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Figura de 'empresário truculento' de Trump é ineficaz contra Putin, nota analista (VÍDEOS)

© AP Photo / Evan VucciDonald Trump, presidente estadunidense, discursa no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D.C. EUA, 28 de maio de 2025
Donald Trump, presidente estadunidense, discursa no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D.C. EUA, 28 de maio de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 28.05.2025
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Em entrevista à Sputnik Brasil, o historiador Rodrigo Ianhez crava que a estratégia do presidente norte-americano de criticar ações russas no conflito ucraniano enquanto ignora os ataques de Kiev à Rússia é uma escolha deliberada para elevar a pressão contra Moscou e, assim como as sanções, não surtirá resultado.
O presidente dos EUA, Donald Trump, não está sendo bem informado sobre o que realmente está acontecendo no confronto russo-ucraniano. É o que afirmou nesta quarta-feira (28) o assessor da presidência russa Yuri Ushakov, ao comentar as declarações do líder norte-americano sobre a situação na Ucrânia, com foco apenas nos ataques russos.

"Trump só sabe quais medidas retaliatórias estamos tomando. E ele não entende na totalidade que estamos atingindo exclusivamente a infraestrutura militar ou as instalações do complexo militar-industrial", afirmou Ushakov.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o historiador e especialista em história da União Soviética Rodrigo Ianhez afirma que esse estilo retórico é também uma tática do presidente norte-americano.
"É parte da tentativa de barganha que o Trump está tentando realizar e parte da estratégia que ele utiliza em vários momentos, de se mostrar uma figura durona. […] Neste momento, ele está tentando colocar pressão sobre os russos, fazendo uma série de ameaças, mas nada muito diferente do que ele já não vem ameaçando nos últimos tempos."
Para o historiador, a aposta de Trump, com sua tática de negociador empresarial truculento, se mostra ineficaz frente à Rússia de Vladimir Putin. Desde 2015 os Estados Unidos vêm aumentando a pressão e as sanções contra a Rússia, "sem conseguir nenhum resultado".
"A não ser uma escalada cada vez mais perigosa, que pode se desenvolver para um conflito de proporções globais, inclusive nuclear."

"E é neste momento que me parece que os atores têm sido muito irresponsáveis, ao ignorar o perigo imenso que nós estamos vivendo, sem dúvida o maior desde o fim da Guerra Fria, de uma escalada para uma guerra de proporções mundiais. Não me parece uma tática muito efetiva."

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Ocidente tenta criar narrativa de 'bem × mal'

O historiador avalia que essa ignorância premeditada por parte de Donald Trump, de outros líderes europeus e da grande mídia, de não reconhecer os ataques ucranianos, faz parte de uma grande guerra de narrativas empregada pelo Ocidente, na qual a primeira vítima é a verdade.
Desde o primeiro dia do conflito é observada uma manipulação muito grande da grande mídia, com a apresentação parcial dos fatos, explica Ianhez. "Não é nenhuma novidade em relação ao que nós vemos desde 2014."
"O que a mídia fala sobre a Rússia, muitas vezes, não parece coincidir com a realidade que as pessoas que vivem na Rússia observam todos os dias."
Tanto o lado russo é apresentado sob luzes que muito claramente expõem uma russofobia, um preconceito em relação à Rússia, diz o especialista, quanto se observa uma tentativa de reformar o entendimento do que é a Ucrânia, que "até 2022 não era vista como um país europeu".
Segundo o especialista, nessa disputa de narrativas, para justificar a manutenção do conflito, "é preciso apresentá-lo como algo sem nenhuma nuance, como algo preto no branco, como uma invasão injustificada, sem nenhuma dessas raízes históricas".
Por outro lado, a Rússia tem conseguido alcançar os países do Sul Global e "furar um pouco essa barreira de isolamento" a qual a maioria global foi submetida.
Dessa forma, hoje se desenha uma "nova Guerra Fria", afirma o historiador. Nela, o bloco ocidental, liderado por EUA e UE, se apresenta como "o mundo livre, de democracias liberais" e tenta impor ao outro bloco, liderado por Rússia e China, a imagem de "países autocráticos", da mesma forma que a União Soviética foi descrita pelo ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan como um "império do mal".
"E o elemento ideológico na Guerra Fria é central. É central a tentativa de apresentar uma luta do bem e do mal. […] Então se está utilizando toda essa memória coletiva que a gente tem da Rússia como um império maligno e tentando requentar essa narrativa ideológica para tentar angariar o máximo de apoio."
Felizmente a tática ocidental não tem sido bem-sucedida, já que essa dicotomia narrativa não tem mais o apelo que um dia teve, avalia Ianhez.

"E mesmo naquela época, a hipocrisia inerente a essa narrativa já era bastante visível através das práticas coloniais que o mundo ocidental impunha ao Terceiro Mundo."

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