Haddad acredita em negociação com EUA e deve apontar 'equívoco de diagnóstico' sobre alumínio
12:46 12.03.2025 (atualizado: 13:04 12.03.2025)
© Foto / Marcelo Camargo / Agência BrasilO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a posse do novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo. Brasília (DF), 11 de dezembro de 2024

© Foto / Marcelo Camargo / Agência Brasil
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Nesta quarta-feira (12), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil deve se sentar à mesa de negociações com os Estados Unidos e apontar que há um "equívoco de diagnóstico" norte-americano sobre os produtos brasileiros taxados por Trump.
"O presidente Lula falou [para ter] muita calma nessa hora. Nós já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa", afirmou Haddad a jornalistas na manhã de hoje (12).
"Nós vamos levar a consideração do governo americano que é um equívoco de diagnóstico. De fato, os argumentos trazidos pela indústria brasileira são muito consistentes e vão ajudar o Ministério do Desenvolvimento na mesa de negociação", acrescentou.
O ministro Haddad se reuniu hoje com representantes do setor siderúrgico, incluindo Marco Pollo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, e os secretários do Tesouro, Rogério Ceron, e de Política Econômica, Guilherme Mello, para discutir "providências" relacionadas às importações e exportações brasileiras.
Nesta quarta-feira, os EUA implementaram tarifas de 25% sobre aço e alumínio "sem exceções ou isenções" a todos seus parceiros comerciais. A medida, que já havia sido anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump ainda em fevereiro, não surpreendeu o mercado, mas teve respostas duras de aliados de longa data, como a União Europeia (UE) que anunciou uma resposta dura de reciprocidade para 1º de abril.
O Brasil, um dos principais exportadores de produtos semiacabados de aço, também será afetado, no entanto, Haddad acredita que há margem para negociar.
Segundo dados do Instituto Aço Brasil, nos últimos cinco anos, os Estados Unidos tiveram superávit comercial médio de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34,9 bilhões) com o país. Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço — carvão, aço e máquinas e equipamentos — EUA e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões (aproximadamente R$ 44,2 bilhões), sendo os EUA superavitários em US$ 3 bilhões (mais de R$ 17,4 bilhões).