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Parceria Brasil-Rússia na dança: o impacto do Bolshoi na formação de jovens talentos (VÍDEO)

© Guilherme CorreiaApresentação da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.
Apresentação da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. - Sputnik Brasil, 1920, 18.03.2025
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A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil impacta a vida de jovens bailarinos ao oferecer formação gratuita e oportunidades que podem levá-los a palcos internacionais. Fruto de parceria entre Brasil e Rússia, a instituição aplica o rigoroso método russo.
A Sputnik Brasil ouviu a história de talentos que têm no Bolshoi o marco principal de suas carreiras no mundo da dança.
Aos nove anos, a bailarina Jenyffer Almeida, natural do Rio de Janeiro (RJ), ingressava no Bolshoi em Joinville (SC) e realizava um sonho. "Sempre dancei a minha vida toda, desde que eu era um 'cotozinho' de quatro anos", brinca Jennifer.
Ainda na creche, relata, a professora já percebia que ela "dançava o tempo todo".
Atualmente, aos 13 anos, a rotina na Escola Bolshoi é intensa, segundo ela. Às 08h00, ela está já no local de estudos, que fica na Avenida José Vieira, na cidade catarinense. "Tenho aulas até 9h45, um intervalo para lanche e depois seguimos com a aula de clássico até 11h45. Depois, temos repertório ou pontas até meio-dia."
O momento favorito de Jennifer são as aulas de balé clássico. "É quando eu posso desaparecer de tudo. Quando eu piso aqui, deixo todos os meus problemas da porta para fora e sou eu, danço."

O que é preciso para entrar no Bolshoi?

Jennyfer relata que fez uma pré-seleção por vídeo e uma inscrição por meio do site oficial do Bolshoi, para que pudesse concorrer a uma vaga com bolsa.

"Minha mãe pesquisou um pouco, a gente fez a pré-seleção por vídeo, passei e vim para a seleção presencial. Minha família sempre me incentivou: 'Se você não tentar, nunca vai conseguir realizar o que quer'. E deu certo! Já fazem quatro anos e, olhando para trás, penso: 'Meu Deus, que loucura'. Mas não me arrependo de nada."

Para ela, o Bolshoi representa uma "segunda casa": "Passamos tanto tempo aqui que é como uma família. Como minha mãe diz, os professores me veem mais do que ela."
A jovem relata também que sua família se mudou do Rio de Janeiro para Joinville para apoiá-la. "Lá no Rio é mais perigoso. Aqui é paz e tranquilidade. Meu pai e minha mãe amam morar aqui."
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"O Bolshoi não forma apenas bailarinos, mas cidadãos para a vida. A disciplina é essencial. Se você quer entrar, tem que dar o primeiro passo, fazer a seleção e não desistir no primeiro obstáculo."
No futuro, diz, Jennifer pretende dançar nos grandes palcos internacionais, após pegar seu diploma. "Quando isso acontecer, vou pensar: 'Meu Deus, eu consegui'. Depois, quero dançar em grandes companhias lá fora."
"Quando digo que estudo aqui, as pessoas falam: 'Meu Deus, parece que vocês são de outro mundo' [...] o balé é um esporte caro, mas aqui é tudo gratuito. Recebemos suporte e formação de qualidade. O ensino é sério, com professores russos e brasileiros excelentes. Em outras escolas, muitos fazem balé por gostar, mas sem levar como profissão. Aqui, entramos para ser bailarinos profissionais."

Diferentes gerações na dança

Aos 29 anos, Wagner Carvalho já se diz realizado em sua carreira como dançarino, apesar de ainda ter objetivos em mente. O solista é um exemplo do impacto do Balé Bolshoi no Brasil. Natural de Rio Negrinho (SC), mas criado em Joinville desde os três dias de vida, ele iniciou sua trajetória no balé quase por acaso.
Em 2006, quando tinha apenas nove anos, participou de um projeto da Escola que buscava talentos em escolas públicas.
Sem qualquer experiência anterior com a dança, ele decidiu se inscrever nos testes. "Nem sabia o que era, mas resolvi tentar. Passei e, hoje, trabalho profissionalmente com isso. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida", relembra.
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Após sua formação, Wagner permaneceu um ano na companhia jovem do Bolshoi antes de seguir para Kazan, na Rússia, onde consolidou sua carreira. Durante sua passagem pela escola, ele enfrentou uma rotina intensa de ensaios e treinamentos. "O Bolshoi segue o padrão russo, com professores altamente capacitados e uma metodologia muito exigente. Se você não quer isso de verdade, é difícil conseguir seguir", afirma.
O apoio da família foi fundamental em sua jornada: "Meus pais sempre me incentivaram. Eles me levaram para os testes, assistiam aos espetáculos, estavam sempre presentes", conta.
No início, no entanto, sua família não tinha plena consciência da dimensão do Bolshoi. "Eles sabiam da importância do teatro, mas a cultura do balé no Brasil ainda era pouco difundida. Hoje, vejo que isso está mudando. O Bolshoi, que já está aqui há 25 anos, tem um papel essencial nisso. Dois espetáculos lotados são prova de que o interesse pelo balé cresce cada vez mais."
"Poucas instituições no mundo oferecem o que o Bolshoi tem: infraestrutura de ponta, professores altamente capacitados, apoio completo para os alunos, com uniformes, alimentação, academia e até um núcleo de saúde. Até mesmo na Rússia, é difícil encontrar escolas desse nível", explica.

Apoio 'nuclear' russo ao talento brasileiro

Uma das patrocinadoras do Bolshoi no Brasil, a Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom decidiu recentemente renovar por mais um ano sua longa parceria com a escola, reforçando seu compromisso com a cultura e a educação.
"Temos muito orgulho de contribuir para o crescimento desta escola única, que une as culturas dos dois países", declarou Ivan Dybov, presidente da Rosatom América Latina. "Nosso apoio visa manter o alto nível de ensino e criar novas oportunidades para jovens artistas."
Ao longo de seus 25 anos de história, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil formou uma geração de bailarinos que hoje brilham nos mais prestigiados palcos do mundo. Seus ex-alunos atuam em 27 países, em cinco continentes, levando a excelência do método Vaganova, que combina a tradição russa do balé clássico com as expressões culturais brasileiras.
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