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Zelensky perde 'em todos os cenários possíveis' e prejudica Ucrânia após bate-boca com Trump (VÍDEO)

© AP Photo / Mystyslav ChernovO vice-presidente dos EUA, J. D. Vance (à direita), conversa com Vladimir Zelensky (à esquerda) enquanto o presidente Donald Trump escuta, no Salão Oval da Casa Branca. Washington, D.C., 28 de fevereiro de 2025
O vice-presidente dos EUA, J. D. Vance (à direita), conversa com Vladimir Zelensky (à esquerda) enquanto o presidente Donald Trump escuta, no Salão Oval da Casa Branca. Washington, D.C., 28 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 28.02.2025
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O vexame ocorrido no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (28), durante a visita do ucraniano Vladimir Zelensky ao presidente dos EUA, Donald Trump, foi inédito na história diplomática norte-americana.
O que era para ser uma reunião amistosa com contratos comerciais entre os países terminou com acusações, dedos em riste e interrupção abrupta.
Para o professor doutor em história, analista internacional e fundador do canal História Militar em Debate, Ricardo Cabral, ouvido pela Sputnik Brasil, qualquer que seja o desenrolar do fracassado diálogo, Zelensky sairá derrotado. Para ele, há três cenários possíveis:

"Um primeiro cenário, após esse desastre, é praticamente um rompimento de relações. O Zelensky volta para a Ucrânia e […] vai ficar sem ajuda americana. Isso, de certa forma, vai beneficiar a Rússia", opinou.

O historiador também ponderou que, mesmo com o apoio retórico dos europeus, sem os EUA, se o conflito escalar até 2026, a Ucrânia será praticamente destruída.

"Para os ucranianos, o desastre é completo, porque vai morrer mais gente; os soldados na linha de frente vão continuar a morrer em grande quantidade, porque os russos estão bombardeando com mais intensidade nestas últimas semanas — a infraestrutura de gás agora é o principal alvo, a Ucrânia tem muito pouco gás […]. Paz é fazer concessões, e algumas concessões serão dolorosas para os ucranianos, mas é melhor do que ver o seu país destruído e essa guerra se arrastar por muito tempo."

Um segundo cenário, menos provável, segundo ele, seria uma tentativa de rearticulação das diplomacias dos dois países para um novo encontro, diante da perspectiva de Trump de lucrar com a exploração de terras raras.

"Para os Estados Unidos é uma negociação comercial onde o Zelensky tem que ceder. Então esse segundo cenário, de uma possível reaproximação mais à frente, não pode ser descartado, mas ele se desgastou muito, não só com o presidente, com o Trump, como também com o James Vance, que é o vice."

Uma terceira possibilidade, também muito improvável, segundo o analista, seria um recuo dos Estados Unidos, fazendo concessões a Zelensky por alguma reviravolta:

"Em todos esses três cenários, o principal beneficiado é a Rússia, porque a Ucrânia está perdendo neste momento. A não ser que haja alguma reviravolta [com] o seu principal aliado, aquele que mais lhe deu recursos financeiros e militares para continuar a guerra", avaliou.

Além disso, o estremecimento atual nas relações empodera a Rússia no campo de batalha, que deve avançar com mais força, prevê o especialista. E o comportamento de Zelensky deve ter consequências internas para ele:
"Ele [Zelensky] já não tem muito apoio na Ucrânia, tem uma censura pesada e uma repressão aos opositores. E isso deve aumentar, ao mesmo tempo que, com os Estados Unidos praticamente se tornando uma oposição a ele, a tendência da liderança, das elites ucranianas é buscar uma substituição."
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Segundo Cabral, o cancelamento do acordo sobre as terras raras com a Ucrânia acaba por abrir um leque de outras oportunidades comerciais para os EUA, inclusive com a Rússia e o Brasil:

"As empresas americanas voltarão ao mercado russo. O próprio Putin já sinalizou que pode fazer joint ventures para exploração de recursos naturais na própria Rússia. […] em termos econômicos, essa parceria Rússia-Estados Unidos, ela está apenas começando a ser relançada. De repente, para os Estados Unidos, acabar com a guerra na Ucrânia é um problema a menos, que poderia vir a gerar uma terceira guerra mundial. Mas os interesses comerciais americanos serão preservados de uma maneira ou de outra, pode ter certeza", completou.

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