https://noticiabrasil.net.br/20250805/alternativa-ao-dolar-america-do-sul-pode-seguir-o-caminho-trilhado-pelo-brasil-42030280.html
Alternativa ao dólar: América do Sul pode seguir o caminho trilhado pelo Brasil?
Alternativa ao dólar: América do Sul pode seguir o caminho trilhado pelo Brasil?
Sputnik Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu na busca por uma "moeda alternativa" ao dólar para o comércio internacional. Especialistas consultados pela... 05.08.2025, Sputnik Brasil
2025-08-05T11:02-0300
2025-08-05T11:02-0300
2025-08-05T11:02-0300
panorama internacional
américas
américa latina
análise
comércio
economia
dólar
brasil
washington
argentina
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/07/0f/41364503_0:200:3072:1928_1920x0_80_0_0_e0ac75fcb67da82676395908d472d9da.jpg
O presidente Lula reiterou a necessidade de utilizar uma moeda diferente da americana para o comércio internacional, a fim de reduzir a dependência da economia brasileira das decisões de Washington.Em conversa com a Sputnik, o analista internacional colombiano Daniel Prieto lembrou que a necessidade de buscar alternativas ao dólar não é uma proposta nova no discurso do presidente, embora neste momento tenha "ganhado maior relevância" em meio à pressão tarifária de Washington.Para o especialista, reduzir a dependência do dólar "é um objetivo factível" e, embora não seja alcançado imediatamente, pode-se avançar "por meio da reestruturação dos acordos bilaterais e regionais vigentes". Nesse sentido, Prieto observou que o Brasil já avançou nas transações com a China e a Argentina para permitir pagamentos em moedas locais, o que lhe permitiu "obter maior autonomia econômica e reduzir custos financeiros".Segundo o especialista em comércio exterior argentino Miguel Ponce, investir em moedas alternativas ao dólar pode ser perfeitamente viável "entre os países-membros do BRICS", mas ainda "muito difícil" no comércio com outros mercados mais próximos de Washington.No entanto, ele observou que o comércio entre os membros do BRICS e outros países vinculados à associação representa, sozinho, uma parcela significativa das transações comerciais globais.O caminho pode ser mais sinuoso dentro do Mercosul e da região, admitiu o analista. Ponce observou que o acordo entre Brasil e Argentina para o comércio em pesos e reais argentinos está "assinado e em vigor" sob o nome de sistema de pagamento em moeda local (SPC), incluindo também os bancos centrais do Paraguai e do Uruguai, mas ainda é utilizado "em menos de 5% do comércio entre Argentina e Brasil".Em conversa com a Sputnik, o analista internacional paraguaio Héctor Sosa Gennaro concordou que parece não haver "nenhum problema" com os países usarem suas moedas locais para transações. No entanto, ele alertou que caminhar nessa direção "provavelmente" trará "pressão" de Washington, que buscará garantir a posição privilegiada no comércio global.Nesse sentido, Sosa Gennaro afirmou que os países que seguem esse caminho devem ter "flexibilidade suficiente para suportar a pressão que os EUA podem exercer sobre o comércio", algo que ele julga difícil por diversos motivos, como, por exemplo, às "condições políticas internas" um ano antes das eleições nacionais.Um movimento regional?Prieto considera ser possível que Brasília possa "liderar uma adoção regional de pagamentos em moedas locais", aproveitando seu papel como principal parceiro comercial de vários países sul-americanos no sentido de não eliminar o dólar, "mas sim diversificar e reduzir a vulnerabilidade externa", fomentando debates sobre a "consolidação da integração regional por meio do sistema comercial e financeiro".Menos otimista, Ponce alertou que a região não parece estar "madura" o suficiente para buscar uma moeda regional, como se pensava antes mesmo da criação do Mercosul, em 1989.
