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Estrelas no centro da Via Láctea podem viver para sempre 'absorvendo' matéria escura, diz estudo

© Foto / Observatório Europeu do Sul / Telescópio VLTGaláxia NGC 1300 próxima à Via Láctea. NGC 1300 é uma galáxia espiral, com uma barra de estrelas e gás em seu centro, localizada a aproximadamente 61 milhões de anos-luz da Terra na constelação Eridanus. A imagem é uma combinação de observações realizadas em diferentes comprimentos de onda de luz para mapear populações estelares e gás quente. Os brilhos dourados correspondem principalmente a nuvens de hidrogênio ionizado, oxigênio e gás sulfúrico, marcando a presença de estrelas recém-nascidas, enquanto as regiões azuis no fundo revelam a distribuição de estrelas ligeiramente mais velhas
Galáxia NGC 1300 próxima à Via Láctea. NGC 1300 é uma galáxia espiral, com uma barra de estrelas e gás em seu centro, localizada a aproximadamente 61 milhões de anos-luz da Terra na constelação Eridanus. A imagem é uma combinação de observações realizadas em diferentes comprimentos de onda de luz para mapear populações estelares e gás quente. Os brilhos dourados correspondem principalmente a nuvens de hidrogênio ionizado, oxigênio e gás sulfúrico, marcando a presença de estrelas recém-nascidas, enquanto as regiões azuis no fundo revelam a distribuição de estrelas ligeiramente mais velhas - Sputnik Brasil, 1920, 23.07.2025
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Uma simulação computacional de estrelas perto do centro da nossa galáxia oferece uma explicação para a sua aparência misteriosamente jovem - elas podem estar capturando matéria escura para obter combustível extra, aponta estudo publicado na revista Physical Review D.
No centro da Via Láctea, coisas incomuns estão acontecendo. Onde devem estar estrelas antigas prestes a desvanecer, brilham estrelas jovens que acabaram de nascer. Os cientistas têm trabalhado arduamente neste mistério, e aparentemente têm uma explicação.
A parte central da nossa galáxia está localizada a 26.000 anos-luz da Terra. Esta região é caracterizada pela extrema densidade de matéria visível e invisível. Lá existem milhões de estrelas, nuvens de gás, poeira e, segundo os cálculos, matéria escura.
Foi no centro da Via Láctea que os astrônomos encontraram logo duas anomalias.
O primeiro foi chamado de "paradoxo da juventude". Muitas estrelas nesta área parecem demasiado jovens para o seu tamanho. A luz que elas emitem fala de sua idade jovem, mas a massa indica que devem ser muito mais velhas. Pelas leis da física, tais estrelas massivas deveriam ter apagado há muito tempo, diz a pesquisa.
A segunda anomalia é o "paradoxo da velhice". No centro da galáxia, os cientistas esperavam encontrar um grande aglomerado de estrelas muito antigas, uma das primeiras da Via Láctea, mas foram detectadas poucas. Em vez disso, predominam astros brilhantes e quentes como se tivessem apenas surgido.
Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Isabelle John da Universidade de Estocolmo, na Suécia, tentou encontrar uma explicação plausível para os dois fenômenos. Eles decidiram abordar o problema através da interação das estrelas com a matéria escura.
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A matéria escura é uma hipotética substância invisível que representa aproximadamente 26,8% da massa total do Universo. A matéria escura não interage com a luz ou outras radiações eletromagnéticas. Ela pode ser detectada apenas por sinais indiretos: a influência gravitacional sobre as estrelas, galáxias e radiação cósmica de fundo.
John e sua equipe elaboraram um modelo computacional que mostrou que a matéria escura não pode apenas existir ao lado das estrelas - ela pode penetrar dentro delas e mudar seu destino.
Segundo os cálculos, as partículas hipotéticas de matéria escura, quando colidem com núcleos atômicos dentro de uma estrela, perdem energia e permanecem lá. Tais partículas gradualmente se acumulam e começam a mutuamente se destruir. Durante esse processo, a energia é liberada, que se torna uma fonte adicional de luz e calor para a estrela.
Em condições normais, as estrelas brilham devido a reações termonucleares. Elas convertem hidrogênio em hélio, liberando energia. Mas o processo é finito. Quando o núcleo da estrela fica sem hidrogênio, perde-se o equilíbrio estável entre a pressão de radiação e a gravidade e a estrela deixa a sequência principal.

Se uma estrela tem uma segunda fonte de energia - por exemplo, matéria escura - o "combustível" é reabastecido, o que pode abrandar ou mesmo parar o envelhecimento de uma estrela.

A pesquisadora acredita que este processo funciona particularmente bem no centro da nossa galáxia, onde a densidade de matéria escura é extremamente alta. As estrelas podem capturar e "converter" a matéria escura em energia de forma tão eficiente que compensa totalmente o consumo do seu combustível nuclear convencional. Em teoria, tais estrelas podem receber energia quase infinitamente. Ou seja, se os cálculos estiverem corretos, as estrelas lá podem existir quase para sempre.
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