Resistência palestina: objetivos comuns, estratégias diferentes (Parte 2)
Resistência palestina: objetivos comuns, estratégias diferentes (Parte 2)
O jornalista Marcelo Bamonte avaliou que a principal diferença entre o Hamas e as formas populares de resistência em cidades como Hebrom e Nablus, na Cisjordânia, está na tática e no impacto. "O Hamas não atua só em Gaza, mas também influencia a Cisjordânia", disse ele.
Segundo Bamonte, "se não houvesse o Hamas, muito provavelmente já teria havido uma capitulação muito forte no sentido da resistência". Apesar disso, ele reconhece que parte da população está esgotada com o conflito permanente e o risco constante de morte na Faixa de Gaza.
As disputas entre Fatah e Hamas são antigas e complexas. Após as eleições de 2006, o Fatah resistiu a formar uma coalizão com o Hamas e, de acordo com os entrevistados, até combate forças da resistência islâmica.
Tenório afirmou que, por ser o maior grupo, o Hamas sofre campanhas constantes de difamação e fake news, muitas delas financiadas por EUA e Israel. O objetivo seria destruir sua ala militar, as Brigadas Al-Qassam, e viabilizar a exploração imobiliária em Gaza, segundo os especialistas.
O historiador explicou que o Hamas não prega o extermínio de judeus, como propagado por adversários, mas defende um Estado único, onde judeus, cristãos e muçulmanos possam conviver com igualdade de direitos e voto democrático.
As mulheres palestinas são parte fundamental da resistência, das redes sociais ao enfrentamento direto nas ruas e casas sob ocupação. "Se as mulheres não tomassem parte nessa luta, penso que ela não teria o alcance que tem hoje", disse Tenório.
Para ele, a violência empregada pelo Hamas se insere na lógica de um exército guerrilheiro enfrentando uma ocupação brutal. "Em um ano e meio, quase 53 mil pessoas foram assassinadas pelos bombardeios israelenses, a maioria crianças e mulheres", destacou.
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