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Guarda-chuva nuclear francês não é suficiente ou eficaz para proteger a Europa, diz mídia

© AP Photo / Manish SwarupEmmanuel Macron, presidente da França, discursa durante coletiva de imprensa no final da Cúpula do G20, em Nova Deli, Índia, 10 de setembro de 2023
Emmanuel Macron, presidente da França, discursa durante coletiva de imprensa no final da Cúpula do G20, em Nova Deli, Índia, 10 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.03.2025
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Apesar da disposição do presidente francês Emmanuel Macron de convidar líderes europeus para discutir mecanismos que permitissem que o arsenal nuclear da França pudesse ser usado como ferramenta de dissuasão, suas limitações podem não ser satisfatórias.
A ideia de estender o "guarda-chuva nuclear" francês para proteger outros países europeus ganhou urgência devido às ameaças do presidente norte-americano Donald Trump de minar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e abandonar o papel dos EUA como garantidor da segurança europeia.
De acordo com um artigo do Financial Times (FT), o ex-ministro das Relações Exteriores francês, Hubert Védrine, destacou que nunca houve solicitação de um país europeu para tal coisa, pois ninguém questionava o apoio dos EUA.
O guarda-chuva nuclear norte-americano inclui mais de 100 bombas de gravidade na Europa, sob controle de Washington, mas projetadas para serem lançadas por caças de países como Bélgica, Alemanha e Itália. O medo de que os EUA retirem sua garantia nuclear levou líderes da Alemanha e Polônia a sugerirem preparativos para tal cenário.
Friedrich Merz, o futuro chanceler alemão, e o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, acolheram a ideia de segurança nuclear do Reino Unido e da França. Macron propôs "abrir o debate estratégico" com países europeus interessados em explorar novas cooperações.
A França há décadas afirma que seus "interesses vitais" têm uma "dimensão europeia", mas nunca definiu o termo. Espera-se que as negociações lideradas por Macron envolvam o Reino Unido, a única outra potência nuclear na região. Mas, segundo especialistas ouvidos pela mídia, o arsenal francês de cerca de 300 ogivas é pequeno para proteger toda a Europa.
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Paris também carece de armas nucleares táticas e tem menos opções para escalada gradual do que os EUA e a Rússia. A dissuasão nuclear britânica, com até 260 ogivas, é atribuída à OTAN, enquanto Paris não participa do Grupo de Planejamento Nuclear (NPG, na sigla em inglês) da Aliança Atlântica.
Marion Messmer, especialista em segurança internacional, sugeriu ao FT que a França devesse se juntar ao NPG da OTAN caso quisesse fortalecer a dissuasão europeia porque desta forma alinharia as doutrinas nucleares francesa e britânica, facilitando o planejamento e treinamento para crises.
No entanto, isso derrubaria a tradição francesa de independência nuclear. Macron enfatizou que um presidente francês sempre teria o poder máximo para decidir sobre o uso das bombas. O argumento é que juntas, as capacidades nucleares britânicas e francesas pudessem dissuadir Moscou de aspirações expansionistas, algo que o Kremlin negou repetidas vezes, argumentando que sua operação militar especial na Ucrânia teve por objetivo desmilitarizar o país vizinho por uma questão de segurança.
Apesar da dificuldade do tema, a França ainda tem opções. Para o especialista em geopolítica e estratégia nuclear, Bruno Tertrais, Paris deveria enviar caças Rafale sem ogivas nucleares para bases de parceiros, como a Polônia, realizar mais exercícios conjuntos para então estabelecer uma nova abordagem que preparasse seus aliados para uma mudança na estratégia nuclear da França.
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