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Ataque de Israel contra negociadores do Hamas no Catar deixa seis mortos

© AP Photo / Ronen ZvulunO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em visita a local no qual um ônibus foi atacado em Jerusalém, Israel, na última segunda-feira (8)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em visita a local no qual um ônibus foi atacado em Jerusalém, Israel, na última segunda-feira (8) - Sputnik Brasil, 1920, 09.09.2025
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As Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram, nesta terça-feira (9), um prédio onde estavam membros do Hamas responsáveis pelas negociações de cessar-fogo conduzidas em Doha, no Catar. Segundo o grupo, ao menos seis pessoas morreram no bombardeio aéreo, incluindo o filho do negociador chefe Khalil al-Hayya.
Múltiplas aeronaves de Israel atacaram ao menos dez vezes um prédio residencial de Doha, no qual estavam os negociadores do Hamas e a liderança do movimento palestino.
Segundo informações da Al Jazeera, os políticos palestinos haviam se reunindo para discutir um acordo de paz proposto pelos Estados Unidos. No entanto, segundo fontes ouvidas pela Sputnik, Israel fracassou em matar os alvos.
Além do filho de Al-Hayya, um assessor do negociador, um diretor do Hamas e um oficial de segurança do Catar estão entre os mortos, na operação nomeada por Israel como Firey Heights (Pináculo de Fogo, em tradução livre).
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O país condenou o bombardeio israelense, classificando o ato como uma violação de todas as leis internacionais.
"O Estado do Catar condena veementemente o covarde ataque israelense que teve como alvo prédios residenciais que abrigam vários membros do gabinete político do Hamas na capital do Catar, Doha. Este ataque criminoso constitui uma flagrante violação de todas as leis e normas internacionais e representa uma séria ameaça à segurança dos catarianos e residentes no Catar."
Nesse sentido, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores enfatizou que o Catar não tolerará ações israelenses direcionadas à segurança e à soberania da região.
O Catar atua como principal negociador entre o Hamas e Israel na guerra da Faixa de Gaza, abrigando a liderança política do movimento desde 2012 graças a um pedido dos Estados Unidos.
Segundo o primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, o Catar continuará a exercer o papel de mediador, mas reserva o direito de responder ao ataque israelense. Ele afirmou também que a nação está preparando para uma resposta jurídica contra Israel.
No entanto, ele afirmou em seu pronunciamento que apesar de todos os esforços para garantir o sucesso das negociações, o acordo de cessar-fogo foi minado por Israel. "Após o ataque de hoje, nenhum acordo permanece em vigor."
"Acreditamos que hoje chegamos a um momento crucial. É necessária uma resposta de toda a região a tais ações bárbaras."
O premiê acrescentou ainda que não só seu país não recebeu aviso, como as armas usadas por Israel não foram detectadas no sistema de radares do Catar.

Estados Unidos sabiam?

Em um primeiro momento, Tel Aiv afirmou ter agido de maneira independente dos Estados Unidos. No entanto, um alto funcionário israelense falou ao Canal 12 que o presidente dos EUA deu sinal verde para o ataque israelense ao Catar.
Em declaração à imprensa, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump ordenou que seu enviado especial Steve Witkoff informasse o Catar das intenções de Israel.
O governo catariano, através do porta-voz da chancelaria Majed al-Ansari, afirmou que a ligação das autoridades norte-americanas ocorreu após o ataque israelense e condenou as ações de Israel.
Em ligação com o emir Tamim al-Thani, Trump disse que a decisão de atacar o país foi do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e que o país não será mais alvo, uma vez que bombardeios no Catar não servem os objetivos "nem de Israel, nem dos EUA".
O Catar é um dos principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. No país está a base avançada do Comando Central norte-americano, responsável por operações no Oriente Médio, Ásia Central e no chifre da África.
Segundo Trump, após o ataque, ele direcionou o secretário de Estado Marco Rubio a finalizar o acordo de defesa com a nação catariana.

Ataque é condenado pelo mundo árabe

A ação israelense também foi condenada pelos países da região, como Arábia Saudita, Jordânia, Turquia, Síria, Líbano, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, entre outros.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou a ação de Tel Aviv como "terrorismo" e pediu ações da ONU.
“Condenamos este ato de terrorismo e agressão da forma mais veemente possível e declaramos nossa total solidariedade ao povo palestino e também ao Estado do Catar, cuja soberania e integridade territorial foram flagrantemente violadas pelo regime israelense. [...] Apelamos ao Conselho de Segurança da ONU e a toda a comunidade internacional para que tomem medidas imediatas para impedir que o regime israelense cometa novos crimes.”
Outros países como Alemanha, Noruega, Eslovênia, Canadá e Reino unido também se posicionaram contrários às ações de Israel.
O presidente da França, Emmanuel Macron, usou as redes sociais para também condenar o ataque de Israel, chamando as ofensivas de "inaceitáveis, seja qual for o motivo". O país europeu prometeu reconhecer o Estado palestino durante a próxima Assembleia Geral da ONU, a ser realizada no final de setembro.
A França também copresidiu em junho, junto do Arábia Saudita, uma conferência sobre o reconhecimento da Palestina na ONU.

"Os ataques israelenses de hoje ao Catar são inaceitáveis, seja qual for o motivo. Expresso minha solidariedade ao Catar e ao seu Emir, Sheikh Tamim al-Thani. Em nenhuma circunstância a guerra deve se espalhar pela região", afirmou Macron em quatro línguas diferentes em sua conta no X.

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