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'Momento da geopolítica energética favorece o Brasil', afirma engenheiro
'Momento da geopolítica energética favorece o Brasil', afirma engenheiro
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As tarifas propostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre combustíveis importados de aliados históricos estão mudando o jogo geopolítico de... 06.03.2025, Sputnik Brasil
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Ao taxar as importações de petróleo de seus vizinhos Canadá, que terá tarifa de 10%, e México, com tarifas de 25%, Trump faz uma aposta arriscada em que só os EUA sairiam ganhando, mas que no longo prazo abre espaço para novos protagonistas, opinaram os analistas.O engenheiro de petróleo e analista geopolítico Luis Rutledge destacou que as tarifas comerciais impostas por Trump devem remodelar os fluxos comerciais, afetando diretamente as rotas das cargas de petróleo. Se Trump mantiver as pesadas tarifas, ponderou, as rotas das cargas de abastecimento mundial de petróleo serão ajustadas novamente e forçarão a importação de onde há isenção de tarifas ou custos menores que os do Canadá e do México:Os Estados Unidos são atualmente o maior produtor de petróleo do mundo, graças aos reservatórios de xisto. Entretanto as importações de petróleo ainda são estratégicas para o país, comentou Rutledge:O engenheiro frisou que as medidas de Trump colocam a América do Norte em "desnecessária guerra comercial", prejudicando a retomada do crescimento dos EUA e as economias de México e Canadá: "O risco geopolítico é grande e está interligado à guerra comercial, causando incertezas no mercado energético".O professor de geopolítica do petróleo e das energias da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) Marcelo Simas frisou que Trump conta com o fim das sanções comerciais contra a Rússia para aumentar a oferta de petróleo no mercado, baixando seu valor:Para Simas, a taxação do Canadá e do México pode realmente aumentar as importações norte-americanas de petróleo brasileiro, mas sem impacto significativo para o país sul-americano:"É um caminho desconhecido, porque agora a guerra tarifária está sendo promovida pela potência hegemônica, que, na verdade, vai alijar os seus aliados, que são a Europa, a OTAN… […]", ponderou o especialista, ao prever que os EUA estão ensaiando uma saída da Organização do Tratado do Atlântico Norte.Esse processo, observou, vai acelerar a queda do papel dos EUA de potência hegemônica e a consolidação do multilateralismo:Nesse contexto, o BRICS, que representa mais de um terço do produto interno bruto (PIB) mundial, deve ganhar ainda mais destaque. Simas também destacou a China como player estratégico no mercado internacional, que detém cerca de um terço das exportações mundiais:Nesta quinta-feira (6), Donald Trump decidiu adiar mais uma vez a imposição de tarifas, até 2 de abril, sobre produtos mexicanos incluídos no tratado de livre comércio que os dois países têm com o Canadá. A decisão foi tomada após uma conversa com a presidente do México, Claudia Sheinbaum.
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américas, donald trump, américa latina, estados unidos, petróleo, brasil, rússia, china, energia, combustível, mundo, claudia sheinbaum, canadá, méxico, eua, exploração de petróleo, tarifas, geopolítica
'Momento da geopolítica energética favorece o Brasil', afirma engenheiro
20:06 06.03.2025 (atualizado: 21:23 06.03.2025) Especiais
As tarifas propostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre combustíveis importados de aliados históricos estão mudando o jogo geopolítico de maneira inédita, segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil.
Ao
taxar as importações de petróleo de seus vizinhos Canadá, que terá
tarifa de 10%, e México, com
tarifas de 25%, Trump faz uma
aposta arriscada em que só os EUA sairiam ganhando, mas que no longo prazo abre espaço para novos protagonistas, opinaram os analistas.
O engenheiro de petróleo e analista geopolítico Luis Rutledge destacou que as tarifas comerciais impostas por Trump devem remodelar os fluxos comerciais, afetando diretamente as rotas das cargas de petróleo.
