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Estagnação econômica da Europa e 'submissão a Washington' favorecem partidos antissistema
Estagnação econômica da Europa e 'submissão a Washington' favorecem partidos antissistema
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Pela primeira vez, partidos críticos da União Europeia e com uma plataforma nacionalista lideram as pesquisas simultaneamente na França, Alemanha e Reino... 04.09.2025, Sputnik Brasil
2025-09-04T02:05-0300
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De acordo com especialistas ouvidos pela Sputnik, o cenário político das principais economias da Europa está passando por uma mudança sísmica, com tendência favorável a partidos anti-Bruxelas, liderados por figuras antes consideradas marginais ou pouco relevantes pelo establishment.Para José Ignacio Apoij, internacionalista formado pela Universidade da República Oriental do Uruguai (UDELAR), o questionamento das políticas da União Europeia e uma reorientação das prioridades nacionais em direção às necessidades dos eleitores da classe trabalhadora têm sido fatores-chave para a ascensão dessa nova geração de políticos e partidos.A consequência, acrescenta, é que o eleitorado está buscando novas opções políticas que "priorizem o bem-estar comum, o bom senso e o trabalho, acima das agendas das elites ditadas por poucos", afirma.Essa ascensão é refletida em pesquisas recentes e evidencia um profundo descontentamento entre os eleitores, impulsionado principalmente pela frustração popular com temas como o alto custo de vida, a decisão dos governos de prolongar o conflito na Ucrânia, com o envio contínuo de recursos para Kiev, em meio a suspeitas de corrupção, entre outros.Embora partidos antissistema já tenham conseguido integrar coalizões de governo em outros países europeus, como Itália, Finlândia e Países Baixos, o fato de dominarem as pesquisas nas três maiores economias da Europa ao mesmo tempo é um acontecimento sem precedentes.A ascensão do 'antissistema'O fenômeno se manifesta de forma particular em cada país. Na França, o partido Reunião Nacional manteve uma vantagem constante nas pesquisas ao longo deste ano. A intenção de voto de seu líder, Jordan Bardella — pupilo de Marine Le Pen, que está impedida pela Justiça de concorrer a cargos eletivos —, chegou a 36%, segundo uma pesquisa da empresa Elabe.As projeções para a próxima eleição presidencial, que ocorrerá no ano que vem, sugerem que o candidato da Reunião Nacional lideraria confortavelmente o primeiro turno, o que sublinha a evolução de um partido antes visto como radical.No Reino Unido, o recém-criado partido Reform UK, liderado pelo parlamentar Nigel Farage — outrora o principal ideólogo do Brexit —, teve ascensão meteórica nos últimos seis meses, aparecendo com folga à frente nas pesquisas de opinião, superando tanto o Partido Trabalhista quanto os Conservadores, as duas forças que dominaram a política britânica por mais de um século.Além disso, o surgimento de uma nova força política liderada pelo ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn ameaça afundar ainda mais as chances eleitorais do governo nas eleições locais do próximo ano, em meio ao colapso da aprovação do primeiro-ministro Keir Starmer.Na Alemanha, a situação não é menos preocupante para o governo, com uma economia que encolheu 0,3% no último trimestre, prolongando uma recessão que já dura dois anos. A Alternativa para a Alemanha (AfD) tem empatado nas pesquisas com o partido governista de Friedrich Merz, a União Democrata Cristã (CDU), apesar de, historicamente, os novos chefes de Estado gozarem de uma "lua de mel" com o eleitorado que dura pelo menos seis meses. No entanto, nas últimas semanas, o AfD conseguiu uma leve vantagem, segundo o instituto de pesquisa Forsa.'Os políticos tradicionais romperam o contrato social'Esse cenário político é fruto de uma combinação tóxica de fatores econômicos e sociais que afastou a maioria dos eleitores dos governantes europeus, na opinião do internacionalista formado pela Universidade de Belgrano, Samuel Losada. Em entrevista à Sputnik, ele citou a submissão a Washington", com aumento de gastos militares para atender às exigências dos EUA, como um dos fatores:No entanto, o especialista destaca que até mesmo grandes metrópoles — historicamente bastiões dos partidos conservadores ou socialistas — registram aumento no apoio a políticos outsiders e anti-Bruxelas, especialmente entre os jovens.
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Estagnação econômica da Europa e 'submissão a Washington' favorecem partidos antissistema
02:05 04.09.2025 (atualizado: 06:42 04.09.2025) Pela primeira vez, partidos críticos da União Europeia e com uma plataforma nacionalista lideram as pesquisas simultaneamente na França, Alemanha e Reino Unido.
De acordo com especialistas ouvidos pela Sputnik, o cenário político das principais economias da Europa está passando por uma mudança sísmica, com tendência favorável a partidos anti-Bruxelas, liderados por figuras antes consideradas marginais ou pouco relevantes pelo establishment.
