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Tarifaço de Trump no contexto atual do BRICS provoca dano irreversível para os EUA, diz analista
Tarifaço de Trump no contexto atual do BRICS provoca dano irreversível para os EUA, diz analista
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A política de tarifas imposta pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, acelerou a "corrosão da autoridade moral" do país como nação líder do Ocidente... 19.05.2025, Sputnik Brasil
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Ao lembrar que Trump já havia implementado essa estratégia em seu primeiro governo, entre 2017 e 2021, ele enfatizou que naquela época o BRICS não era a potência que é hoje. A medida atual representa um dano irreparável, avaliou.O geógrafo e especialista em estudos estratégicos internacionais Diego Pautasso também conversou sobre o assunto com o Mundioka. Assim como seu colega da UFF, ele sinalizou a perda da hegemonia econômica, tecnológica e política dos EUA como o calcanhar de aquiles da política de Trump, ao impor seus interesses através do dólar e de uma agenda financeira global que ele já não tem.Os Estados Unidos há muito deixaram de ser uma potência confiável, afirmou Ferreira, chegando a um ponto em que até mesmo a Arábia Saudita, aliada estratégica de longa data dos EUA, além de parceira comercial, vem diversificando suas parcerias.Além disso, lembrou o especialista da UFF, as declarações e movimentações de Trump atiçaram os sentimentos nacionalistas de alguns países, como Canadá, Panamá e México, parceiros estratégicos dos EUA que se viram ameaçados pelas declarações do republicano.No caso do México, o presidente estadunidense afirmou que o golfo do México deveria se chamar golfo da América, forçando a mudança em plataformas como Google, e ameaçou o país com manobras militares para lidar com o narcotráfico. Já o Panamá enfrentou ameaças de ter seu canal tomado, e o Canadá, de se tornar o 51º estado norte-americano.Pautasso, que também é diretor de pesquisas do Centro de Estudos Avançados Brasil-China e autor de livros como "China e Rússia no pós-Guerra Fria", endossou a afirmação de Ferreira ao avaliar que as políticas de Trump abriram brecha para países como a China estabelecerem e aprofundarem relações logo após o tarifaço.Um exemplo disso foram as viagens de Xi Jinping ao Vietnã, à Tailândia e a países do Sudeste Asiático após a enxurrada de taxas ser apresentada.Na opinião do geógrafo, o presidente dos EUA governa o país como chefe de uma empresa que toma decisões sem levar em consideração os funcionários:Pautasso salientou que não faltam exemplos de novas alternativas, antes improváveis, frente ao unilateralismo estadunidense. Um dos mais recentes, elencou, é o ingresso da Colômbia, um país historicamente sob o guarda-chuva diplomático de Washington, na Iniciativa Cinturão e Rota:Um sistema de pagamentos alternativo criado e liderado pelo BRICS, que também parecia improvável há alguns anos, tem sido cada vez mais acolhido para escapar da hegemonia e do poder coercitivo do dólar, de acordo com os entrevistados.Vários países têm feito acordos de comércio em moedas locais, argumentou ele, como Rússia e China.
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Tarifaço de Trump no contexto atual do BRICS provoca dano irreversível para os EUA, diz analista
20:30 19.05.2025 (atualizado: 13:37 29.05.2025) Especiais
A política de tarifas imposta pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, acelerou a "corrosão da autoridade moral" do país como nação líder do Ocidente, afirma o pesquisador do Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS), da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lier Pires Ferreira, em entrevista à Sputnik Brasil, no podcast Mundioka.
Ao lembrar que Trump já havia implementado essa estratégia em seu primeiro governo, entre 2017 e 2021, ele enfatizou que naquela época o BRICS não era a potência que é hoje. A medida atual representa um dano irreparável, avaliou.
"Quando uma potência como os Estados Unidos começa a adotar medidas unilaterais visando a […] objetivos meramente egoísticos, ela deixa de ser uma potência confiável para o mundo e fundamentalmente para os seus parceiros. E esse é um dano que me parece irreversível no contexto do governo Donald Trump."
O geógrafo e especialista em estudos estratégicos internacionais Diego Pautasso também conversou sobre o assunto com o Mundioka. Assim como seu colega da UFF, ele sinalizou a perda da hegemonia econômica, tecnológica e política dos EUA como o calcanhar de aquiles da política de Trump, ao impor seus interesses através do dólar e de uma agenda financeira global que ele já não tem.
