Mídia: contrariando objetivo de Trump com guerra tarifária, economia chinesa cresce e performa bem
© AP Photo / Andy Wong
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A economia chinesa surpreende com crescimento estável no segundo trimestre, puxado por exportações sólidas e investimentos em infraestrutura, mesmo sob tarifas elevadas e queda no consumo interno. Especialistas agora revisam suas projeções para cima.
A economia chinesa demonstrou crescimento estável entre os meses de março e maio, impulsionada por investimentos internos em infraestrutura, como fábricas e ferrovias de alta velocidade, além de um fluxo consistente de exportações. No segundo trimestre, o crescimento foi de 1,1% em relação ao trimestre anterior, sinalizando uma taxa anual estimada de 4,1%, ligeiramente abaixo dos primeiros três meses do ano.
De acordo com o The New York Times, apesar das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, que chegaram a 145%, a China conseguiu manter sua produção manufatureira resiliente. Após uma trégua comercial em maio, as exportações para os Estados Unidos começaram a se recuperar em junho, embora ainda estivessem em baixa. Por outro lado, os envios para o Sudeste Asiático, Europa e África cresceram, compensando parcialmente a queda no comércio com os norte-americanos.
Enquanto isso, segundo a mídia, o consumo doméstico seguiu fragilizado, com vendas no varejo caindo em junho em comparação ao mês anterior. O mercado imobiliário desacelerado também afetou negativamente os gastos dos consumidores, reforçando a dependência da demanda externa para sustentar a indústria nacional.
Entretanto, contrariando previsões pessimistas, a economia chinesa manteve um bom desempenho no segundo trimestre, superando expectativas, levando instituições como a Oxford Economics a revisarem suas projeções de crescimento para o ano, aumentando a estimativa de 4,3% para 4,7%.
Mesmo com excesso de capacidade pressionando os preços de produtos manufaturados, os investimentos em fábricas continuaram em alta, visando atender à demanda global. A construção de infraestrutura compensou a queda de 11,2% no setor imobiliário, que tem enfrentado dificuldades para se recuperar.
Para estimular o consumo, o governo chinês lançou um programa robusto de subsídios, facilitando a compra de produtos como carros elétricos e eletrodomésticos eficientes. O objetivo era impulsionar a indústria doméstica, mas a popularidade do programa esgotou os recursos em algumas regiões, levando a restrições.
Segundo a métrica de Pequim, a economia cresceu 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, favorecida por uma base de comparação mais fraca. No entanto, analistas continuam céticos quanto à precisão das estatísticas oficiais, embora o governo mantenha sua meta de crescimento em torno de 5%.
Ainda assim, a China enfrenta os desafios de baixa demanda e excesso de oferta, provocando deflação em vários setores. Economistas que falaram à apuração recomendam mais estímulos ao consumo, porém o governo central mantém uma postura cautelosa, oferecendo pensões mínimas e reajustes modestos.