Para José Ignacio Apoij, internacionalista formado pela Universidade da República Oriental do Uruguai (UDELAR), o questionamento das políticas da União Europeia e uma reorientação das prioridades nacionais em direção às necessidades dos eleitores da classe trabalhadora têm sido fatores-chave para a ascensão dessa nova geração de políticos e partidos.
"Quando os políticos tradicionais passaram a ouvir mais os tecnocratas de Bruxelas e os lobistas das grandes corporações, em vez de tentar implementar projetos e políticas públicas voltadas ao benefício dos cidadãos, o contrato social entre eleitores e políticos basicamente se rompeu", opina ele.
A consequência, acrescenta, é que o eleitorado está buscando novas opções políticas que "priorizem o bem-estar comum, o bom senso e o trabalho, acima das agendas das elites ditadas por poucos", afirma.
Essa ascensão é refletida em pesquisas recentes e evidencia um
profundo descontentamento entre os eleitores, impulsionado principalmente pela frustração popular com temas como o alto custo de vida, a decisão dos governos de
prolongar o conflito na Ucrânia, com o envio contínuo de recursos para Kiev, em meio a suspeitas de corrupção, entre outros.
Embora
partidos antissistema já tenham conseguido integrar coalizões de governo em outros países europeus, como Itália, Finlândia e Países Baixos, o fato de dominarem as pesquisas nas
três maiores economias da Europa ao mesmo tempo é um acontecimento sem precedentes.
A ascensão do 'antissistema'
O fenômeno se manifesta de forma particular em cada país. Na França, o partido Reunião Nacional manteve uma vantagem constante nas pesquisas ao longo deste ano. A intenção de voto de seu líder, Jordan Bardella — pupilo de Marine Le Pen, que está impedida pela Justiça de concorrer a cargos eletivos —, chegou a 36%, segundo uma pesquisa da empresa Elabe.
As projeções para a
próxima eleição presidencial, que ocorrerá no ano que vem, sugerem que o candidato da Reunião Nacional
lideraria confortavelmente o primeiro turno, o que sublinha a evolução de um partido antes visto como radical.
No Reino Unido, o recém-criado partido Reform UK, liderado pelo parlamentar Nigel Farage — outrora o principal ideólogo do Brexit —, teve ascensão meteórica nos últimos seis meses, aparecendo com folga à frente nas pesquisas de opinião, superando tanto o Partido Trabalhista quanto os Conservadores, as duas forças que dominaram a
política britânica por mais de um século.
Além disso, o surgimento de uma nova força política liderada pelo ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn ameaça afundar ainda mais as chances eleitorais do governo nas eleições locais do próximo ano, em meio ao colapso da aprovação do primeiro-ministro Keir Starmer.
Na Alemanha, a situação não é menos
preocupante para o governo, com uma
economia que encolheu 0,3% no último trimestre, prolongando uma recessão que já dura dois anos. A Alternativa para a Alemanha (AfD) tem empatado nas pesquisas com o partido governista de Friedrich Merz, a União Democrata Cristã (CDU), apesar de, historicamente, os novos chefes de Estado gozarem de uma "
lua de mel" com o eleitorado que dura pelo menos seis meses.
No entanto, nas últimas semanas, o AfD conseguiu uma leve vantagem, segundo o instituto de pesquisa Forsa.
'Os políticos tradicionais romperam o contrato social'
Esse cenário político é fruto de uma combinação tóxica de fatores econômicos e sociais que afastou a maioria dos eleitores dos governantes europeus, na opinião do internacionalista formado pela Universidade de Belgrano, Samuel Losada. Em entrevista à Sputnik, ele citou a submissão a Washington", com aumento de gastos militares para atender às exigências dos EUA, como um dos fatores:
"A estagnação econômica, somada à desindustrialização e aos empregos precários e mal remunerados, geraram um forte descontentamento e a impressão de que as elites políticas europeias ignoram as preocupações das pessoas comuns e preferem investir em conflitos no exterior, enriquecendo empreiteiras militares e o Pentágono. Esse sentimento se manifesta tanto nas pequenas cidades inglesas quanto no interior da França e nas vilas alemãs, onde esses partidos mais cresceram", explica Losada.
No entanto, o especialista destaca que até mesmo grandes metrópoles — historicamente bastiões dos partidos conservadores ou socialistas — registram aumento no apoio a políticos outsiders e anti-Bruxelas, especialmente entre os jovens.
"No caso britânico, embora Corbyn e Farage tenham visões ideológicas quase opostas, ambos defendem políticas nacionalistas, não intervencionistas, e falam diretamente às populações mais afetadas pela globalização e pelo neoliberalismo. Isso ajuda a explicar, em grande parte, seu sucesso entre o eleitorado de 18 a 30 anos, que cresceu em um mercado de trabalho instável e em uma economia cada vez mais desigual", afirma.
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