"Em pouco mais de 25 anos, esse cenário mudou rapidamente […]. O que acontece agora, no século XXI, é que temos países gigantes, sobretudo a China, mas também a Rússia, o Brasil, a Índia e o Sul Global, que crescem em velocidade maior que a da média mundial; mercados dinâmicos. No caso da China, o maior parceiro comercial de quase 150 países, tem um papel de financiamento de obras pelo mundo que é mais importante do que o do FMI [Fundo Monetário Internacional] e o do Banco Mundial."
Os Estados Unidos há muito deixaram de ser uma potência confiável, afirmou Ferreira, chegando a um ponto em que até mesmo a
Arábia Saudita, aliada estratégica de longa data dos EUA, além de parceira comercial, vem
diversificando suas parcerias.
"Ela [Arábia Saudita] continua participando cada vez mais organicamente dos encontros do BRICS, inclusive deverá estar presente aqui no Brasil nos próximos dias 6 e 7 de julho [quando ocorre a 17ª Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro]. [...] mesmo os aliados mais próximos dos Estados Unidos, seja na Europa, na América do Norte ou no Oriente Médio, já começam a buscar alternativas estratégicas, porque percebem esse caráter pouco confiável dos EUA", disse Ferreira.
Além disso, lembrou o especialista da UFF, as
declarações e movimentações de Trump atiçaram os sentimentos nacionalistas de alguns países, como Canadá, Panamá e México, parceiros estratégicos dos EUA que se viram ameaçados pelas declarações do republicano.
No caso do México, o presidente estadunidense afirmou que o golfo do México deveria se chamar golfo da América,
forçando a mudança em plataformas como Google, e ameaçou o país com manobras militares para lidar com o narcotráfico. Já o Panamá enfrentou ameaças de ter seu canal tomado, e o Canadá, de se tornar o 51º estado norte-americano.
Pautasso, que também é diretor de pesquisas do Centro de Estudos Avançados Brasil-China e autor de livros como "China e Rússia no pós-Guerra Fria", endossou a afirmação de Ferreira ao avaliar que as políticas de Trump abriram
brecha para países como a China estabelecerem e aprofundarem relações logo após o tarifaço.
Um exemplo disso foram as viagens de Xi Jinping ao Vietnã, à Tailândia e a países do Sudeste Asiático após a enxurrada de taxas ser apresentada.
Na opinião do geógrafo, o presidente dos EUA governa o país como chefe de uma empresa que toma decisões sem levar em consideração os funcionários:
"Um gestor no mínimo limitado para uma grande corporação, mas ainda mais limitado para um sistema internacional absolutamente complexo e para uma posição de que os Estados Unidos gozavam desde a Segunda Guerra Mundial, que é de grande centralidade."
Pautasso salientou que não faltam exemplos de novas alternativas, antes improváveis, frente ao unilateralismo estadunidense. Um dos mais recentes, elencou, é o ingresso da Colômbia, um país historicamente sob o guarda-chuva diplomático de Washington, na Iniciativa Cinturão e Rota:
"É uma decisão que revela o interesse dos países de diversificar seu comércio, reduzir a dependência dos Estados Unidos, e abre uma brecha enorme para a China, para o Brasil, para os outros membros do BRICS no sentido do fortalecimento das relações no âmbito Sul-Sul."
Um sistema de pagamentos alternativo criado e liderado pelo BRICS, que também parecia improvável há alguns anos, tem sido cada vez mais acolhido para escapar da hegemonia e do poder coercitivo do dólar, de acordo com os entrevistados.
“Nos encontros do BRICS cada vez mais se discute ou a criação de uma unidade de medida, de uma unidade de conta para o comércio internacional, ou, eventualmente, de uma cesta de moedas. […] obviamente que a eventual substituição ou alternativa ao dólar, ela não é nem rápida nem trivial. Existem muitas contradições em jogo. Por outro lado, a necessidade e os movimentos de desdolarização e criação de alternativas têm sido múltiplas e cada vez mais importantes", ponderou Pautasso.
Vários países têm feito acordos de comércio em moedas locais, argumentou ele, como Rússia e China.
"O Brasil já firmou acordos também nessa direção, e acredito que a própria ampliação do BRICS com países que têm grandes reservas de petróleo […] visa, por um lado, ampliar a concertação política no âmbito Sul-Sul para a produção dessa alternativa e, por outro lado, fortalecer o lastro material para essas novas unidades de medida."
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