Bombardeio furtivo dos EUA ao Irã foi mantido em sigilo até o último segundo, diz mídia
06:38 23.06.2025 (atualizado: 06:11 25.06.2025)
© AP Photo / Força Aérea dos EUA
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Na madrugada de domingo (22), os Estados Unidos lançaram a Operação Martelo da Meia-Noite, um ataque aéreo furtivo de grande escala sem precedentes contra instalações nucleares subterrâneas no Irã, arriscando uma perigosa escalada no conflito Israel-Irã.
Bombardeiros furtivos B-2 lançaram bombas de 13.600 kg sobre as usinas de Fordow e Natanz, enquanto um submarino norte-americano disparou dezenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk contra outros alvos estratégicos, como a instalação de Isfahan. Autoridades norte-americanas afirmam que o ataque foi um golpe devastador ao programa nuclear iraniano, embora o Irã negue danos significativos e prometa retaliação.
A operação foi cuidadosamente planejada para manter o sigilo e a surpresa. Elementos de distração foram usados dias antes do ataque, incluindo o anúncio do presidente norte-americano Donald Trump de que uma decisão sobre o Irã seria tomada em duas semanas. Enquanto isso, bombardeiros B-2 foram enviados como iscas para o Pacífico, desviando a atenção de observadores, enquanto os verdadeiros aviões de ataque voavam discretamente rumo ao Oriente Médio.
Os sete bombardeiros B-2 que participaram do ataque carregavam duas bombas "destruidoras de bunkers" cada, totalizando 14 bombas GBU-57. Essas armas, projetadas para penetrar profundamente no solo antes de explodir, foram usadas pela primeira vez em combate. A missão exigiu 18 horas de voo furtivo, com múltiplos reabastecimentos aéreos, e envolveu 125 aeronaves no total, incluindo caças e aviões-tanque.
O ataque começou com o lançamento de mísseis de cruzeiro por um submarino norte-americano, seguido pelos bombardeios aéreos. As bombas atingiram principalmente a instalação de Fordow, mas também foram lançadas sobre Natanz e Isfahan. Apesar da intensidade do ataque, não foram detectados sinais imediatos de contaminação radioativa, segundo o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O plano foi mantido em sigilo até o último momento. Apenas um pequeno grupo de autoridades em Washington e na sede do Comando Central dos EUA na Flórida tinha conhecimento da missão. A maioria dos legisladores norte-americanos foi informada apenas pouco antes do ataque, e não está claro se países como Líbano, Síria e Iraque foram notificados sobre o sobrevoo de aeronaves norte-americanas.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, destacou que os bombardeiros "entraram, saíram e voltaram sem que o mundo soubesse". A operação foi considerada histórica por autoridades militares, sendo o maior ataque operacional com B-2 da história dos EUA e a segunda missão mais longa com esses bombardeiros, atrás apenas das realizadas após os atentados de 11 de setembro.
De acordo com o Defense News, a missão envolveu 75 armas guiadas de precisão, incluindo as 14 bombas GBU-57 e mais de duas dezenas de mísseis Tomahawk. Embora a maioria dos pilotos fosse do sexo masculino, uma mulher também participou da missão como piloto de um dos B-2, segundo uma autoridade norte-americana que falou à mídia sob condições de anonimato.
O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, afirmou que o ataque foi um marco não apenas pelo uso inédito das bombas destruidoras de bunkers, mas também pela complexidade e precisão da operação, mas representa uma escalada significativa na tensão entre os EUA e o Irã, com possíveis repercussões geopolíticas nos próximos dias.
