura e defesa, é um dos principais obstáculos."A redução de investimentos em infraestrutura dificulta a competitividade do Brasil no mercado global e o corte de orçamentos prejudica a modernização das Forças Armadas e a produção de equipamentos militares", aponta Braun.O professor ressalta, ainda, que a falta de recursos para instituições de pesquisa e empresas de base tecnológica também afeta programas estratégicos, como o desenvolvimento de satélites e tecnologias de defesa."O NAF [Novo Arcabouço Fiscal] torna impraticável ao Estado brasileiro assumir compromissos de longo prazo, como parcerias internacionais com o Oriente Médio", alerta. Segundo Braun, sem a flexibilização das regras fiscais, o Brasil ficará restrito a um comércio limitado de commodities e à colaboração tímida em áreas como energia e defesa.Em resumo, a relação do Brasil com o Oriente Médio apresenta grande potencial, tanto no âmbito comercial quanto estratégico, mas dependerá de uma série de fatores internos e externos para se expandir de forma eficaz."As iniciativas diplomáticas e comerciais precisam ser acompanhadas por uma flexibilização fiscal que permita ao Brasil aproveitar o grande potencial de colaboração com os países árabes", conclui Samuel Braun.
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Haddad na Arábia Saudita: podemos alavancar parcerias em defesa e tecnologia, diz analista
19:35 19.02.2025 (atualizado: 16:55 20.02.2025) Especiais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viajou recentemente para a Arábia Saudita, onde participou da Conferência de Al-Ula para Economias de Mercados Emergentes, organizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Durante o evento, que ocorreu entre os dias 14 e 19 de fevereiro, o ministro teve reuniões bilaterais com representantes do Catar, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
A aproximação do Brasil com o Oriente Médio tem gerado debates sobre as vantagens econômicas e estratégicas para o país, especialmente em um mundo cada vez mais multipolar.
À Sputnik Brasil, Samuel Braun, professor de políticas públicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), avalia que a relação com o Oriente Médio pode ser crucial para o Brasil em diversas áreas.
"É fundamental que o Brasil priorize as relações com países fora do Norte Global", afirma Braun. De acordo com o especialista, o comércio entre o Brasil e os países árabes já totaliza quase R$ 200 bilhões por ano, com leve superávit. "O Brasil já é crucial para a segurança alimentar desses países. Por exemplo, é responsável por cerca de um terço dos alimentos consumidos no Catar, sendo o principal fornecedor de carne bovina para a região", destaca o professor.
A importância estratégica do Oriente Médio para a segurança energética global também é um ponto central. A região concentra 50% das reservas mundiais de petróleo e 40% das de gás natural, tornando-se essencial para o equilíbrio econômico mundial.
"A presença do Irã, dos EAU e da Arábia Saudita no BRICS torna ainda mais relevante a aproximação brasileira com a região", observa Braun, destacando o impacto positivo para o comércio e a colaboração em setores como energia e fertilizantes.
No entanto, as vantagens para o Brasil não se limitam às exportações comerciais. O Oriente Médio também pode oferecer parcerias estratégicas em áreas como defesa, tecnologia e energia nuclear. Braun observa que a China tem investido fortemente na infraestrutura da região por meio da Iniciativa Cinturão e Rota.
"Podemos alavancar parcerias com países árabes em defesa e tecnologia, como já fazem a China e a Rússia", comenta.
O Brasil já tem experiência nesse campo, exportando sistemas de defesa, como radares e veículos blindados para os EAU. Além disso, a Embraer tem vendido aeronaves militares para o Oriente Médio e há interesse de países como a Arábia Saudita em adquirir sistemas de defesa brasileiros.
"Esquentar as relações com o Oriente Médio significa não apenas aumentar o comércio, mas diversificá-lo, criando parcerias estratégicas tanto do ponto de vista militar quanto econômico", explica o professor.
A colaboração em áreas
como inteligência artificial, big data, energia renovável e defesa cibernética também tem se mostrado promissora, com empresas brasileiras de tecnologia buscando parcerias no golfo para desenvolver soluções em cidades inteligentes e segurança digital.
Entretanto, o Brasil enfrenta desafios internos que podem dificultar o aproveitamento completo das oportunidades oferecidas pela região. O arcabouço fiscal rígido, que limita os investimentos públicos em áreas como infraestrutura e defesa, é um dos principais obstáculos.
"A redução de investimentos em infraestrutura dificulta a competitividade do Brasil no mercado global e o corte de orçamentos prejudica a modernização das Forças Armadas e a produção de equipamentos militares", aponta Braun.
O professor ressalta, ainda, que a falta de recursos para instituições de pesquisa e empresas de base tecnológica também afeta programas estratégicos, como o desenvolvimento de satélites e tecnologias de defesa.
"O NAF [
Novo Arcabouço Fiscal] torna impraticável ao Estado brasileiro assumir compromissos de longo prazo, como parcerias internacionais com o Oriente Médio", alerta. Segundo Braun, sem a flexibilização das regras fiscais,
o Brasil ficará restrito a um comércio limitado de commodities e à colaboração tímida em áreas como energia e defesa.
Em resumo, a relação do Brasil com o Oriente Médio apresenta grande potencial, tanto no âmbito comercial quanto estratégico, mas dependerá de uma série de fatores internos e externos para se expandir de forma eficaz.
"As iniciativas diplomáticas e comerciais precisam ser acompanhadas por uma flexibilização fiscal que permita ao Brasil aproveitar o grande potencial de colaboração com os países árabes", conclui Samuel Braun.
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