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'Tradição diplomática' do Brasil pode contribuir com a institucionalização do BRICS, diz analista

© AP Photo / Eraldo PeresO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão de abertura da Primeira Reunião Sherpa em preparação para a reunião de julho do BRICS no Brasil, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Brasil, 26 de fevereiro de 2025
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão de abertura da Primeira Reunião Sherpa em preparação para a reunião de julho do BRICS no Brasil, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Brasil, 26 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2025
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Em um momento de tensão geopolítica, o BRICS tem se apresentado como uma alternativa viável no desenvolvimento da nova ordem mundial. Falando à Sputnik, o professor Fabiano Melniczuk, abordou qual papel acredita que o Brasil deve desempenhar à frente da presidência do grupo em meio aos desafios da atualidade.
Por ocasião da presidência pró tempore do Brasil à frente do BRICS — grupo inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — a liderança sul-americana elencou junto aos membros seus eixos de atuação prioritária. Mas como potencializar esta participação em um ambiente de conflitos internacionais?
A Sputnik conversou com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fabiano Melniczuk, para compreender em que medida a vantagem diplomática do país pode ajudar o grupo a atuar junto a seus parceiros, mesmo como mediador em relações de conflito.

"Então, uma coisa que o Brasil pode trazer, e o Brasil está, eu acho, se esforçando para se consolidar dentro do BRICS, é a ideia de mediar conflitos e tentar chegar a acordos baseados no respeito mútuo e no respeito pela diversidade dos países que pertencem ao grupo", afirmou Melniczuk na conferência científica internacional Nova ordem mundial: formação do mundo multipolar e o papel da Rússia.

Para o professor, o engajamento brasileiro na institucionalização do grupo também é outra forma como o país pode contribuir para a consolidação de sua atuação no mundo.
"Acredito que o Brasil não quer criar regras que tornem o grupo uma organização rígida, mas sim esclarecer os critérios para ser membro e como os países podem pensar nas mesmas estratégias e políticas para mudar a ordem mundial. Portanto, esta é uma contribuição que o Brasil está oferecendo, e acredito também que o Brasil avançará em algumas das iniciativas russas de 2024 no que diz respeito ao comércio em moedas locais", destacou ele.
O professor lembra que o debate da institucionalização tem sido discutido nos círculos diplomáticos, uma vez que o grupo tem despertado o interesse em diversos outros países fora do eixo de países centrais. Com cada vez mais vozes, o Sul Global tem conseguido espaço para se posicionar, e isso exige coragem.

"[...] acredito que o Brasil foi muito corajoso em avançar nos debates sobre inteligência, inteligência artificial [IA] e economia digital. Uma das principais coisas em que o Brasil está trabalhando agora é que precisamos começar a falar sobre a economia digital sob a perspectiva de dados como commodities", justificou.

Mauro Vieira (à esquerda) e Sergei Lavrov (à direita), ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Rússia, respectivamente, se cumprimentam no âmbito de chanceleres dos Estados-membros do BRICS na Cidade do Cabo, África do Sul, 2 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2025
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Por fim, mas não menos importante, Melniczuk afirma ser urgente a reflexão sobre como serviços digitais são poderosos e como eles estão mudando a forma como vivemos sendo em parte responsáveis pela estabilidade econômica dentro de um sistema tecnológico tão conectado.

"[...] acho que a economia digital, a inteligência artificial e tudo isso está relacionado a essas novas formas de desenvolvimento na economia e nas tecnologias. Acho que o Brasil está trazendo essa base para o BRICS. Essa também é uma contribuição muito boa da parte brasileira", concluiu.

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