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Violência política marca a história da América Latina, afirmam especialistas
Violência política marca a história da América Latina, afirmam especialistas
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Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, entrevistados comentaram a tentativa de assassinato do pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe e... 24.06.2025, Sputnik Brasil
2025-06-24T18:20-0300
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O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe foi alvo de disparos em 7 de junho durante um comício em Bogotá, capital do país. O atirador, um jovem de 14 anos, foi preso ainda no local. A polícia colombiana afirma que o atentado tem caráter político.Segundo as investigações, ao menos oito pessoas participaram do crime, as quais quatro já estão presas. As autoridades da Colômbia ainda procuram os autores intelectuais do ataque para entender o objetivo do atentado contra Uribe.Para discutir o caso e a conjuntura de violência na América Latina, o podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, entrevistou Leandro Machado, cientista político e amigo de Uribe, e Renata Alvares Gaspar, advogada e diretora acadêmica da Escola de Altos Estudos em Direito e Relações Internacionais (Edrin).Machado, que fez amizade com o pré-candidato enquanto estudavam na Universidade de Harvard, classificou o atentado como um "choque enorme" e disse que Uribe já havia recebido ameaças, mas que isso era algo rotineiro para ele.Uribe, que está em estado crítico, porém estável, já viveu uma tragédia familiar ligada à violência na Colômbia. Aos quatro anos, o então menino viu a mãe, a jornalista Diana Turbay, ser sequestrada e morta pelo cartel liderado pelo narcotraficante Pablo Escobar.Gaspar destaca que a violência na América Latina é histórica, remontando aos tempos da colonização e passando por diversas ditaduras, chegando atualmente aos grupos paramilitares e ao narcotráfico. Para a especialista, esses personagens, que deveriam estar à margem da lei, conseguem se inserir na estrutura dos Estados da região."O que a gente tem são associações fortes de natureza criminosa, que vão entrando, por vários motivos de distintas perspectivas, nas entranhas do poder estatal, em todas as suas dimensões, e, com isso, vão cooptando o Estado."A diretora acadêmica da Edrin ainda alerta para o perigo que crimes como o atentado contra Uribe podem causar a uma democracia, abrindo espaço para grupos autoritários.Dificuldades da América LatinaA Colômbia continua a tentar resolver os problemas relacionados à segurança no país. Marcada pela luta contra o tráfico de drogas nas décadas de 1980 e 1990, além das batalhas para acabar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a nação ainda busca finalizar acordos de paz com grupos paramilitares.Segundo Machado, a imprensa colombiana tem apontado para erros estratégicos do presidente Gustavo Petro na tentativa de alcançar esse pacto, e o ataque contra Uribe faz com que os colombianos relembrem os traumas da violência no país.Por sua vez, Gaspar afirma que a violência não é exclusividade da Colômbia. No México e na América Central, como um todo, nações enfrentam narcotraficantes. O Brasil também entra nessa luta, além de encarar a violência causada por crimes ambientais, assim como boa parte dos países da América do Sul. Obviamente, esse cenário interfere diretamente na política da região.A advogada é clara: para que a América Latina fuja dessa espiral de violência que assombra a região desde a época colonial, é preciso fortalecer as raízes dos direitos humanos. Sob essa perspectiva, Gaspar diz que ainda há muito a melhorar, mas é possível perceber avanços se olharmos para o passado.
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Violência política marca a história da América Latina, afirmam especialistas
18:20 24.06.2025 (atualizado: 18:43 24.06.2025) Especiais
Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, entrevistados comentaram a tentativa de assassinato do pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe e explicaram o cenário de segurança e política nas Américas.
O
senador e pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe foi alvo de disparos em 7 de junho durante um comício em Bogotá, capital do país. O atirador, um
jovem de 14 anos, foi preso ainda no local. A polícia colombiana afirma que
o atentado tem caráter político.
