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Marina Silva sobre política ambiental: 'Se EUA não fizerem sua parte, alguém vai fazer'

© AP Photo / Rafiq MaqboolMarina Silva fala durante coletiva na COP29, em Baku. Azerbaijão, 23 de novembro de 2024
Marina Silva fala durante coletiva na COP29, em Baku. Azerbaijão, 23 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 22.09.2025
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A pouco mais de dois meses da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada no Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou preocupação com os impactos da política ambiental dos Estados Unidos sob a liderança do presidente Donald Trump.
"Se os Estados Unidos não fizerem sua parte, alguém vai ter que fazer", afirmou Marina em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, concedida em Nova York nesse domingo (21).
Desde o início de seu mandato, Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris — um dos principais compromissos internacionais no combate às mudanças climáticas. Além disso, seu governo deixou de enviar representantes às negociações relacionadas à COP30, aumentou incentivos à produção de combustíveis fósseis e ameaçou cortar subsídios destinados a tecnologias limpas, como os carros elétricos.
Segundo Marina, o impacto dessas decisões não pode ser ignorado.
"Os Estados Unidos são o segundo maior emissor [de gases do efeito estufa] do mundo. É, de longe, uma potência econômica e tecnológica. Não dá para imaginar que isso não seja um prejuízo. Até porque, se eles não fazem a parte deles, alguém vai ter que fazer em benefício da humanidade inteira, inclusive deles, que são altamente afetados pela mudança do clima", disse.
A ministra integra a comitiva brasileira que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Nova York. Lula discursará na abertura da sessão de debates da Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23). Durante sua estadia na cidade, Marina participará de diversas reuniões e eventos oficiais. Um dos compromissos mais relevantes será a formalização do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que tem como objetivo captar US$ 120 bilhões em recursos públicos e privados. A ideia é investir esse montante no mercado e destinar parte dos lucros a países que se comprometam com a preservação de suas florestas.
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Durante a entrevista, Marina também comentou que a postura do governo Trump em relação ao clima — marcada pelo ceticismo em relação ao aquecimento global — tem desestimulado empresas privadas a investirem em fontes renováveis de energia. Essa postura, segundo ela, pode estar influenciando o atraso de diversos países na apresentação de suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O prazo inicial para a entrega desses compromissos era fevereiro, foi estendido para setembro e se encerra no final deste mês.
Questionada sobre a contradição entre a posição de liderança do Brasil na pauta climática e o interesse do governo Lula em ampliar a exploração de petróleo, Marina argumentou que o país se encontra em uma situação distinta de outras nações cuja matriz energética é menos limpa.
Ela reconhece, no entanto, o dilema global entre desenvolvimento energético e sustentabilidade. "O mundo vive uma contradição ao mesmo tempo em que vive uma emergência."
Sobre os preparativos para a COP30, a ministra demonstrou preocupação com o foco excessivo em aspectos logísticos, como preços de hospedagem e atrasos em obras de infraestrutura, questões que têm gerado apreensão entre delegações internacionais e autoridades brasileiras.
Apesar dos desafios, Marina mantém uma perspectiva positiva: "Hoje, a parte logística tem tomado conta do debate o tempo todo. Obviamente que, ao superar esses gargalos, esperamos focar no conteúdo."
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