Trump tem opões menos complexas do que saída da OTAN para minar aliança, diz mídia
© AP Photo / Jose Luis MaganaDonald Trump após discursar na Conservative Political Action Conference, CPAC, no Gaylord National Resort & Convention Center, em Oxon Hill, Maryland. EUA, 22 de fevereiro de 2025

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O presidente dos EUA, Donald Trump, pode minar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de várias maneiras, mas não precisa deixar a aliança para isso, relata a revista norte-americana Newsweek.
A revista destaca que sair oficialmente do bloco é um processo bastante longo, mas Trump pode destruir a OTAN de outra maneira.
"Temores se espalharam pela Europa sobre a possibilidade de os EUA [...] abandonarem a OTAN. Mas Trump, um notório cético da aliança transatlântica liderada pelos EUA, não precisaria se retirar da OTAN para rompê-la", ressalta a publicação.
Observa-se que é necessário mesmo avisar os outros membros com um ano de antecedência sobre a decisão de deixar o bloco, sem mencionar a necessidade de consultar e obter aprovação de vários comitês do Congresso dos EUA.
Então, continua o artigo, para evitar todas as formalidades, Trump pode simplesmente fazer com que outros Estados-membros questionem o compromisso dos EUA com o Artigo 5 do Tratado de Defesa Coletiva da OTAN.
O Artigo 5 é o alicerce da carta da OTAN. É o artigo do tratado de fundação da aliança que obriga os outros países da OTAN a ajudar qualquer membro que esteja sob ataque armado, com a resposta que considerarem adequada.
© AP Photo / Czarek SokolowskiAs tropas dos EUA, parte de uma missão da OTAN para melhorar a defesa da Polônia, se preparam para uma cerimônia oficial de boas-vindas em Orzysz, nordeste da Polônia, 13 de abril de 2017

As tropas dos EUA, parte de uma missão da OTAN para melhorar a defesa da Polônia, se preparam para uma cerimônia oficial de boas-vindas em Orzysz, nordeste da Polônia, 13 de abril de 2017
© AP Photo / Czarek Sokolowski
Segundo a revista, um efeito semelhante seria a redução da presença em larga escala das forças militares dos EUA na Europa, a interrupção da participação nos exercícios da OTAN e a renúncia ao posto de comandante supremo das forças armadas combinadas da OTAN na Europa.
"A confiança que era o cerne do relacionamento já começou a se desgastar", finaliza o artigo, citando Neil Melvin, analista do Instituto Real de Serviços Unidos (RUSI, na sigla em inglês).
Trump criticou repetidamente a Europa por sua baixa contribuição para a capacidade de defesa da OTAN e exigiu que todos os Estados-membros aumentassem os gastos com defesa para 5% do PIB, com o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, assegurando que os Estados Unidos ainda não têm planos de reduzir sua presença militar na Europa.