Se Trump mantiver as pesadas tarifas, ponderou, as rotas das cargas de abastecimento mundial de petróleo serão ajustadas novamente e forçarão a importação de onde há isenção de tarifas ou custos menores que os do Canadá e do México:
"O petróleo importado do México abastece as refinarias do golfo dos EUA. A produção de petróleo do Hemisfério Sul é a alternativa mais próxima", explicou. "Não acredito em importação oriunda da Venezuela por questões políticas. Este momento da geopolítica energética favorece o Brasil. Com as tarifas se confirmando, o petróleo brasileiro será uma das alternativas de menor custo para os compradores norte-americanos."
Os Estados Unidos são atualmente o maior produtor de petróleo do mundo, graças aos reservatórios de xisto. Entretanto as importações de petróleo ainda são estratégicas para o país, comentou Rutledge:
"As refinarias dos EUA dependem dos tipos de petróleo bruto produzidos pelo Canadá e pelo México para produzir gasolina e outros combustíveis. Os países vizinhos representam mais de dois terços de todas as importações de petróleo das refinarias americanas."
O engenheiro frisou que as medidas de Trump colocam a América do Norte em "desnecessária guerra comercial", prejudicando a retomada do crescimento dos EUA e as economias de México e Canadá: "O risco geopolítico é grande e está interligado à guerra comercial, causando incertezas no mercado energético".
O professor de geopolítica do petróleo e das energias da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ)
Marcelo Simas frisou que
Trump conta com o fim das sanções comerciais contra a Rússia para aumentar a
oferta de petróleo no mercado, baixando seu valor:
"Embora os Estados Unidos sejam o maior produtor mundial, precisam neste momento, justamente por essa guerra tarifária que está promovendo, que haja uma queda no preço do petróleo para poder acomodar as tarifas que estão impondo. Então é interessante uma entrada do russo no mercado internacional novamente, oficialmente, para reduzir o preço do petróleo e, com isso, arrefecer o impacto sobre o preço da gasolina", avaliou.
Para Simas, a taxação do Canadá e do México pode realmente aumentar as importações norte-americanas de petróleo brasileiro, mas sem impacto significativo para o país sul-americano:
"É um caminho desconhecido, porque agora a guerra tarifária está sendo promovida pela potência hegemônica, que, na verdade, vai alijar os seus aliados, que são a Europa, a OTAN… […]", ponderou o especialista, ao prever que os EUA estão ensaiando uma saída da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
"A OTAN já deveria ter acabado lá em 1991, quando a União Soviética acabou, mas os Estados Unidos decidiram continuar; inventaram outro inimigo, que foi o terror, então a OTAN foi passando. Mas agora o que a gente está vendo é que os EUA estão abandonando os aliados tradicionais", comentou, ao arriscar que até mesmo as Nações Unidas poderão ser abandonadas pelo país no médio prazo.
Esse processo, observou, vai acelerar a queda do papel dos EUA de potência hegemônica e a consolidação do multilateralismo:
"Ele [Trump] está acelerando o processo de multilateralismo que está justamente querendo destruir. Claro que não é da noite para o dia, as coisas não são feitas assim no mercado internacional, mas a médio, longo prazo, abrirá um caminho para que você procure alternativas e […] [venha a] trabalhar com várias moedas."
Nesse contexto, o BRICS, que representa mais de um terço do produto interno bruto (PIB) mundial, deve ganhar ainda mais destaque. Simas também destacou a China como player estratégico no mercado internacional, que detém cerca de um terço das exportações mundiais:
"Então a moeda chinesa, para ser aceita, não vai custar muito. Então os Estados Unidos, com essas imposições, vão perdendo justamente espaço, perdendo aliados."
Nesta quinta-feira (6), Donald Trump decidiu adiar mais uma vez a imposição de tarifas, até 2 de abril, sobre produtos mexicanos incluídos no tratado de livre comércio que os dois países têm com o Canadá. A decisão foi tomada após uma conversa com a presidente do México, Claudia Sheinbaum.
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