Segundo as investigações,
ao menos oito pessoas participaram do crime, as quais
quatro já estão presas. As autoridades da Colômbia ainda procuram os autores intelectuais do ataque para
entender o objetivo do atentado contra Uribe.
Para discutir o caso e a conjuntura de violência na América Latina, o podcast
Mundioka, da
Sputnik Brasil, entrevistou
Leandro Machado, cientista político e amigo de Uribe, e
Renata Alvares Gaspar, advogada e diretora acadêmica da Escola de Altos Estudos em Direito e Relações Internacionais (Edrin).
Machado, que fez amizade com o pré-candidato enquanto estudavam na Universidade de Harvard, classificou o atentado como um "choque enorme" e disse que Uribe já havia recebido ameaças, mas que isso era algo rotineiro para ele.
"Sim, tinham algumas ameaças, mas aquelas coisas quase que naturalizadas na nossa região", explicou o cientista político, que destacou: "A Colômbia vive um momento muito crítico, muito delicado, com alguns sinais de uma volta da violência política que a gente viu nos anos 1980 e 1990."
Uribe, que está em
estado crítico, porém estável, já viveu uma tragédia familiar ligada à violência na Colômbia. Aos quatro anos, o então menino viu a mãe, a jornalista
Diana Turbay, ser
sequestrada e morta pelo cartel liderado pelo narcotraficante
Pablo Escobar.
Gaspar destaca que a violência na América Latina é histórica, remontando aos tempos da colonização e passando por diversas ditaduras, chegando atualmente aos grupos paramilitares e ao narcotráfico. Para a especialista, esses personagens, que deveriam estar à margem da lei, conseguem se inserir na estrutura dos Estados da região.
"O que a gente tem são associações fortes de natureza criminosa, que vão entrando, por vários motivos de distintas perspectivas, nas entranhas do poder estatal, em todas as suas dimensões, e, com isso, vão cooptando o Estado."
A diretora acadêmica da Edrin ainda alerta para o perigo que crimes como o atentado contra Uribe podem causar a uma democracia, abrindo espaço para grupos autoritários.
"Toda vez que existe uma violência […] em um momento eleitoral importante da América Latina, ele tem o condão de mudar as forças políticas. Então você cria um movimento de agregação contrário a essa violência, que às vezes altera a política."

5 de dezembro 2024, 20:55
Dificuldades da América Latina
A Colômbia continua a tentar resolver os problemas relacionados à segurança no país. Marcada pela luta contra o tráfico de drogas nas décadas de 1980 e 1990, além das batalhas para acabar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a nação ainda busca finalizar acordos de paz com grupos paramilitares.
Segundo Machado, a imprensa colombiana tem apontado para erros estratégicos do presidente Gustavo Petro na tentativa de alcançar esse pacto, e o ataque contra Uribe faz com que os colombianos relembrem os traumas da violência no país.
"É um momento que eu diria que a principal ferida daquele país parece que ia cicatrizar. O que a gente está vendo são os primeiros sinais de que eventualmente ela está voltando a ficar aberta."
Por sua vez, Gaspar afirma que
a violência não é exclusividade da Colômbia. No México e na América Central, como um todo,
nações enfrentam narcotraficantes. O Brasil também entra nessa luta, além de encarar a violência causada por crimes ambientais, assim como boa parte dos países da América do Sul. Obviamente, esse cenário interfere diretamente na política da região.
A advogada é clara: para que a América Latina fuja dessa espiral de violência que assombra a região desde a época colonial, é preciso fortalecer as raízes dos direitos humanos. Sob essa perspectiva, Gaspar diz que ainda há muito a melhorar, mas é possível perceber avanços se olharmos para o passado.
"Se você quiser ver toda essa mudança no seu tempo histórico, vou dizer que você não vai ver. Os direitos humanos são como aquela árvore que você planta para dar sombra depois de 100 anos. Você planta para outro usar. A gente vai modificando o micro na ideia de que um dia a gente não acabe em um 'todos contra todos' e com esse lugar-comum de vivência que é o nosso planeta."
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