Mídia: ONU alerta para agravamento da crise enquanto Israel realoca civis antes de ofensiva em Gaza
© AP Photo / Jehad Alshrafi
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O Exército israelense começará a distribuir tendas e equipamentos de abrigo a moradores de Gaza neste domingo (17), antes de uma nova ofensiva no norte do enclave. A medida visa realocar civis para o sul, gerando preocupações da ONU sobre o agravamento da crise humanitária na região.
Segundo a Reuters, o Exército israelense anunciou que os moradores de Gaza vão começar a receber tendas e equipamentos de abrigo a partir deste domingo, como parte de um plano para realocá-los das zonas de combate para o sul do enclave. A medida visa garantir a segurança da população antes de uma nova ofensiva militar no norte da Cidade de Gaza, gerando preocupações internacionais sobre o agravamento da crise humanitária.
A ofensiva planejada por Israel tem como objetivo tomar o controle do norte da Cidade de Gaza, considerada o último reduto do movimento palestino Hamas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os civis serão evacuados para "zonas seguras" antes do início dos ataques. A ONU e outras organizações humanitárias serão responsáveis por transportar os abrigos pela passagem de Kerem Shalom, após inspeção do Ministério da Defesa israelense.
Apesar de reconhecer a urgência da necessidade de abrigo, a ONU expressou preocupação com os planos de realocação, alertando que isso pode intensificar o sofrimento da população. O órgão destacou que milhares de famílias já enfrentam condições extremas e que nenhuma área de Gaza pode ser considerada verdadeiramente segura, incluindo o sul do enclave, para onde os civis estão sendo direcionados.
As autoridades israelenses não esclareceram se os equipamentos de abrigo são destinados especificamente à população da Cidade de Gaza, nem confirmaram se o local de realocação será Rafah, na fronteira com o Egito. O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que os planos da ofensiva ainda estão em desenvolvimento, enquanto grupos militantes palestinos criticaram duramente o anúncio, chamando-o de violação das convenções internacionais.
Nos últimos dias, as forças israelenses intensificaram suas operações nos arredores da Cidade de Gaza, especialmente nos bairros de Zeitoun e Shejaia, com relatos de bombardeios intensos e disparos contra residências. O exército informou que iniciou uma nova operação em Zeitoun para localizar explosivos, destruir túneis e eliminar militantes.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns. Desde então, o contra-ataque israelense resultou na morte de mais de 61.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, além de provocar fome, deslocamento em massa e destruição generalizada no enclave.
Enquanto em Israel são esperados protestos pedindo o fim da guerra e a libertação dos reféns, as negociações para um cessar-fogo de 60 dias, mediadas pelo Egito e Catar com apoio dos EUA, permanecem em um impasse.
