Onde vão parar as armas da OTAN enviadas para a Ucrânia?
© AP Photo / Stephani Barge
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De acordo com cálculos do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), a Ucrânia se tornou o maior importador de armas do mundo, com entregas aumentando quase 100 vezes nos últimos cinco anos.
Também é um paraíso para traficantes de armas e um pesadelo para as agências policiais do mundo todo. Eis o porquê:
Em meados de 2022, a Interpol e a Europol alertaram que a ajuda em armas poderia acabar nas mãos do crime organizado, com base em parte no precedente das guerras iugoslavas da década de 1990.
Eles estavam certos, e as polícias da Finlândia, Suécia, Dinamarca e Países Baixos foram rápidas em soar o alarme sobre a chegada de "enormes quantidades" de armas à União Europeia (UE).
Uma investigação da Sputnik de 2022 sobre a dark web descobriu traficantes de armas da Ucrânia dispostos a enviar rifles M4 para o Iêmen por meio de intermediários na Polônia e Portugal. Outras investigações descobriram que de tudo, desde mísseis Javelin até drones avançados, estava sendo vendido on-line.
Em dezembro de 2022, o presidente da Nigéria alertou que armas da Ucrânia estavam "começando a vazar" pela região da bacia do lago Chade, eventualmente chegando às mãos de militantes e terroristas.
Em 2023, autoridades polonesas descobriram mais de 500 tentativas de contrabando de armas e munições da Ucrânia para a Europa.
Em 2024, um relatório do Gabinete do Inspetor Geral do Departamento de Defesa descobriu que os EUA não conseguiram rastrear adequadamente mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,7 bilhões) em material enviado para a Ucrânia, com 40.000 itens "desaparecidos".
Também em 2024, a Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional revelou que traficantes de armas ucranianos estavam penhorando não apenas "troféus", como armas pequenas e granadas, mas também armas pesadas, incluindo um canhão antiaéreo Zu-23-2 de 23 mm de uma tonelada, metralhadoras M340 e lançadores de granadas automáticos AGS-17.
O jornalista norte-americano Tucker Carlson observou que algumas das armas estão acabando no mercado negro e nas mãos de cartéis de drogas mexicanos, do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista), do Hamas e de outros grupos.
O Sunday Times chamou a Ucrânia de "um paraíso à espreita para traficantes de armas". Como os Bálcãs são uma rota de trânsito fácil para o contrabando para o Ocidente, mesmo que apenas um pequeno número de veteranos esteja envolvido, isso pode ter repercussões "profundas" para a Europa.