https://noticiabrasil.net.br/20250731/pix-do-brics-facilitaria-as-transacoes-em-moedas-locais-entre-parceiros-do-grupo-notam-analistas-41835594.html
https://noticiabrasil.net.br/20250709/41217880.html
américa latina
brasil
washington
argentina
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/07/0f/41364503_182:0:2913:2048_1920x0_80_0_0_2f7e2430e44a94cfd87266452419ac4a.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
américas, américa latina, análise, comércio, economia, dólar, brasil, washington, argentina, luiz inácio lula da silva, mercosul, brics, moeda nacional, transações comerciais
américas, américa latina, análise, comércio, economia, dólar, brasil, washington, argentina, luiz inácio lula da silva, mercosul, brics, moeda nacional, transações comerciais
Alternativa ao dólar: América do Sul pode seguir o caminho trilhado pelo Brasil?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu na busca por uma "moeda alternativa" ao dólar para o comércio internacional. Especialistas consultados pela Sputnik indicaram que essa aspiração "ganhou maior relevância" no contexto atual, mas pode esbarrar na "falta de flexibilidade política" de diversos países da região.
O presidente Lula
reiterou a necessidade de utilizar uma moeda diferente da americana para o comércio internacional, a fim de
reduzir a dependência da economia brasileira das decisões de Washington.
Em conversa com a Sputnik, o analista internacional colombiano Daniel Prieto lembrou que a necessidade de buscar
alternativas ao dólar não é uma proposta nova no discurso do presidente, embora neste momento tenha "ganhado maior relevância" em meio à
pressão tarifária de Washington.
Para o especialista, reduzir a
dependência do dólar "é um objetivo factível" e, embora não seja alcançado imediatamente,
pode-se avançar "por meio da reestruturação dos acordos bilaterais e regionais vigentes". Nesse sentido, Prieto observou que o Brasil já avançou nas transações com a China e a Argentina para permitir pagamentos em moedas locais, o que lhe permitiu "obter maior autonomia econômica e reduzir custos financeiros".
Segundo o especialista em comércio exterior argentino Miguel Ponce, investir em
moedas alternativas ao dólar pode ser perfeitamente viável "entre os países-membros do BRICS", mas ainda
"muito difícil" no comércio com outros mercados mais próximos de Washington.
No entanto, ele observou que o
comércio entre os membros do BRICS e outros países vinculados à associação representa, sozinho,
uma parcela significativa das transações comerciais globais.
O caminho pode ser mais sinuoso
dentro do Mercosul e da região, admitiu o analista. Ponce observou que o acordo entre Brasil e Argentina para o comércio em pesos e reais argentinos está "assinado e em vigor" sob o nome de sistema de pagamento em moeda local (SPC), incluindo também os bancos centrais do Paraguai e do Uruguai,
mas ainda é utilizado "em menos de 5% do comércio entre Argentina e Brasil".
Em conversa com a Sputnik, o analista internacional paraguaio Héctor Sosa Gennaro concordou que parece não haver "nenhum problema" com os países usarem suas moedas locais para transações. No entanto, ele alertou que
caminhar nessa direção "provavelmente" trará "pressão" de Washington, que buscará garantir a
posição privilegiada no comércio global.
Nesse sentido, Sosa Gennaro afirmou que os países que seguem esse caminho devem ter "
flexibilidade suficiente para suportar a pressão que os EUA podem exercer sobre o comércio", algo que ele julga difícil por diversos motivos, como, por exemplo, às "
condições políticas internas" um ano antes das eleições nacionais.
Prieto considera ser possível que Brasília possa "
liderar uma adoção regional de pagamentos em moedas locais", aproveitando seu papel como
principal parceiro comercial de vários países sul-americanos no sentido de não eliminar o dólar, "mas sim diversificar e reduzir a vulnerabilidade externa", fomentando debates sobre a "consolidação da
integração regional por meio do sistema comercial e financeiro".
Menos otimista, Ponce alertou que a região não parece estar "madura" o suficiente para buscar uma moeda regional, como se pensava antes mesmo da criação do Mercosul, em 1989.
"Para que a América Latina, ou, mais especificamente, o Mercosul, tenha uma moeda comum, várias questões precisam ser aprovadas primeiro, como tributação e regulamentação. Estamos longe dos níveis de integração da União Europeia, por exemplo", observou o especialista argentino.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).